Galaxy S25: se não está quebrado...
Galaxy S25 traz ajustes incrementais em relação a gerações passadas (fora IA), mas smartphone continua sendo leve, compacto, e poderoso Galaxy S25: se não está quebrado...

O Galaxy S25 é o modelo "de entrada" da linha 2025 de smartphones premium da Samsung, que chega às lojas com uma penca de novos refinamentos em IA (Inteligência Artificial), entre úteis e duvidosos.
Fora isso, é um aparelho com hardware potente e dimensões compactas, e com uma boa bateria, mas que ficou com alguns recursos a menos, quando comparado aos modelos mais caros da linha.
Afinal, o Galaxy S25 é um premium compacto em que vale a pena investir? Eu o testei por duas semanas e conto o que achei dele a seguir.
Nota de transparência
Desde 2004, o Meio Bit publica análises opinativas com o intuito de ajudar os leitores a tomarem sua própria decisão de compra, seja de um gadget, um game ou um serviço/software/app. Nós somos francos em nossas opiniões e destacamos pontos positivos e negativos de igual maneira, não importando a natureza dos produtos, de modo a manter a integridade e transparência do site.
Ninguém externo à redação do Meio Bit teve acesso ao review de forma antecipada, bem como não houve nenhum tipo de interferência, pagamento, ou direcionamento da Samsung e/ou terceiros, em relação ao seu conteúdo.
O Galaxy S25 foi fornecido pela Samsung em caráter de empréstimo; ele será devolvido à empresa após os testes.
Design
Com apenas 14,7 cm de altura, 7,2 mm de espessura, e 162 g de peso, o Galaxy S25 é perfeito para quem sente falta de smartphones pequenos, porém potentes. Ele possui o tamanho ideal para quem prefere mantê-lo no bolso da calça, sem que fique destacado ou incomodando.
De portas, temos uma USB-C 3.2 compatível com DisplayPort 1.2, e a para dois cartões SIM; ele não é compatível com cartões microSD, logo, não é possível expandir a memória interna, como é de praxe com as linhas premium da Samsung.
Os botões são apenas o Liga/Desliga e os de Volume, sendo este um design bem simples e prático, sem reinventar a roda. Basicamente, a fabricante prefere não mexer muito em um design que não deixa muito espaço para ideias mirabolantes.
Tela e som
A tela é um LPTO AMOLED 2x dinâmico, com 6,2 polegadas e resolução de 2.340 x 1080 pixels, com bordas mínimas para deixar o aparelho o mais compacto possível. O leitor de impressões digitais fica sob o display, e é bem responsivo como de costume, não tendo errado nenhuma vez para reconhecer o usuário.
Infelizmente, a cobertura antirreflexiva ficou restrita ao Galaxy S25 Ultra (você vai ler isto várias vezes), logo, não espere por visibilidade estelar em ambientes externos.
Por se tratar de um display AMOLED, uma tecnologia que a Samsung tem vasta experiência, o Galaxy S25 é capaz de reproduzir cores vivas e com grande definição de detalhes, em até 120 quadros por segundo (fps), mais uma vez graças à taxa de atualização dinâmica, que reconhece o conteúdo e ajusta os frames de acordo.
Por outro lado, só é possível ajustar a taxa de modo fixo até 60 fps; acima disso, somente na configuração dinâmica, que deixa o controle nas mãos do dispositivo.
Na parte do som, a já tradicional parceria com a AKG entrega alto falantes estéreo, com boa definição e volume, além de suporte a Dolby Atmos, mas como de costume, espere pelo desempenho de um smartphone; para melhores resultados, use fones de ouvido ou caixas de som Bluetooth.
Software e IA
O Galaxy S25 sai da caixa rodando Android 15 com a nova interface One UI 7 da Samsung, mais uma penca de recursos baseados em IA, que o Cardoso comentou aqui.
Várias funções receberam adicionais, um dos mais úteis é o assistente de escrita, que faz correção ortográfica em frações de segundo, e o intérprete, que traduz simultaneamente conversas entre dois indivíduos falando em idiomas diferentes. Há também ajustes para edição de imagens, especialmente voltadas para o Instagram.
Em linhas gerais, o S25 não é tão diferente em funcionalidades em relação ao S24, até porque não há o que inventar, e as funções de IA são bem-vindas, mas é fato que boa parte do público se militará ao uso delas com imagens.
