Por que é importante denunciar golpes sofridos na internet?
Os crimes digitais no Brasil se adaptaram à realidade das redes sociais com o avanço da tecnologia. Para que os cibercriminosos e grupos que aplicam estes golpes sejam identificados, fazer uma denúncia é um processo essencial. Como nascem os golpes com PIX e um paralelo com ataques ransomware Links falsos e mais: 5 tipos de golpe envolvendo o IRPF 2025 Uma pesquisa do DataSenado indicou que quase um quarto dos brasileiros admitiu ter perdido dinheiro em golpes online entre 2023 e 2024. Além disso, entre junho de 2023 e julho de 2024, o país registrou quase 2 milhões de ataques de malware por dia, segundo o Panorama de Ameaças da Kaspersky. O boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil é o ponto de partida que as autoridades têm para começar investigações e tentar recuperar as perdas da vítima. Mas, grande parte das pessoas que são vítimas desses golpes online não registram um BO. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- De acordo com uma pesquisa do Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2024, apenas 30% das pessoas registrou BO após sofrer um golpe de Pix ou boleto falso, 16% registraram após tentativas de golpes via apps ou ligação e 12% após tentativa de golpe financeiro. Para que as autoridades consigam entender o panorama dos golpes no país e saber como esses criminosos atuam, é importante sempre registrar um BO caso sofra um golpe online, e guardar o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Quanto mais provas e evidências, mais fácil e assertivo será o trabalho da polícia. Caso seja vítima de golpes online, veja algumas informações que devem ser guardadas para o boletim de ocorrência: E-mails recebidos; Links em que clicou; Capturas de tela de páginas de dados e conversas; Números de telefone; Dados bancários enviados. Em casos mais complexos, pode ser necessário que peritos façam a perícia no computador ou celular da vítima, de acordo com o diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, Fabio Assolini. Então é recomendado que não se utilize esses dispositivos até que o procedimento seja feito. A seguir, tire as seguintes dúvidas: Como registrar boletim de ocorrência online Como os autores são identificados Como os hackers se escondem online Como registrar boletim de ocorrência online Para registrar um boletim de ocorrência de algum golpe sofrido na internet, você deve acessar a delegacia eletrônica do seu estado ou região. Os estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins possuem uma plataforma integrada, o sistema Sinesp Delegacia Virtual - DEVIR (gov.br), que é ligado ao Gov.br. Já o restante dos estados possui um endereço eletrônico específico para cada localidade. Como os autores são identificados Uma das formas da polícia encontrar e investigar os autores destes crimes é a partir do registro deixado pelo uso de VPNs e proxy, onde procuram pelos serviços legítimos dessas plataformas e pedem pelo log. Outra prática comum é o “follow the money” (siga o dinheiro, em português). Já que muitos dos golpes online envolvem perda financeira, a polícia segue o dinheiro a partir da saída da conta da vítima, até as contas em que ele entrou e foi distribuído. No entanto, o uso de laranjas no esquema e de criptomoedas pode dificultar a investigação. “Com o dinheiro numa conta, eles compram criptomoedas e isso claro dificulta, mas não impossibilita o rastreamento do dinheiro. Isso porque algumas criptomoedas, elas permitem com que você faça o rastreio desse dinheiro e no momento em que esse dinheiro, ele se transforma de criptomoeda em dinheiro real, é o momento em que a polícia vai saber quem teve acesso a esse dinheiro”, explica Assolini. Para que o dinheiro perdido possa voltar para a vítima, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse em nota enviada ao Canaltech que “propôs melhorias do Mecanismo Especial de Devolução, MED 2.0, para aumentar, expressivamente, a taxa de recuperação de valores de vítimas de golpes e fraudes”. A Febraban também reforçou que atua em parceria com forças policiais para identificar e punir criminosos virtuais. Com o Projeto Tentáculos, entre 2018 e 2023 foram 445 mandatos de busca e apreensão e 81 prisões. Se o BO não é feito após o crime online ocorrer, para as autoridades, é como se ele não tivesse acontecido (Imagem: Reprodução/Unsplash) Como os hackers se escondem online Entre as principais ferramentas utilizadas por hackers para se “ocultar” na rede, estão o uso de proxy, a rede Tor e VPN. O proxy é um servidor que serve de intermediário entre o golpista e a internet, e seu uso oferece o anonimato e controle sobre o acesso. É possível que cibercriminosos se conectem à proxies a partir de roteadores, onde o IP de saída para a internet é o aparelho dom

Os crimes digitais no Brasil se adaptaram à realidade das redes sociais com o avanço da tecnologia. Para que os cibercriminosos e grupos que aplicam estes golpes sejam identificados, fazer uma denúncia é um processo essencial.
