Américas, iPad e assinaturas salvaram a Apple das tarifas (por ora)
Assinaturas e iPad nas Américas e Japão levantaram receita global da Apple, segundo relatório financeiro do Q2 FY 2025 (findo em mar 25). Américas, iPad e assinaturas salvaram a Apple das tarifas (por ora)

Nesta quinta-feira (01/05), a Apple apresentou o relatório financeiro do segundo trimestre fiscal de 2025 (Q2 FY 2025), período que correspondeu ao primeiro trimestre civil de 2025, abrangendo os meses de janeiro a março. Por enquanto, a Maçã de Cupertino aparentemente não sofreu com o tarifaço do Trump, no que tange a arrecadação da empresa nas Américas.

Na Américas a Apple acredita no iPad como instrumento para dar asas à criatividade (crédito: Apple)
Vamos aos números globais:
RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE | |||
Período → | Q2 FY 2024 (janeiro a março) |
Q2 FY 2025 (janeiro a março) |
Diferença |
Receita | US$ 90,753 bilhões | US$ 95,359 bilhões | + 5,08% |
Lucro | US$ 23,636 bilhões | US$ 24,78 bilhões | + 4,84% |
Esse panorama geral acima que a Apple acabou de divulgar nesta quinta (01/05) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 29 de março de 2025. O tio Laguna se pergunta quando a contabilidade da empresa vai incluir os dias ausentes para coincidir com o trimestre civil (eu sei).
De qualquer forma, vemos uma expressiva alta de 4,8% no lucro trimestral em relação a Q2 FY 2024 e uma bela alta de 5% na receita, que somou pouco mais de US$ 95 bilhões nos 91 dias do Q2 FY 2025. Isso nos leva a uma receita de US$ 1,05 bilhão por dia, resultando em um lucro médio global diário de pouco mais de 272,3 milhões de dólares nas 13 semanas que compõem o período divulgado!
Quais os responsáveis por essa bela alta percentual na receita do segundo trimestre fiscal da Apple?
Para tentarmos entender a composição desse mais de US$ 1 bilhão diário arrecadado, vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:
SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE | |||||
Período → | Receita Q2 FY 2024 |
Receita Q2 FY 2025 |
diferença em relação a Q2 FY 2024 |
||
iPhone | US$ 45,963 bilhões | US$ 46,841 bilhões | + 1,91% | ||
Mac | US$ 7,451 bilhões | US$ 7,949 bilhões | + 6,68% | ||
iPad | US$ 5,559 bilhões | US$ 6,402 bilhões | + 15,16% | ||
vestíveis e acessórios | US$ 7,913 bilhões | US$ 7,522 bilhões | – 4,94% | ||
assinaturas | US$ 23,867 bilhões | US$ 26,645 bilhões | + 13,94% | ||
Receita | US$ 90,75 bilhões | US$ 95,36 bilhões | + 5,08% |
O smartphone ainda é o principal astro da arrecadação da Apple: o segmento capitaneado pelo iPhone representou 49,12% da arrecadação da empresa no Q2 FY 2025. Sem os números específicos de vendas, só podemos especular que o iPhone 16e lançado na civilização dia 28 de fevereiro tenha feito algum sucesso sendo o menos caro e um dos mais lucrativos, afinal vem com mais componentes desenvolvidos pela própria Apple.
As assinaturas têm crescido bem e representaram no Q2 FY 2025 o segundo maior segmento da Apple em arrecadação global, com 27,94% da arrecadação da Apple no período.
Embora não sejam os principais astros da arrecadação, os tablets da empresa conseguiram um expressivo crescimento de mais de 15% na arrecadação dos respectivos segmento graças à procura pelos novos modelos do iPad com o processador Apple M4. Disponíveis no mercado civilizado desde o dia 08 de novembro, podemos dizer que os novos MacBooks com o M4 foram bem mas não tanto quanto os iPads no maior mercado global da Maçã de Cupertino, as Américas.
Tarifas? Nas Américas, a arrecadação cresceu!
RECEITAS DA APPLE NO MUNDO | |||||
Período → | Receita Q2 FY 2024 |
Receita Q2 FY 2025 |
diferença em relação a Q2 FY 2024 |
participação global (Q2 FY 2025) |
|
China continental | US$ 16,372 bilhões | US$ 16,002 bilhões | – 2,26% | 16,78% | |
Japão | US$ 6,262 bilhões | US$ 7,298 bilhões | + 16,54% | 7,65% | |
restante do continente | US$ 6,723 bilhões | US$ 7,29 bilhões | + 8,43% | 7,64% | |
Ásia (total): | US$ 29,357 bilhões | US$ 30,59 bilhões | + 4,2% | 32,08% | |
Europa | US$ 24,123 bilhões | US$ 24,454 bilhões | + 1,37% | 25,64% | |
Américas | US$ 37,273 bilhões | US$ 40,315 bilhões | + 8,16% | 42,28% | |
TOTAL: | US$ 90,75 bilhões | US$ 95,36 bilhões | + 5,08% | 100% |
A Apple sofreu uma leve queda de 2,3% na China, um tombo de US$ 370 milhões ali que foram compensados pelos outros mercados asiáticos. Apenas no Japão, a arrecadação absoluta aumentou em US$ 1 bilhão (mais de 16%) em relação ao Q2 FY 2024. No restante do Ásia, houve crescimento de US$ 567 milhões nesse período relativamente fraco em vendas.
O tio Laguna sempre fez questão de manter o foco dos textos sobre a Maçã de Cupertino no mercado asiático pois tal região sempre vem detalhada nos relatórios financeiros da Apple. Contudo, mais uma vez a China continental teve forte queda. Aliás, o País do Meio vem apresentando queda na arrecadação pelo sétimo trimestre consecutivo.
Na Europa, continente que basicamente impôs o USB-C nos novos iPhones, a Maçã de Cupertino arrecadou pouco mais de 1% em relação ao Q2 FY 2024, totalizando receita de US$ 24,45 bilhões entre janeiro e março de 2025 (Q2 FY 2025). Isso representou alta absoluta de US$ 331 milhões em relação à arrecadação europeia da Apple no primeiro trimestre civil de 2024, quase compensando sozinha a China.
O maior mercado da Apple teve uma bela alta percentual: em comparação com o segundo trimestre fiscal de 2024, vemos uma arrecadação maior em US$ 3 bilhões nas Américas. Isso correspondeu a um crescimento de mais de 8%. Como o continente americano representou 42,28% da arrecadação global no primeiro trimestre civil de 2025 (US$ 40,32 bilhões), podemos especular que as Américas ajudaram a Europa e a Ásia a salvar o lucro global da Apple nesse período conturbado pelo “tarifaço do Trump”.
Em entrevista, Tim Cook disse que não estaria preocupado com as tarifas sobre os iPhones pois a Apple teria alternativas (Índia e Vietnã) às rotas que passem diretamente pela China, além da incerteza quanto à manutenção das tarifas até junho. A empresa espera que as tarifas adicionem US$ 900 milhões em custos à Apple no Q3 FY 2025 (abril a junho), o que diminui as expectativas de lucros dos investidores no atual trimestre em curso.
Como a Maçã de US$ 3,2 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple foi muito bem nas Américas graças às assinaturas e iPads. E apenas deduzindo pelos números de arrecadação apresentados.
Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.
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