Samsung usará seu próprio DOGE para analisar divisão do Exynos
Divisão de auditoria interna da sul-coreana iniciou avaliação no setor de semicondutores e do ISOCELL para entender motivos de desempenho ruim. Samsung usará seu próprio DOGE para analisar divisão do Exynos


Resumo
- A Samsung iniciou uma auditoria interna para investigar problemas de desempenho no Exynos e na produção de chips.
- Em 2024, a divisão responsável pelo Exynos registrou um prejuízo de 4 a 5 trilhões de won (aproximadamente R$ 19,9 bilhões).
- A sul-coreana tem enfrentado dificuldades na execução de desempenho dos chips, enquanto tenta superar a TSMC.
A Samsung está tomando uma medida mais firme para entender os problemas do Exynos e da sua foundry, divisão responsável pela produção de chips. Segundo o jornal sul-coreano Chosun, a empresa iniciou uma auditoria nessas duas divisões. Esse processo é um dos primeiros realizados pelo Escritório de Diagnóstico de Gerência, uma espécie de DOGE da Samsung.
O DOGE é um órgão governamental dos EUA liderado por Elon Musk, cujo objetivo é revisar contratos, cortar gastos e gerar mais eficiência no governo. Quase o que o Escritório de Diagnóstico de Gerência faz. A auditoria da Samsung busca entender os motivos pelos quais, mesmo com investimentos bilionários, sua foundry não tem resultados satisfatórios nas litografias abaixo de 4 nm e por que o Exynos segue problemático.
Por que a Samsung fará uma auditoria em duas divisões?
A Samsung LSI, setor que fabrica o Exynos e os sensores Isocell, e a sua foundy estão entregando resultados que não condizem com os enormes investimentos feitos nos últimos anos.
Começando pelo Exynos, o caso mais conhecido. A Samsung produziu alguns processadores problemáticos recentemente. O Exynos 2200, por exemplo, teve um desempenho tão fraco que a linha Galaxy S22 não teve uma edição FE.
Isso ainda levou a Samsung LSI a abandonar o Exynos 2300 para focar em resolver problemas de desenvolvimento dos SoCs. O Exynos 2400 chegou em um bom nível, mas o Exynos 2500 não foi finalizado a tempo do S25.
No ano passado, a divisão LSI teve uma perda financeira entre 4 trilhões e 5 trilhões de won (R$ 19,9 bilhões). Os sensores Isocell, ainda que não aparentem ter problemas de desempenho, fizeram a fatia de mercado da Samsung nesse segmento cair para menos de 20% — a Sony segue líder indisputada.
O setor de fabricação de chips parece ser o caso mais grave. Em 2019, a Samsung prometeu que até 2030 a divisão receberá um investimento total de R$ 677,1 bilhões. Contudo, desde então, a foundry não reverteu esse valor em crescimento de mercado. O market share caiu de 19,1% para 8,2% no ano passado.
O sonho da Samsung é ser a maior fabricante de chips do mundo, mas está difícil superar a TSMC e conseguir um alto desempenho nas litografias de 4 nm e menores.
Com informações de SamMobile e Chosun
Samsung usará seu próprio DOGE para analisar divisão do Exynos