Mistério de vulcão boliviano é resolvido e cientistas descobrem o que há embaixo
O Uturuncu é um vulcão dormente na Bolívia, chamado, muitas vezes, de zumbi, já que não entra em atividade desde 250.000 anos atrás, mas passa por tremores, solta pequenas nuvens de gás e se mostra inquieto. Junto a uma deformação em forma de sombrero no seu entorno, esses fatores deixavam cientistas em dúvida — o que acontece abaixo do monte? Ele realmente entraria em erupção em breve? Como se forma um vulcão | Das placas tectônicas à erupção Qual é o maior vulcão do mundo? Em um estudo publicado na revista científica PNAS na última segunda-feira (28) por cientistas de diversas universidades, o mistério foi resolvido. O Uturuncu fica nos Andes, no sudoeste da Bolívia, a 6.008 metros acima do nível do mar, e faz parte dos estratovulcões, cujo formato é cônico, íngreme e formado por várias camadas (ou estratos) de lava solidificada, cinzas e rochas. Descobrindo o Uturuncu Por conta da lava espessa dos estratovulcões, eles guardam gás com facilidade, gerando erupções bastante explosivas. O Uturuncu, desde os anos 1990, vem apresentando uma deformação em formato de sombrero, onde a região central sobe enquanto o entorno afunda. No centro, que tem subido nos últimos 50 anos, a taxa de crescimento é de 1 cm por ano. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- No centro, a cidade de Quetena Chico, no Altiplano Boliviano: o vulcão Uturuncu, à direita, e o Cerro San Antonio, na esquerda, formam a paisagem sendo deformada em forma de sombrero (Imagem: Jon Blundy/University of Oxford) Isso, unido a terremotos e nuvens de gás, especialmente CO2, fez pesquisadores acreditarem que um grande aglomerado magmático poderia estar se formando abaixo do vulcão. O Uturuncu, além disso, fico acima de um reservatório de magma chamado Corpo de Magma Altiplano-Puna. Com sinais coletados de 1.700 terremotos, no entanto, os cientistas do estudo recente conseguiram visualizar a atividade abaixo do vulcão, junto à análise de rochas do monte e de seu entorno. Isso revelou um acúmulo de fluidos aquecidos e gases através de uma espécie de chaminé natural, prendendo CO2 e vapor abaixo do cume do Uturuncu. Água salobra também acaba sendo expulsa pelas laterais do monte por conta do fenômeno. Tanto a deformação quanto as instabilidades do vulcão podem ser explicadas pela descoberta, revelando que o magma não é responsável. O achado pode, segundo os cientistas, ser aplicado em outros vulcões para descobrir porque certos zumbis parecem estar em atividade, mas não chegam a entrar em erupção. Leia mais: Erupção de vulcão vai causar tsunami no Brasil? Não, mas vale o alerta. Entenda! Três vulcões entram em erupção ao mesmo tempo no Alasca Vulcões podem ter trazido a vida de volta à Terra após extinção dos dinossauros VÍDEO: Ideias mirabolantes para evitar o aquecimento global [CT Inovação] Leia a matéria no Canaltech.

O Uturuncu é um vulcão dormente na Bolívia, chamado, muitas vezes, de zumbi, já que não entra em atividade desde 250.000 anos atrás, mas passa por tremores, solta pequenas nuvens de gás e se mostra inquieto. Junto a uma deformação em forma de sombrero no seu entorno, esses fatores deixavam cientistas em dúvida — o que acontece abaixo do monte? Ele realmente entraria em erupção em breve?
Em um estudo publicado na revista científica PNAS na última segunda-feira (28) por cientistas de diversas universidades, o mistério foi resolvido. O Uturuncu fica nos Andes, no sudoeste da Bolívia, a 6.008 metros acima do nível do mar, e faz parte dos estratovulcões, cujo formato é cônico, íngreme e formado por várias camadas (ou estratos) de lava solidificada, cinzas e rochas.
Descobrindo o Uturuncu
Por conta da lava espessa dos estratovulcões, eles guardam gás com facilidade, gerando erupções bastante explosivas. O Uturuncu, desde os anos 1990, vem apresentando uma deformação em formato de sombrero, onde a região central sobe enquanto o entorno afunda. No centro, que tem subido nos últimos 50 anos, a taxa de crescimento é de 1 cm por ano.
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Isso, unido a terremotos e nuvens de gás, especialmente CO2, fez pesquisadores acreditarem que um grande aglomerado magmático poderia estar se formando abaixo do vulcão. O Uturuncu, além disso, fico acima de um reservatório de magma chamado Corpo de Magma Altiplano-Puna.
Com sinais coletados de 1.700 terremotos, no entanto, os cientistas do estudo recente conseguiram visualizar a atividade abaixo do vulcão, junto à análise de rochas do monte e de seu entorno. Isso revelou um acúmulo de fluidos aquecidos e gases através de uma espécie de chaminé natural, prendendo CO2 e vapor abaixo do cume do Uturuncu. Água salobra também acaba sendo expulsa pelas laterais do monte por conta do fenômeno.
Tanto a deformação quanto as instabilidades do vulcão podem ser explicadas pela descoberta, revelando que o magma não é responsável. O achado pode, segundo os cientistas, ser aplicado em outros vulcões para descobrir porque certos zumbis parecem estar em atividade, mas não chegam a entrar em erupção.
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VÍDEO: Ideias mirabolantes para evitar o aquecimento global [CT Inovação]
Leia a matéria no Canaltech.