Entrevista com Bruno Capelas, da newsletter Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais

Nesta entrevista, Luri, da newsletter Puxadinho do Luri, conta seu processo criativo, como surgiu sua newsletter e outros detalhes dos seus escritos.

Mar 8, 2025 - 11:05
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Entrevista com Bruno Capelas, da newsletter Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais

Uma série de entrevistas com pessoas que mantêm newsletters presentes no diretório de newsletters brasileiras. Leia as outras entrevistas.

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Qual é a sua newsletter?

Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais.

Fale um pouco de você, Bruno.

Sou jornalista e atuo como freelancer há dois anos e meio. Durante a maior parte da minha carreira, trabalhei cobrindo tecnologia no Estadão, onde fui repórter e editor do Link. Também trabalhei à frente da comunicação do Canary, gestora de investimentos de venture capital. Hoje, colaboro com veículos como GQ, Piauí, Exame, Estadão e Cajuína, além de realizar projetos de comunicação e conteúdo para marcas. Nas horas vagas, toco projetos como o Programa de Indie, podcast focado em música alternativa, colaborações sobre música e cultura pop para o Scream & Yell, bem como a newsletter.

Como surgiu a ideia de lançar uma newsletter?

Quando comecei a newsletter, eu tinha acabado de virar freelancer e tinha passado por um burnout. O primeiro ímpeto foi o de criar um projeto que me permitisse escrever de uma maneira mais solta, fora dos formatos do jornalismo profissional ou da comunicação corporativa.

Além disso, busquei aliar dois temas que eu gosto muito: música e mixologia, uma tabelinha que eu já tinha visto muita gente usar com charme lá no exterior. (Booze and Vinyl é o nome de um livro que eu comprei anos antes, em um museu em Boston, e faz exatamente o mesmo processo que faço na newsletter. Achei que valia a pena criar algo voltado para a música brasileira, em primeiro plano).

Na época em que lancei, o Substack começava a aparecer como uma opção interessante de publicação, misturando ferramentas de newsletter e blog, e achei que valia a pena testá-lo.

Qual é o seu processo criativo para escrever uma nova edição?

O processo criativo começa muito antes da escrita — na fase que eu chamo de “pesquisa”, mas que consiste apenas em preparar drinks e tentar descobrir discos que combinem. Muitas vezes, ela parte de alguma garrafa que abri e estou querendo dar “fruição” na geladeira. Em outros casos, alguma efeméride na música é o que me dá o gatilho para começar o texto.

Achar a combinação ideal é o lado mais difícil de escrever uma nova edição. Quando consigo, porém, o processo de escrita é tranquilo: consiste em preparar o drink, ouvir o disco e sair escrevendo no papel até chegar ao final do texto, normalmente com 3 ou 4 páginas.

Sua newsletter tem uma assinatura paga ou gera dinheiro de alguma outra forma?

Sim.

Fale um pouco da newsletter enquanto negócio.

Hoje, a única forma de monetização que a newsletter tem é o uso de links patrocinados da Amazon e do Mercado Livre, apontando os leitores para as bebidas que usei e os discos que indico. Tenho cerca de 1,7 mil assinantes gratuitos e alguns deles já se ofereceram para pagar, mas ainda não abri a monetização por dois motivos. O primeiro é por não estar convicto de que conteúdo valeria a pena vender como assinatura paga. O segundo é uma discussão filosófica se valeria a pena abrir uma caixa de contribuições, mantendo o conteúdo gratuito para qualquer pessoa.

Que dispositivo(s) você usa para escrever e gerenciar sua newsletter? (O Manual do Usuário é um blog de tecnologia, afinal