Missão ExoMars: Rover Rosalind Franklin Terá Plataforma e pouso 100% Europeia
A Agência Espacial Europeia (ESA) selecionou a empresa Airbus para projetar e construir uma plataforma de pouso totalmente europeia para o rover Rosalind Franklin, da missão ExoMars (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Prevista para ser lançada em 2028, essa missão ambiciosa buscará sinais de vida passada e presente […] O post Missão ExoMars: Rover Rosalind Franklin Terá Plataforma e pouso 100% Europeia apareceu primeiro em SPACE TODAY - NASA, Space X, Exploração Espacial e Notícias Astronômicas em Português.

A Agência Espacial Europeia (ESA) selecionou a empresa Airbus para projetar e construir uma plataforma de pouso totalmente europeia para o rover Rosalind Franklin, da missão ExoMars (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Prevista para ser lançada em 2028, essa missão ambiciosa buscará sinais de vida passada e presente em Marte (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform), marcando a retomada dos planos europeus de exploração do planeta vermelho após adiamentos recentes. Originalmente programada para 2022, a missão foi suspensa após o rompimento da parceria com a agência russa Roscosmos em função da guerra na Ucrânia (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Agora, ela retorna aos trilhos com uma plataforma de pouso desenvolvida na Europa e contribuições da NASA, preparando o caminho para colocar o primeiro rover europeu em solo marciano (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform).
Contexto da Missão ExoMars
A missão ExoMars, concebida em cooperação entre a Europa e a Rússia, é composta de duas etapas de exploração marciana. A primeira, lançada em 2016, colocou em órbita o satélite Trace Gas Orbiter para estudar a atmosfera de Marte, e também levou o módulo de pouso de teste Schiaparelli – que infelizmente caiu durante a descida (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). A segunda etapa envolvia o rover Rosalind Franklin e uma plataforma de pouso russa (chamada Kazachok) para uma missão prevista inicialmente para 2020, depois adiada para 2022. Nessa parceria original, a Roscosmos (agência russa) forneceria o módulo de pouso, aquecedores radioativos para manter o rover aquecido, e o lançamento seria em um foguete Proton (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). Porém, com a invasão da Ucrânia em 2022, a ESA suspendeu toda cooperação com a Rússia, deixando o projeto em hiato e o rover – já pronto – sem perspectiva de lançamento (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha).
A salvação do projeto começou a tomar forma quando a NASA entrou em cena oferecendo suporte: a agência americana providenciaria unidades de aquecimento de plutônio (similares às usadas em seus rovers) e ajudaria a viabilizar um lançador comercial dos EUA para a missão (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). Ainda assim, faltava desenvolver uma nova plataforma de pouso europeia para substituir a russa cancelada. Em abril de 2024, a ESA assinou um contrato de €522 milhões com a Thales Alenia Space para construir o módulo de pouso, incorporando sistemas desenvolvidos pela Airbus e um escudo térmico fornecido pela empresa ArianeGroup (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). Embora recolocar a ExoMars nos trilhos exija um investimento elevado, a iniciativa é considerada estratégica: além de aproveitar os €1,3 bilhão já gastos no projeto, permitirá à Europa dominar tecnologias de entrada, descida e pouso em Marte, um feito inédito para o continente (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). Vale lembrar que somente Estados Unidos e China conseguiram realizar pousos bem-sucedidos em Marte até hoje – nem mesmo a extinta União Soviética ou tentativas anteriores europeias obtiveram sucesso completo (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). A retomada da ExoMars representa, portanto, a chance de a Europa finalmente se juntar a esse seleto grupo, colocando seu próprio rover para explorar o planeta vermelho.
O Rover Rosalind Franklin: Buscando vida em Marte
(NASA, ESA join forces on life-hunting ExoMars rover | Space) Ilustração artística do rover Rosalind Franklin da ESA explorando a superfície do planeta Marte. Rosalind Franklin é o nome do rover europeu desenvolvido para a missão ExoMars – uma homenagem à cientista britânica que contribuiu para a descoberta da estrutura do DNA. Com aproximadamente 300 kg e movido a energia solar, este veículo de seis rodas foi projetado para ser o primeiro rover da Europa a operar em Marte. Construído pelas equipes da Airbus no Reino Unido (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform), o rover traz um design avançado capaz de enfrentar o terreno marciano e executar tarefas científicas de forma autônoma.
