Nintendo e Microsoft em prol da acessibilidade em games

Nintendo, Microsoft, EA, Ubisoft, e Amazon Games lançam iniciativa para uniformizar informações sobre recursos de acessibilidade em games Nintendo e Microsoft em prol da acessibilidade em games

Mar 22, 2025 - 10:49
 0
Nintendo e Microsoft em prol da acessibilidade em games

Iniciativas em prol da acessibilidade em games existem aos montes, a maioria independentes, para atender as necessidades de pessoas com deficiências (PCDs) que também gostam de jogar. Fabricantes e desenvolvedoras implementam soluções como acham que devem, quando o fazem, mas agora, uma iniciativa que reúne Nintendo, Microsoft, Google, Electronic Arts, e Ubisoft, busca tornar mais claras as informações sobre tais recursos.

A Accessible Games Initiative (Iniciativa de Games Acessíveis, no original em inglês), gerenciada pela Associação de Softwares para Entretenimento (ESA), associação comercial de empresas de games dos Estados Unidos, visa a criação de selos e legendas que fornecerão aos consumidores informações claras sobre a presença de funções de acessibilidade em games.

Iniciativas como as da AbleGamers buscam inclusão de pessoas com deficiências na comunidade gamer (Crédito: Divulgação/AbleGamers)

Iniciativas como as da AbleGamers buscam inclusão de pessoas com deficiências na comunidade gamer (Crédito: Divulgação/AbleGamers)

Nintendo e Microsoft por mais acessibilidade

A Accessible Games Initiative é um esforço conjunto inicial das cinco companhias acima citadas, além da ESA, que representa inúmeras outras empresas do mercado de games nos EUA. O conselho principal é formado por Microsoft, Nintendo, EA, Ubisoft, Google, Amazon Games, e Riot Games, com Square Enix e Warner Bros. Games como participantes.

A ideia do projeto é fornecer informações claras e padronizadas sobre a presença de recursos de acessibilidade em jogos, que deverão aparecer nas lojas digitais e nas páginas dos games das empresas que participam do esforço. Dessa forma, os consumidores poderão identificar quais funções de acessibilidade os games possuem, de forma fácil e clara.

A ESA definiu uma lista com 24 categorias, que incluem:

  • Recursos auditivos: conversões de fala-para-texto e de texto-para-fala, múltiplos controles de volume, narração em menus, opções de som em mono, estéreo, e surround;
  • Recursos de jogabilidade: Opções para ajuste do nível de dificuldade, possibilidade de salvar o progresso a qualquer momento;
  • Recursos de entrada: opções básica e completa para remapeamento de controles, games jogáveis apenas com botões, com teclado, com mouse, com controles de toque, sem segurar botões, sem controles de movimento, sem pressionamento rápido de botões, sem controles de toque, possibilidade de inverter o controle analógico;
  • Recursos visuais: ajustes de câmera para opções mais confortáveis, conversões de fala-para-texto e de texto-para-fala, texto claro e legível, opções alternativas de cores, legendas grandes e claras, texto grande.

Segundo a ESA, a responsabilidade por implementar as mudanças nos menus e informações em games cabe a cada empresa, a associação não vai impor prazos para que elas sejam adotadas, e a adoção é voluntária. Trata-se de um esforço conjunto e de boa-vontade, que espera-se ser abraçado por mais desenvolvedoras no futuro.

Nintendo (via Hori), Sony, e Microsoft possuem controles voltados a jogadores PCDs (Crédito: Divulgação/Hori/Nintendo/Microsoft/Sony)

Nintendo (via Hori), Sony, e Microsoft possuem controles voltados a jogadores com deficiências (Crédito: Divulgação/Hori/Nintendo/Microsoft/Sony)

O que nos traz à Sony. A gigante japonesa, embora tenha desenvolvido a ideia original da Accessible Games Initiative com os demais membros do conselho, não faz parte do esforço atual por motivos não divulgados, e não se sabe se a divisão PlayStation irá adotar as medidas propostas, ou não.

Ao mesmo tempo, vale notar que, embora tenha levado muito tempo, tanto a Sony quanto Microsoft e Nintendo (esta, por terceiros) oferecem controles voltados a PCDs, que podem ser profundamente customizados, a fim de se adaptarem às necessidades individuais. Alguns games, da mesma forma, oferecem hoje alguns ajustes, mas o mercado como um todo está longe de ser confortável para quem possui deficiências e quer jogar.

De qualquer forma, a iniciativa da ESA e das companhias envolvidas em padronizar informações de acessibilidade em games é um começo, que seria melhor se toda a indústria adotasse, mas na falta de um esforço conjunto, movimentos independentes de associações como a AbleGamers, que possui representação no Brasil, visam preencher as falhas que fabricantes, distribuidoras, e desenvolvedores não se incomodam de atender.

O The Verge entrou em contato com as empresas ligadas à Accessible Games Initiative, e estas foram as respostas:

  • Riot Games: Enid Brown Nelson, diretor de Acessibilidade de Produtos do estúdio, disse que "como parte do comitê, a desenvolvedora de League of Legends e Valorant desempenhou um papel ativo" ao definir as 24 categorias, e que seu time está desenvolvendo um plano para implementá-las;
  • Ubisoft: David Tisserand, diretor de Acessibilidade da gigante francesa, disse que sua equipe está "planejando a integração" das categorias em seus games, e que deverá dar mais informações "em breve";
  • Microsoft: Anna Waismeyer, líder sênior do Departamento de Pesquisa em Acessibilidade de Redmond, disse que a divisão Xbox também está "trabalhando para implementar" as mudanças propostas, e que "assim que tudo estiver pronto", os jogadores poderão encontrar games destacados tanto com as tags da Accessible Games Initiative, quanto de suas iniciativas internas.

Zoe Ortiz, porta-voz e gerente de Comunicações Externas do Google, não quis se manifestar sobre a iniciativa.

Fonte: The Verge

Nintendo e Microsoft em prol da acessibilidade em games