Nem ouro ou petróleo: esse é o recurso mais negociado do mundo – e a IA está envolvida

Em um planeta cada vez mais conectado, onde smartphones, computadores e inteligência artificial dominam o cenário, existe um recurso natural… Esse Nem ouro ou petróleo: esse é o recurso mais negociado do mundo – e a IA está envolvida foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Mar 31, 2025 - 22:25
 0
Nem ouro ou petróleo: esse é o recurso mais negociado do mundo – e a IA está envolvida
esse é o recurso mais negociado do mundo – e a IA está envolvida

Em um planeta cada vez mais conectado, onde smartphones, computadores e inteligência artificial dominam o cenário, existe um recurso natural essencial que poucos associam diretamente à revolução digital: a água. Embora pareça abundante, ela está sob pressão crescente devido a uma demanda invisível, mas gigantesca, gerada pela indústria de tecnologia. De acordo com análises recentes, o comércio de “água virtual” — quantidade usada na produção de bens e serviços — supera o volume do petróleo em uma proporção de 400 para 1. Esse dado revela uma realidade surpreendente: a água é o recurso mais negociado do mundo, e seu papel na economia digital é mais crítico do que imaginamos.

A Água Escondida nos Microchips e Data Centers

Tudo começa com os semiconductores, componentes vitais para dispositivos eletrônicos. Fabricar um único microchip avançado exige água em quantidades impressionantes. Uma única fábrica pode consumir, diariamente, um volume equivalente ao necessário para abastecer uma cidade de 58 mil habitantes. Isso acontece porque a água é usada intensivamente para limpar e resfriar equipamentos durante a produção. Com a explosão da inteligência artificial e a demanda por chips mais potentes, esse consumo só tende a aumentar.

Mas os microchips são apenas parte da equação. Os data centers, estruturas que armazenam e processam dados globais, também têm uma sede colossal. Segundo um relatório do ING, o uso de água nessas instalações saltou de 738 milhões de litros em 2015 para mais de 840 milhões de litros em 2021. Para entender a escala: um data center médio nos Estados Unidos — país que concentra 25% dessas estruturas no mundo — consome cerca de 1,1 milhão de litros de água por dia. Isso equivale ao consumo diário de 100 mil residências.

O Problema da Localização: Quando a Tecnologia Enfrenta a Escassez

A localização dos data centers e fábricas de chips agrava o desafio. Empresas como Microsoft e Google retiram parte significativa de sua água de regiões com estresse hídrico. Em 2022, 23% da água usada pela Microsoft e 18% da utilizada pelo Google vieram de áreas onde o recurso já é escasso. Países como Barein, Líbano, Omã e Kuwait, que lideram o ranking de estresse hídrico global, enfrentam tensões ainda maiores quando indústrias de alto consumo se instalam em suas proximidades.

O Oriente Médio e o Norte da África são as regiões mais afetadas, seguidas pelo sul da Ásia. Nesses locais, a competição por água entre comunidades, agricultura e indústria tecnológica gera conflitos e coloca em risco o acesso básico da população.

Oportunidades Emergentes: Tecnologias Para um Futuro Sustentável

A pressão sobre os recursos hídricos abriu espaço para inovações e investimentos. Setores como produção de água ultrapura, essencial para a limpieza de componentes microscópicos, e sistemas de filtração avançada — como a osmose reversa — estão em alta. A dessalinização, processo que transforma água do mar em água potável, também ganha destaque, principalmente em regiões secas.

Analistas do mercado financeiro, como Kristine Alm Karsrud, da DNB Fund Future Waves, apontam que os investimentos privados em fábricas de chips já ultrapassam 2,27 bilhões de dólares, enquanto infraestruturas relacionadas à água podem exigir entre 110 e 180 bilhões de dólares. Empresas que desenvolvem soluções para uso eficiente e reutilização de água estão se tornando peças-chave para a sustentabilidade da indústria tecnológica.

Chat gpt

O Que as Gigantes da Tecnologia Estão Fazendo?

Grandes empresas começaram a adotar medidas para reduzir seu impacto. A Microsoft, por exemplo, assumiu o compromisso de ser “água-positiva” até 2030, o que significa repor mais água do que consome. Em 2022, a Google anunciou que recuperou 6% da água doce utilizada em suas operações. No entanto, especialistas alertam: essas iniciativas ainda são insuficientes diante do consumo acelerado.

O relatório do ING destaca que, embora muitas empresas estejam melhorando a gestão hídrica, falta transparência na divulgação de dados. Métricas como consumo total, fontes de água e impacto em comunidades locais nem sempre são claras, dificultando a avaliação real do progresso. Para analistas como Coco Zhang e Jan Frederik Slijkerman, maior abertura de informações permitiria comparar práticas sustentáveis e acelerar investimentos em tecnologias mais eficientes.

Um Recurso Vital em um Mundo Digital

A água, antes vista como um elemento básico da natureza, tornou-se um pilar invisível da economia digital. Seu uso massivo em setores estratégicos reflete uma mudança nas prioridades globais: enquanto o petróleo foi o símbolo do século XX, a água assume protagonismo no século XXI.

Mas esse novo cenário traz dilemas urgentes. Como equilibrar a necessidade de inovação tecnológica com a preservação de um recurso finito? A resposta está na combinação de políticas públicas, avanços tecnológicos e cooperação entre indústrias e comunidades. Enquanto isso, cada microchip produzido e cada dado processado nos lembra que, por trás de cada avanço digital, há um fluxo constante — e muitas vezes subestimado — de água.

Esse Nem ouro ou petróleo: esse é o recurso mais negociado do mundo – e a IA está envolvida foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.