Mulher de 35 anos acreditava que diagnóstico de câncer incurável foi causado por hábito comum

Aos 35 anos, Bisma Lalji, uma profissional de finanças da Califórnia, recebeu um diagnóstico que mudou sua vida: câncer de mama em estágio quatro, com metástase para os ossos, fígado e vértebras. A descoberta, em fevereiro de 2023, veio após uma dor intensa na coluna, único sintoma perceptível. Exames revelaram que um tumor de um centímetro no seio direito era a origem da doença agressiva. Hoje, aos 37 anos, sua jornada viralizou nas redes sociais, gerando discussões sobre saúde, estresse e hábitos modernos.

Bisma descreveu sua rotina antes do diagnóstico como uma maratona de autocobrança. Trabalhando em um ambiente de alta pressão, ela priorizava prazos e resultados, alimentando-se de café, noites sem dormir e adrenalina. “Mal parava para comer, quanto mais descansar”, relatou no Instagram. Para ela, o estresse crônico foi o gatilho invisível: “Ele desregula hormônios, enfraquece a imunidade e impede a cura natural do corpo”, afirmou. Ainda assim, mesmo durante um divórcio, insistia em ignorar os sinais de exaustão, tratando a privação de sono como “medalha de honra”.

Bisma afirmou que sua condição foi causada por estresse (Instagram/@bismalalji)

A situação se complicou quando, pouco antes do diagnóstico, Bisma descobriu estar grávida. Diante da necessidade de iniciar tratamentos agressivos, enfrentou uma decisão angustiante: interromper a gestação para priorizar sua sobrevivência. Em vídeos no YouTube, ela detalhou o dilema: “Conviver com o câncer avançado já era difícil. Ter que escolher entre viver ou seguir com a gravidez foi devastador”.

Atualmente, seu quadro está estável graças a medicamentos específicos, mas sua mensagem é clara: “Saúde não é moeda de troca. Se você vive no limite, pare agora”. Ela reforça a importância de escutar o corpo e priorizar o bem-estar, algo que, segundo ela, negligenciou durante anos.

O Outro Lado da Moeda: O que Diz a Ciência?

Embora Bisma aponte o estresse como causa direta de sua doença, organizações como a Cancer Research UK trazem um olhar diferente. De acordo com estudos, não há evidências robustas que liguem estresse emocional ao desenvolvimento de câncer. Uma pesquisa com 100 mil mulheres britânicas, por exemplo, não encontrou relação direta entre os dois fatores. Entretanto, especialistas alertam: o estresse pode influenciar indiretamente, ao levar a comportamentos de risco, como consumo excessivo de álcool, tabagismo ou má alimentação.

A Cancer Research UK revelou que não há ligação direta entre estresse e câncer (Instagram/@bismalalji)

Ou seja, não é o estresse em si que aumenta a probabilidade de câncer, mas as escolhas que surgem em meio ao esgotamento. Pessoas sob pressão constante tendem a dormir menos, exercitar-se com menor frequência e adotar dietas pobres em nutrientes — fatores que, combinados, elevam riscos à saúde. Para os cientistas, o caso de Bisma serve como exemplo de como o autocuidado é essencial, ainda que as conexões entre mente e doença sejam complexas.

Um Alertas para Gerações Conectadas

A história de Bisma ecoa em um mundo onde “produtividade a qualquer custo” é glamourizada. Sua experiência questiona a cultura de trabalhar até o limite e ignora sinais físicos em nome de metas profissionais. Enquanto ela busca conscientizar outros sobre equilíbrio, a medicina reforça a necessidade de check-ups regulares — principalmente para o câncer de mama, onde a detecção precoce aumenta drasticamente as chances de cura.

Seja qual for a causa, seu relato expõe uma realidade: a saúde é frágil, e o preço da negligência pode ser irreversível. Em suas próprias palavras: “Ninguém é invencível. Descansar não é opcional — é uma necessidade biológica”.

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