O principal objetivo do Rosalind Franklin é a busca por evidências de vida em Marte, seja ela passada ou presente. Para isso, o rover possui uma furadeira capaz de perfurar até cerca de 2 metros de profundidade no solo marciano – algo inédito em missões anteriores (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). A ideia é alcançar amostras subterrâneas que estejam protegidas da intensa radiação ultravioleta e das condições extremas da superfície, aumentando as chances de encontrar possíveis bioassinaturas preservadas (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform) (Rover europeu que vai procurar vida em Marte deve voar em 2028 – 14/04/2024 – Mensageiro Sideral – Folha). O interior do rover abriga um laboratório automatizado que irá analisar quimicamente essas amostras em busca de matéria orgânica e outras pistas de atividade biológica. Instrumentos científicos como espectrômetros (inclusive um espectrômetro Raman e um detector de moléculas orgânicas chamado MOMA) examinarão a composição dos minerais e detectarão possíveis compostos orgânicos que possam indicar vida passada no planeta vermelho (ExoMars Program – NASA Science) (ExoMars Program – NASA Science).
Além da caça a possíveis sinais de vida em Marte, a missão Rosalind Franklin também tem um caráter de demonstração tecnológica. O rover servirá para testar novas técnicas de locomoção e navegação autônoma na superfície marciana – ele inclusive possui um sistema de “andar” com as rodas para ajudar a superar terrenos arenosos, e softwares inteligentes capazes de tomar decisões de rota sem intervenção humana (Cool New Mission Trailer for Rosalind Franklin Rover – Universe Today). Do mesmo modo, toda a arquitetura de pouso controlado até o solo de Marte será uma prova de conceito de suma importância. Dominar a sequência de entrada na atmosfera, descida com paraquedas e retrofoguetes, e pouso suave abre caminho para que futuras missões europeias (robóticas ou até tripuladas) possam explorar o planeta vermelho de forma independente (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Com a ExoMars, a Europa espera aprimorar sua expertise na exploração espacial planetária em várias frentes, do pouso à operação científica autônoma.
Nova Plataforma de Pouso Europeia
(ESA – Artist view: ExoMars landing) Concepção artística da etapa final de descida da nova plataforma europeia, utilizando retrofoguetes para pousar em Marte com segurança. A construção da nova plataforma de pouso do ExoMars está a cargo da Airbus, consolidando a contribuição europeia em um elemento crítico da missão. Equipes de engenharia no Reino Unido serão responsáveis pelos sistemas mecânicos, térmicos e de propulsão do módulo de pouso, garantindo que o rover e sua plataforma possam tocar o solo marciano com segurança em 2030 (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Essa plataforma incluirá a estrutura de aterrissagem em si, um conjunto de propulsores de grande porte usados na queima final de frenagem, e pernas para estabilizar o conjunto assim que pousar (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform).
O processo de descida em Marte será vertiginoso: desde a entrada na atmosfera até o toque no solo, a sequência de pouso dura cerca de apenas seis minutos (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Na fase final, um conjunto de paraquedas e foguetes de retropropulsão reduzirá a velocidade do módulo de aproximadamente 45 m/s para menos de 3 m/s instantes antes do contato com o solo (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). Após pousar, duas rampas se estenderão em lados opostos da plataforma, permitindo que o rover Rosalind Franklin desça e alcance a superfície marciana, escolhendo a rota mais segura ao seu redor (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform).
Para maximizar a probabilidade de um pouso bem-sucedido, os planejadores da missão escolheram evitar a temporada de tempestades de poeira globais de Marte. Assim, o pouso do rover foi marcado para ocorrer no primeiro semestre de 2030, quando o clima marciano tende a ser mais estável (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). O local exato de aterrissagem selecionado é Oxia Planum, uma planície próxima ao equador de Marte rica em minerais argilosos, que podem ter se formado em ambientes úmidos no passado distante – características que a tornam especialmente promissora para a busca de sinais de vida antiga (Cool New Mission Trailer for Rosalind Franklin Rover – Universe Today).
Desafios de Pousar no Planeta Vermelho
Historicamente, cerca de 40% das missões enviadas a Marte obtiveram sucesso (Five Things to Know About InSight’s Mars Landing | NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL)). Até a última década, apenas os Estados Unidos haviam realizado pousos controlados bem-sucedidos; em 2021 a China se tornou o segundo país a atingir esse feito. O desafio existe porque a atmosfera marciana é muito rarefeita (cerca de 1% da densidade da terrestre), oferecendo pouco atrito para frear espaçonaves durante a descida (Five Things to Know About InSight’s Mars Landing | NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL)). Isso torna necessário o uso combinado de escudos de calor, paraquedas supersônicos e retrofoguetes em uma sequência complexa e cronometrada de eventos – qualquer falha pode ser fatal à missão. A Europa sentiu essas dificuldades em tentativas anteriores, como no caso do módulo Schiaparelli em 2016, que caiu devido a um mau funcionamento durante a descida. Com a nova plataforma de pouso da ExoMars, a ESA busca superar esses obstáculos e finalmente realizar um pouso suave no planeta vermelho.