- Como nascem os golpes com PIX e um paralelo com ataques ransomware
- Links falsos e mais: 5 tipos de golpe envolvendo o IRPF 2025
Uma pesquisa do DataSenado indicou que quase um quarto dos brasileiros admitiu ter perdido dinheiro em golpes online entre 2023 e 2024. Além disso, entre junho de 2023 e julho de 2024, o país registrou quase 2 milhões de ataques de malware por dia, segundo o Panorama de Ameaças da Kaspersky.
O boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil é o ponto de partida que as autoridades têm para começar investigações e tentar recuperar as perdas da vítima. Mas, grande parte das pessoas que são vítimas desses golpes online não registram um BO.
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De acordo com uma pesquisa do Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2024, apenas 30% das pessoas registrou BO após sofrer um golpe de Pix ou boleto falso, 16% registraram após tentativas de golpes via apps ou ligação e 12% após tentativa de golpe financeiro.
Para que as autoridades consigam entender o panorama dos golpes no país e saber como esses criminosos atuam, é importante sempre registrar um BO caso sofra um golpe online, e guardar o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Quanto mais provas e evidências, mais fácil e assertivo será o trabalho da polícia.
Caso seja vítima de golpes online, veja algumas informações que devem ser guardadas para o boletim de ocorrência:
- E-mails recebidos;
- Links em que clicou;
- Capturas de tela de páginas de dados e conversas;
- Números de telefone;
- Dados bancários enviados.
Em casos mais complexos, pode ser necessário que peritos façam a perícia no computador ou celular da vítima, de acordo com o diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, Fabio Assolini. Então é recomendado que não se utilize esses dispositivos até que o procedimento seja feito.
A seguir, tire as seguintes dúvidas:
- Como registrar boletim de ocorrência online
- Como os autores são identificados
- Como os hackers se escondem online
Como registrar boletim de ocorrência online
Para registrar um boletim de ocorrência de algum golpe sofrido na internet, você deve acessar a delegacia eletrônica do seu estado ou região.
Os estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins possuem uma plataforma integrada, o sistema Sinesp Delegacia Virtual - DEVIR (gov.br), que é ligado ao Gov.br.
Já o restante dos estados possui um endereço eletrônico específico para cada localidade.
Como os autores são identificados
Uma das formas da polícia encontrar e investigar os autores destes crimes é a partir do registro deixado pelo uso de VPNs e proxy, onde procuram pelos serviços legítimos dessas plataformas e pedem pelo log.
Outra prática comum é o “follow the money” (siga o dinheiro, em português). Já que muitos dos golpes online envolvem perda financeira, a polícia segue o dinheiro a partir da saída da conta da vítima, até as contas em que ele entrou e foi distribuído.
No entanto, o uso de laranjas no esquema e de criptomoedas pode dificultar a investigação.
“Com o dinheiro numa conta, eles compram criptomoedas e isso claro dificulta, mas não impossibilita o rastreamento do dinheiro. Isso porque algumas criptomoedas, elas permitem com que você faça o rastreio desse dinheiro e no momento em que esse dinheiro, ele se transforma de criptomoeda em dinheiro real, é o momento em que a polícia vai saber quem teve acesso a esse dinheiro”, explica Assolini.
Para que o dinheiro perdido possa voltar para a vítima, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse em nota enviada ao Canaltech que “propôs melhorias do Mecanismo Especial de Devolução, MED 2.0, para aumentar, expressivamente, a taxa de recuperação de valores de vítimas de golpes e fraudes”.
A Febraban também reforçou que atua em parceria com forças policiais para identificar e punir criminosos virtuais. Com o Projeto Tentáculos, entre 2018 e 2023 foram 445 mandatos de busca e apreensão e 81 prisões.
Como os hackers se escondem online
Entre as principais ferramentas utilizadas por hackers para se “ocultar” na rede, estão o uso de proxy, a rede Tor e VPN.
O proxy é um servidor que serve de intermediário entre o golpista e a internet, e seu uso oferece o anonimato e controle sobre o acesso. É possível que cibercriminosos se conectem à proxies a partir de roteadores, onde o IP de saída para a internet é o aparelho doméstico de alguém que teve seu dispositivo invadido.
A rede Tor serve como uma “internet dentro da internet”. Lá, a comunicação é feita de forma cifrada, e o IP real dos usuários não é exibido. Apesar de ser opção para fins legítimos, ela também é utilizada para fins maliciosos.
Por fim, as VPNs são usadas como uma forma de mascarar a localização, como explica Fabio Assolini.
“As VPNs permitem que você se conecte à internet e o seu IP de saída ou IP que aparece publicamente, esteja em outro país. Isso permite que o cibercriminoso esteja no país A, porém o IP dele que aparece na internet pública seja do país B. Existem ainda serviços de VPN que a gente chama de double hop. Ou seja, a conexão final dele passa por dois ou três nós antes de sair para a internet.”
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