No mais, a Samsung garante 7 anos de atualizações do Android, bem mais do que qualquer outro concorrente, e par a par com a Apple em relação ao iPhone.
Desempenho e autonomia
O Galaxy S25 é equipado com SoC Snapdragon 8 Elite, um octa-core da Qualcomm com dois núcleos de alto desempenho, que alcançam um clock de 4,5 GHz, e seis para tarefas diárias de 3,53 GHz, além da GPU Adreno 830 de 1,1 GHz, 12 GB de RAM, e 256 GB de espaço interno não expansível. Isso garante poder de fogo suficiente para uma série de apps pesados, e os games mais exigentes.
Ele nem suou ao executar Asphalt Legends Unite, e até Genshin Impact rodou sem maiores problemas (a 60 fps, como de costume), embora seja um conhecido devorador de recursos e energia; como esperado, o smartphone esquentou um bocado ao executar o RPG de mundo aberto da Hoyoverse.
Nos meus testes, eu tirei o Galaxy S25 da tomada às 8:00 e rodei duas horas de streaming de música, uma hora de streaming de áudio, uma hora de jogos (Asphalt Legends Unite e Azur Lane, meia hora de cada), além de navegação e redes sociais, sempre no 5G ou Wi-Fi e com o brilho da tela no máximo.
Às 18:00, a bateria de 4.000 chegou a 35%, uma marca interessante e dentro do prometido pela Samsung, de um dia inteiro de uso moderado, mostrando que o Snapdragon 8 Elite é bem eficiente.
O carregamento, por outro lado, poderia ser melhor. O modelo básico suporta até 25 W, diferente do S25 Plus e Ultra, que vão até 45 W, o que passa a sensação de aparelho capado, o que não deveria acontecer em um produto da sua faixa de preço; até mesmo smartphones mais baratos possuem recursos de carregamento mais rápidos.
De qualquer forma, partindo de uma bateria zerada, o carregador de 25 W alcança 40% em 15 minutos, 75% em meia hora, e leva em torno de 1h20m para injetar uma carga completa. Não é ruim, mas por se tratar de um produto premium, deveria ser melhor.
Câmeras
O kit de câmeras principal do Galaxy S25 é o mesmo do Galaxy Z Fold 6, sem tirar nem por. Temos novamente uma Wide de 50 MP, uma teleobjetiva de 10 MP com zoom óptico de até 3x, e uma Ultrawide de 12 MP.
A câmera Wide é a pronta para o dia a dia, ela pode ser usada em modo de 12 MP (padrão) e o máximo de 50 MP, com ajustes básicos para fotógrafos amadores, e outros especializados para quem procura algo mais, como suporte ao formato RAW para profissionais, que já se tornou lugar-comum há algumas gerações.
Tanto lá quanto cá, o algoritmo funciona bem para não permitir que as fotos fiquem pesadas demais, a de 50 MP logo abaixo possui apenas 8 MB, não mais comprometendo o espaço interno para quem preferir tirar fotos com mais resolução.
No geral, as fotos tiradas em ambientes externos, com bastante luz natural, são de excelente qualidade e com pouco blur nas bordas; a câmera teleobjetiva permite capturas com zoom de até 3x bem definidas, force além disso e a aproximação passa a ser digital, com perda de detalhes.
A Ultrawide, com apenas 12 MP, suporta capturas com um grande ângulo e é também ótima quando as condições externas forem favoráveis, mas de forma inexplicável, não tem autofoco (AF), algo que também ocorria no Galaxy S24.
Em cenas noturnas, o sensor principal fará ajustes apropriados via Galaxy AI, mas você pode ativar o Night Mode manualmente e conseguir resultados diferentes.
Com fotos internas, usando o modo Retrato, é possível capturar elementos com alguns detalhes enquanto desfoca o fundo, um recurso já conhecido de gerações anteriores, onde novamente, a Samsung não precisou mexer muito. Para quem gosta da funcionalidade, ela funciona exatamente como antes, o que é bom.
O grande problema do trio principal de câmeras é, outra vez, recursos limitados a versões mais caras da linha S25. No caso, o modo de filmagem em ultra slow motion (720p a 960 fps) é restrito ao modelo Ultra, que também traz uma Ultrawide de 50 MP, sendo excelente para fotos de macro, que não ficam tão boas aqui.
