Mozilla: Firefox pode sumir se parceria com Google acabar

Google enfrenta processo antitruste nos EUA que pode levar ao fim do acordo financeiro que mantém o buscador como padrão no Mozilla Firefox. Mozilla: Firefox pode sumir se parceria com Google acabar

Mai 5, 2025 - 18:39
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Mozilla: Firefox pode sumir se parceria com Google acabar

O processo antitruste movido contra o Google nos Estados Unidos pode fazer a companhia ser proibida de fechar parcerias exclusivas para o seu serviço ser o mecanismo de busca padrão de navegadores de terceiros. A Mozilla vê essa possibilidade com preocupação. Para a organização, o Firefox pode simplesmente sumir se a parceria com o Google for desfeita.

Iniciado em 2020, o processo antimonopólio contra o Google é movido pelo Departamento de Justiça (DoJ) em conjunto com alguns estados americanos. Em linhas gerais, o DoJ entende que a companhia executou várias ações para ter uma posição amplamente dominante em segmentos como buscas e publicidade na internet.

Para diminuir o poder da empresa nesses mercados, o DoJ propôs uma série de medidas, entre elas, a de que o Google seja separado do Chrome e do Android. Outra medida é a flexibilização dos acordos que o Google tem com organizações como Apple e Mozilla para manter o seu buscador como padrão em navegadores como Safari e Firefox.

Essa flexibilização visa permitir que o usuário possa ter acesso mais fácil a outro mecanismo de busca, por exemplo, podendo selecionar o serviço de seu interesse quando o navegador é instalado pela primeira vez.

Por que a Mozilla teme pelo fim da parceria com o Google?

Porque, se a proposta do DoJ passar a vigorar, existe o risco de que o Google não possa mais pagar para ser o mecanismo de busca padrão de navegadores de terceiros ou, ao menos, não veja mais sentido em manter esse tipo de parceria.

Para Eric Muhlheim, diretor financeiro da Mozilla, esse cenário “é muito assustador”. A declaração foi dada pelo executivo durante uma audiência recente em que ele foi testemunha do caso, conforme explica o Verge.

Muhlheim explicou ainda que a Mozilla terá que fazer cortes significativos em vários departamentos se a parceria com o Google for rompida. O principal projeto afetado seria o Firefox, que responde por cerca de 90% da receita que a Mozilla obtém.

Da receita gerada pelo navegador, cerca de 85% vêm da parceria que faz o Google ser o buscador padrão do Firefox. Isso significa que o fim do acordo entre ambas as partes abalaria seriamente a capacidade da Mozilla de manter os seus projetos.

Ainda de acordo com Muhlheim, os cortes que a organização teria que implementar afetaria de tal modo o desenvolvimento do Firefox que o navegador poderia se tornar menos interessante do que é hoje.

Substituir a receita proveniente do Google por uma parceria com outra empresa não seria fácil. O executivo explicou que a Mozilla já conversou com a Microsoft sobre a possibilidade de o Bing se tornar o navegador padrão do Firefox. Mas, com o Google fora da disputa, o valor dessa parceria seria consideravelmente mais baixo, até porque o Bing é menos eficiente na geração de receita com anúncios.

No fim das contas, toda essa situação pode tornar o Firefox um projeto inviável. Note, porém, que nenhuma decisão foi tomada até o momento. O caso continua sendo analisado pelo DoJ.

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