A razão pela qual comissárias de bordo sentam sobre as mãos durante a decolagem e a aterrissagem

Você já reparou que os comissários de bordo costumam sentar sobre as mãos durante decolagens e pousos? O gesto pode parecer estranho à primeira vista, mas esconde uma técnica de segurança essencial para proteger a tripulação em situações críticas. A prática faz parte da chamada “posição de brace”, adotada em fases específicas do voo, como taxiar, decolar e aterrissar.

Quando os comissários se acomodam nos assentos reservados para a equipe — geralmente localizados perto das saídas de emergência ou na galley da aeronave —, eles seguem um protocolo preciso. Primeiro, afivelam o cinto de segurança. Em seguida, mantêm a coluna ereta, apoiam os pés totalmente no chão e… sentam em cima das mãos, com as palmas viradas para cima. O objetivo não é combater o frio (embora alguns admitam que ajuda), mas sim limitar os movimentos do corpo em caso de impacto.

A tripulação de cabine precisa se sentar em uma determinada posição durante o taxiamento, a decolagem e o pouso.

Henny Lim, comissária da Cebu Pacific, nas Filipinas, explica que a posição mantém o corpo rígido, reduzindo o risco de lesões em emergências. “Se houver uma colisão, braços e pernas soltos podem se chocar contra objetos ou até sofrer fraturas. Ao restringir os movimentos, protegemos a coluna e as articulações”, detalha. A técnica é reforçada em treinamentos, já que os comissários precisam estar aptos a agir rapidamente após qualquer incidente.

Mas por que sentar especificamente sobre as mãos? A resposta está na biomecânica. Com as mãos presas sob as coxas, os braços ficam naturalmente imobilizados, evitando que se projetem para frente. Além disso, a postura mantém o centro de gravidade estável, diminuindo a chance de desequilíbrio. Anusha Pratima, outra comissária que compartilhou informações em um fórum online, ressalta que as diretrizes variam entre companhias aéreas. Algumas já recomendam apoiar as mãos no colo, mas muitas profissionais ainda preferem o método tradicional — inclusive pelo efeito “aquecedor” em cabins frias, que costumam operar em torno de 20°C.

Para os passageiros, a posição de brace é diferente. Em situações de emergência, a orientação é inclinar o torso para frente, apoiar a cabeça no encosto à frente e colocar as mãos ao lado do rosto. A variação ocorre porque os assentos dos comissários não têm bancos dianteiros para servir de apoio. Enquanto os passageiros se protegem contra o impacto de objetos ou do próprio corpo sendo arremessado, a equipe da cabine precisa garantir que permaneçam íntegras para coordenar uma eventual evacuação.

A tripulação geralmente é orientada a sentar sobre as mãos como parte da posição de segurança.

Vale lembrar que decolagens e pousos são as fases mais críticas de um voo. Estatísticas mostrram que cerca de 61% dos acidentes aéreos acontecem durante esses momentos, segundo dados da Aviation Safety Network. Por isso, a posição é adotada mesmo em condições normais — uma medida preventiva que se tornou padrão na aviação.

Curiosamente, a técnica não se limita aos humanos. Em testes de impacto, manequins usados para simulações também são posicionados de forma similar, comprovando que a distribuição adequada da força reduz danos corporais. Ou seja: da próxima vez que você vir um comissário sentado sobre as mãos, saiba que é um exemplo de como pequenos detalhes podem fazer diferença em situações extremas.

Esse A razão pela qual comissárias de bordo sentam sobre as mãos durante a decolagem e a aterrissagem foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.