A câmera selfie possui 12 MP e é levemente melhor que a presente no Galaxy Z Fold 6, ou seja, você terá resultados agradáveis em fotos internas e quando precisar do recurso de videoconferência. Há alguns ajustes de IA correndo por trás da mesma forma, mas nada que comprometa o resultado.
Em suma, suas selfies em ambientes abertos ficarão muito boas.
Para mim, o Galaxy S25 conta com câmeras excelentes para quem busca o básico, no que a Samsung entende que o modo de câmera lenta é um recurso ultra premium, que na minha opinião, não é o melhor argumento de venda para o Galaxy S25 Ultra, mas enfim.
Conclusão
Para quem não curte celulares grandes, mas não abre mão de desempenho, o Galaxy S25 é uma excelente opção dentro da categoria premium, ainda que seja marginalmente melhor que o S24. Ele não faz muito sentido para quem possui um dispositivo da geração passada, mas passa a ser um substituto interessante de gadgets com três anos ou mais de estrada.
Claro, os preços sugeridos pela fabricante de R$ 6,3 mil à vista na versão com 256 GB de espaço interno, e de R$ 6.750 na com 512 GB, não fazem o menor sentido, mesmo em tempos de dólar louco e real virando confete.
Por R$ 4,4 mil, é possível levar para casa o Motorola Edge 50 Ultra 5G, concorrente direto que possui 512 GB de espaço e uma tela P-OLED de 6,7", mas como ponto negativo, não terá nem de longe os 7 anos de atualizações de SO garantidos pela Samsung, afinal, é da Motorola que estamos falando.
Na minha opinião, o Galaxy S25 é um excelente smartphone de ponta leve, compacto e potente, mas aguarde por uma promoção, ou pela tradicional redução de preço do varejo, passados alguns meses de lançado. Para quem sabe ser paciente, vai valer a pena.
Galaxy S25 — Ficha Técnica
- Processador: Qualcomm Snapdragon 8 Elite (3 nm), octa-core com 2 núcleos Oryon V2 Phoenix L de 4,47 GHz, e 6 Oryon V2 Phoenix M de 3,53 GHz;
- GPU: Adreno 830 (1,1 GHz);
- Memória RAM: 12 GB;
- Armazenamento interno: 256 GB;
- Armazenamento externo: não expansível;
- Tela: Dynamic LTPO AMOLED 2X de 6,2 polegadas;
- Resolução: 2.340 x 1.080 pixels (proporção 19,5:9, ~416 ppi);
- Taxa de atualização: até 120 Hz (ajuste dinâmico);
- Câmera traseira: Conjunto triplo:
- Wide: 50 megapixels, abertura f/1,8;
- Teleobjetiva: 10 megapixels, abertura f/2,4, zoom óptico de 3x;
- Ultrawide: 12 megapixels, abertura f/2,2;
- Recursos: dual pixel AF (wide), AF (teleobjetiva), OIS, Flash LED, HDR, HDR+, vídeos em 8K a 30 fps, 4K até 60 fps, 1080p até 240 fps;
- Câmera selfie: 12 megapixels, abertura f/2,2;
- Recursos: PDAF, HDR, vídeos em 4K até 60 fps, 1080p até 30 fps;
- Sensores: Proximidade, acelerômetro, giroscópio, bússola, leitor de digitais sob a tela;
- Recursos extras: modo DeX sem fio, Galaxy AI;
- Conectividade: 5G, Wi-Fi 7, Bluetooth 5.4, AD2P, BLE, GPS, GLONASS, BDS, GALILEO, QZSS;
- Bateria: 4.000 mAh, com suporte a carregamento ultrarrápido de 25 W;
- Portas: USB 3.2 Type-C, suporte a DisplayPort 1.2;
- Sistema operacional: Android 15 com One UI 7;
- Dimensões: 146,9 x 70,5 x 7,2 mm;
- Peso: 162 g.
Pontos fortes:
- Levinho e confortável, e ainda potente;
- Tela excelente;
- Bateria dura o dia todo.
Pontos fracos:
- Recursos interessantes restritos ao Galaxy S25 Ultra;
- Carga podia ser mais rápida;
- Ultrawide sem AF?