O que aconteceria se um buraco negro pequeno atravessasse um humano?

Já pensou o que poderia acontecer se um buraco negro atravessasse seu corpo? Para descobrir, pesquisadores realizaram simulações com buracos negros primordiais, que são objetos teóricos que podem ter se formado logo no início do universo. Os resultados mostraram que a fatalidade dos efeitos dependem da massa do objeto.  10 respostas para perguntas que você pode ter sobre buracos negros Segundo buraco negro mais perto da Terra é descoberto Buracos negros são objetos astronômicos com gravidade tão forte que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar deles. Hoje, os astrônomos consideram que há os buracos negros de massa estelar (que costumam ter até algumas dúzias de vezes a massa do Sol) e os supermassivos, que vivem no coração das galáxias e alcançam bilhões de vezes a massa do nosso astro.  Já os buracos negros primordiais são mais diversos: eles podem ter tanto a massa de apenas um átomo quanto algumas vezes a massa da Terra, por exemplo. Nenhum deles foi observado até o momento, mas os cientistas suspeitam que são extremamente raros — isso se existirem, claro.  -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Assim, para entender melhor os efeitos que estes objetos misteriosos podem causar, a equipe do estudo trabalhou com as forças de maré e as ondas de choque. As forças de maré ocorrem porque, quanto mais perto você fica de uma massa, mais forte é a gravidade dela; portanto, a força de um buraco negro em um objeto depende do quão perto este está.  Efeitos dos buracos negros O segredo para entender os efeitos dos buracos negros está na massa deles. Por exemplo, um buraco negro com massa comparável à de um asteroide iria medir menos de 1 mm, ou seja, as forças de maré iriam afetar uma área bem que pena. Se um deles passasse por um dos seus membros, os danos seriam comparáveis àquele de uma agulha, por exemplo.  O cenário seria bem diferente se um deles passasse pela sua cabeça: as marés gravitacionais seriam fortes o suficiente para romper neurônios. Como essas células são extremamente delicadas, os danos no corpo seriam seríssimos. Muito do risco está nas ondas de choque, causadas pelas interações entre a densidade do corpo e o buraco negro. As ondas poderiam danificar células e transferir energia térmica, que causariam ainda mais danos. Para criar uma onda com energia comparável àquela de um projétil de calibre 22, a massa do buraco negro precisaria ser de apenas 1,4 x 10^14 kg, que está dentro do limite dos buracos negros primordiais.  A boa notícia é que as chances de algo assim acontecer seriam extremamente baixas. Mesmo que buracos negros de massa primordial existam, eles são tão poucos em relação ao restante do universo que a chance de atingirem alguém é menor que 1 em 10 trilhões.   O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv.  Leia também: O universo está em um buraco negro? Físicos dizem que sim Buraco negro expele jato gigantesco e cria estrutura maior que a Via Láctea Veja o tamanho de buracos negros supermassivos em relação ao Sol Vídeo: Curiosidades da Lua   Leia a matéria no Canaltech.

Fev 18, 2025 - 15:50
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O que aconteceria se um buraco negro pequeno atravessasse um humano?

Já pensou o que poderia acontecer se um buraco negro atravessasse seu corpo? Para descobrir, pesquisadores realizaram simulações com buracos negros primordiais, que são objetos teóricos que podem ter se formado logo no início do universo. Os resultados mostraram que a fatalidade dos efeitos dependem da massa do objeto. 

Buracos negros são objetos astronômicos com gravidade tão forte que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar deles. Hoje, os astrônomos consideram que há os buracos negros de massa estelar (que costumam ter até algumas dúzias de vezes a massa do Sol) e os supermassivos, que vivem no coração das galáxias e alcançam bilhões de vezes a massa do nosso astro

Já os buracos negros primordiais são mais diversos: eles podem ter tanto a massa de apenas um átomo quanto algumas vezes a massa da Terra, por exemplo. Nenhum deles foi observado até o momento, mas os cientistas suspeitam que são extremamente raros — isso se existirem, claro. 

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Assim, para entender melhor os efeitos que estes objetos misteriosos podem causar, a equipe do estudo trabalhou com as forças de maré e as ondas de choque. As forças de maré ocorrem porque, quanto mais perto você fica de uma massa, mais forte é a gravidade dela; portanto, a força de um buraco negro em um objeto depende do quão perto este está. 

Efeitos dos buracos negros

O segredo para entender os efeitos dos buracos negros está na massa deles. Por exemplo, um buraco negro com massa comparável à de um asteroide iria medir menos de 1 mm, ou seja, as forças de maré iriam afetar uma área bem que pena. Se um deles passasse por um dos seus membros, os danos seriam comparáveis àquele de uma agulha, por exemplo. 

O cenário seria bem diferente se um deles passasse pela sua cabeça: as marés gravitacionais seriam fortes o suficiente para romper neurônios. Como essas células são extremamente delicadas, os danos no corpo seriam seríssimos.

Muito do risco está nas ondas de choque, causadas pelas interações entre a densidade do corpo e o buraco negro. As ondas poderiam danificar células e transferir energia térmica, que causariam ainda mais danos. Para criar uma onda com energia comparável àquela de um projétil de calibre 22, a massa do buraco negro precisaria ser de apenas 1,4 x 10^14 kg, que está dentro do limite dos buracos negros primordiais

A boa notícia é que as chances de algo assim acontecer seriam extremamente baixas. Mesmo que buracos negros de massa primordial existam, eles são tão poucos em relação ao restante do universo que a chance de atingirem alguém é menor que 1 em 10 trilhões.  

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv

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Vídeo: Curiosidades da Lua

 

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