Funerais da antiguidade mostram o que neandertais e Homo sapiens compartilhavam
A Caverna de Timshenet, na atual Israel, foi compartilhada por Homo sapiens e neandertais há 100.000 anos, quando ambas as culturas humanas enterraram seus mortos de maneiras praticamente idênticas. Análises do local mostraram que as tecnologias e ideias culturais dessas espécies foram compartilhadas — muito mais do que se imaginava. Quantas espécies humanas já existiram na Terra? Hominídeo já enterrava os mortos 100 mil anos antes de nós, diz estudo Em um estudo publicado por cientistas de diversas universidades no periódico científico Nature Human Behaviour, descobriu-se que os clãs hominídeos da caverna compartilhavam das exatas mesmas estratégias de caça e fabricação de ferramentas, mostrando a mistura de espécies na região do Levante. Humanos trabalhando juntos E é exatamente no Levante onde foram encontrados os mais antigos enterros humanos da história. Sítios como os de Qafzeh, Shkul, Tabun e Nesher Ramla datam entre 100.000 e 110.000 anos atrás, com proporções diferentes de restos de H. sapiens e neandertais em cada uma, com algum grau de hibridização. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Uma das ferramentas de pedra encontradas em Tinshemet, mostrando que humanos do passado compartilhavam tecnologias entre espécies (Imagem: Marion Prévost) As tecnologias líticas (de pedra lascada) de Tinshemet combinam com a indústria centrípeta de Levallois, ou seja, um método específico de fabricação de ferramentas de pedra, também usado em sítios arqueológicos próximos. É uma maneira de trabalhar com pedras próprio da época, não aparecendo em nenhum momento anterior da história — nos sítios, eles estão presentes tanto nos locais neandertais quanto H. sapiens. Como é um processo de produção e não algo que define o formato final das ferramentas, essa tecnologia tinha que ser aprendida por transmissão cultural: não havia outra maneira de reproduzi-la. Restos animais dos sítios arqueológicos também indicam que os hominídeos do Levante, em meados do Paleolítico Médio, caçavam grandes herbívoros, como auroques e cavalos, diferente de humanos anteriores e posteriores. As respostas das espécies humanas à morte também eram muito parecidas, com os corpos bastante flexionados e enterrados com objetos pessoais, restos animais e de ocre. Essas práticas e o uso de ocre são considerados, na ciência, como elementos importantes no desenvolvimento de pensamento simbólico nos humanos pré-históricos, indicando que as interações entre as diferentes espécies levou ao surgimento de comportamentos e costumes complexos. Tais atitudes só são vistas no Levante e só neste período, mostrando como as interações sociais entre linhagens diferentes de Homo levaram não apenas a uma coexistência, mas também ao compartilhamento ativo de tecnologias, práticas e ideias: éramos muito mais integrados do que se acreditava. Leia também: Neandertais e Homo sapiens organizavam seus ambientes da mesma maneira Que língua falavam os neandertais? Cientistas revelam diferença surpreendente entre cérebros humanos e neandertais VÍDEO: 10 mitos sobre o corpo humano [Top Tech] Leia a matéria no Canaltech.

A Caverna de Timshenet, na atual Israel, foi compartilhada por Homo sapiens e neandertais há 100.000 anos, quando ambas as culturas humanas enterraram seus mortos de maneiras praticamente idênticas. Análises do local mostraram que as tecnologias e ideias culturais dessas espécies foram compartilhadas — muito mais do que se imaginava.
- Quantas espécies humanas já existiram na Terra?
- Hominídeo já enterrava os mortos 100 mil anos antes de nós, diz estudo
Em um estudo publicado por cientistas de diversas universidades no periódico científico Nature Human Behaviour, descobriu-se que os clãs hominídeos da caverna compartilhavam das exatas mesmas estratégias de caça e fabricação de ferramentas, mostrando a mistura de espécies na região do Levante.
Humanos trabalhando juntos
E é exatamente no Levante onde foram encontrados os mais antigos enterros humanos da história. Sítios como os de Qafzeh, Shkul, Tabun e Nesher Ramla datam entre 100.000 e 110.000 anos atrás, com proporções diferentes de restos de H. sapiens e neandertais em cada uma, com algum grau de hibridização.
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As tecnologias líticas (de pedra lascada) de Tinshemet combinam com a indústria centrípeta de Levallois, ou seja, um método específico de fabricação de ferramentas de pedra, também usado em sítios arqueológicos próximos.
É uma maneira de trabalhar com pedras próprio da época, não aparecendo em nenhum momento anterior da história — nos sítios, eles estão presentes tanto nos locais neandertais quanto H. sapiens. Como é um processo de produção e não algo que define o formato final das ferramentas, essa tecnologia tinha que ser aprendida por transmissão cultural: não havia outra maneira de reproduzi-la.
Restos animais dos sítios arqueológicos também indicam que os hominídeos do Levante, em meados do Paleolítico Médio, caçavam grandes herbívoros, como auroques e cavalos, diferente de humanos anteriores e posteriores. As respostas das espécies humanas à morte também eram muito parecidas, com os corpos bastante flexionados e enterrados com objetos pessoais, restos animais e de ocre.
Essas práticas e o uso de ocre são considerados, na ciência, como elementos importantes no desenvolvimento de pensamento simbólico nos humanos pré-históricos, indicando que as interações entre as diferentes espécies levou ao surgimento de comportamentos e costumes complexos.
Tais atitudes só são vistas no Levante e só neste período, mostrando como as interações sociais entre linhagens diferentes de Homo levaram não apenas a uma coexistência, mas também ao compartilhamento ativo de tecnologias, práticas e ideias: éramos muito mais integrados do que se acreditava.
Leia também:
- Neandertais e Homo sapiens organizavam seus ambientes da mesma maneira
- Que língua falavam os neandertais?
- Cientistas revelam diferença surpreendente entre cérebros humanos e neandertais
VÍDEO: 10 mitos sobre o corpo humano [Top Tech]
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