Colaboração Internacional e Novo Cronograma
Por envolver o uso de pequenas fontes nucleares de calor no rover, a missão precisará ser lançada a partir dos Estados Unidos (por questões de segurança e regulatórias). A NASA ficará encarregada de selecionar e contratar um foguete comercial para o lançamento em 2028 (Airbus wins contract for ExoMars lander platform – SpaceNews). A agência americana também contribuirá fornecendo motores de frenagem ajustáveis para a plataforma de pouso, bem como unidades de aquecimento radioisotópico (RHUs) para manter o rover aquecido durante as frias noites marcianas (Airbus wins contract for ExoMars lander platform – SpaceNews). Enquanto isso, a ESA e o Reino Unido trabalham no desenvolvimento de seus próprios aquecedores nucleares para uso futuro, buscando reduzir a dependência de parceiros externos em próximas missões (NASA, ESA join forces on life-hunting ExoMars rover | Space).
Atualmente, a equipe do projeto segue realizando manutenções e melhorias no rover Rosalind Franklin em preparação para o lançamento. Isso inclui a instalação dos aquecedores fornecidos pela NASA e atualizações de software para que o robô possa entrar em modo autônomo rapidamente assim que tocar o solo marciano (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). O lançamento está previsto para ocorrer na janela de setembro a outubro de 2028, e a viagem interplanetária deve durar cerca de um ano e meio, com o pouso em Marte ocorrendo em meados de 2030. Até lá, engenheiros europeus e parceiros internacionais realizarão uma bateria de testes rigorosos em todos os sistemas, garantindo que cada componente funcione perfeitamente no dia da decolagem e na crítica sequência de pouso.
Objetivos Científicos e Expectativas
A descoberta de possíveis bioassinaturas em Marte seria um marco científico de proporções enormes. A missão ExoMars está preparada para analisar o solo marciano em busca de compostos orgânicos, minerais alterados por processos biológicos e outras pistas que possam indicar se Marte já abrigou vida. Segundo especialistas, esta pode ser a melhor oportunidade que já tivemos de descobrir vestígios de vida marciana, um tipo de investigação descrito como “ciência definidora da humanidade” dado seu potencial impacto (Airbus wins contract for ExoMars lander platform – SpaceNews). Mesmo que nenhuma evidência clara de vida seja encontrada, o rover deverá revelar muitos dados inéditos sobre a geologia e a química do subsolo de Marte, esclarecendo as condições ambientais do passado do planeta vermelho.
Os resultados do Rosalind Franklin também complementarão as descobertas de outras missões em andamento. Por exemplo, o rover Perseverance, da NASA, está explorando outra região de Marte e coletando amostras de rochas superficiais que uma futura missão poderá trazer de volta à Terra. Enquanto o Perseverance foca em depósitos à superfície, o Rosalind Franklin examinará o subterrâneo marciano – abordagens distintas que juntas ampliarão nossa compreensão sobre a habitabilidade de Marte e a possível presença de vida no passado. Esse esforço coletivo de várias missões reflete uma convergência de interesses científicos numa das questões mais intrigantes da exploração planetária: afinal, Marte já teve vida em algum momento de sua história?
Importância para a Exploração Espacial Europeia
Para a ESA e seus Estados-membros, o êxito da missão ExoMars Rosalind Franklin representará não apenas um triunfo científico, mas também um salto tecnológico para o continente. Como enfatiza Kata Escott, diretora da Airbus no Reino Unido, levar o rover a Marte é um imenso desafio internacional que coroa mais de 20 anos de trabalho – e cujo sucesso impulsionaria o conhecimento espacial europeu e avançaria nossa compreensão do Sistema Solar (ESA – ExoMars Rosalind Franklin rover will have a European landing platform). De fato, ao concretizar o pouso e operação de um rover em Marte, a Europa provará sua capacidade de realizar missões planetárias complexas de forma independente, consolidando seu papel como protagonista na exploração espacial. As tecnologias e experiências adquiridas – do sistema de descida controlada aos instrumentos científicos automatizados – serão preciosas para futuras empreitadas, como um eventual retorno de amostras de Marte e até preparativos para missões tripuladas ao planeta vermelho. Em última instância, a missão ExoMars e o rover Rosalind Franklin simbolizam um avanço significativo que inspira não só o público e a comunidade científica, mas também as próximas gerações de projetos dedicados a desvendar os mistérios de Marte e da possível existência de vida além da Terra.
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