Novas regras do Pix reforçam segurança e dificultam fraudes: entenda o que muda
Após o vazamento de mais de 25 mil chaves Pix em março, o Banco Central anunciou novas medidas para tornar o sistema mais seguro e dificultar a ação de golpistas. Mas, afinal, o que muda na prática e como você pode se proteger? No Podcast Canaltech, conversamos com Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, empresa especializada em pagamentos digitais, para entender os impactos dessas mudanças e os desafios da segurança financeira no Brasil. Mudança no Pix: como saber se o seu CPF está regular para usar as chaves Ouça agora o episódio completo Fraudes cada vez mais sofisticadas Segundo Marlon, a popularização do Pix veio acompanhada de novos tipos de fraudes e algumas delas usam até ferramentas criadas para proteger o usuário. Um exemplo é o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED). Criado para corrigir transferências feitas por engano, ele tem sido explorado de forma maliciosa pelos golpistas. “O criminoso faz uma transferência de R$ 100 para você e depois liga dizendo que foi um engano. Você confere o nome, acredita na história e devolve o dinheiro para outra conta indicada por ele. Ao mesmo tempo, ele aciona o banco e pede a devolução dos R$ 100 originais. Resultado: ele fica com os dois valores”, explica o CEO. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Esse tipo de fraude, que se aproveita da instantaneidade das transações, já movimentou milhões de reais em prejuízo. “Já vimos casos que somaram mais de R$ 13 milhões. É muito difícil rastrear porque o dinheiro circula rápido por várias contas”, diz Marlon. O que muda com as novas regras do Pix? Para conter esse tipo de golpe, o Banco Central passou a exigir verificação periódica da regularidade de CPFs e CNPJs usados para cadastrar chaves Pix. Agora, bancos e instituições de pagamento são obrigados a checar se os dados estão atualizados na Receita Federal. Além disso, não será mais permitido alterar chaves como e-mail ou chaves aleatórias entre instituições. Se quiser usar essas chaves em outro banco, será necessário excluir e criar uma nova. A exceção fica por conta do número de celular, que continua com possibilidade de portabilidade por estar mais ligado à identidade da pessoa. “A ideia é evitar que golpistas usem dados de empresas inativas ou de pessoas falecidas para aplicar golpes. Isso já aconteceu e é extremamente difícil de investigar depois”, alerta Marlon. Como se proteger no dia a dia Apesar dos avanços no sistema, boa parte dos golpes ainda acontece por meio de técnicas de engenharia social, quando o golpista manipula a vítima emocional ou psicologicamente para que ela não perceba pequenos detalhes, como uma chave Pix diferente ou um comportamento suspeito. Por isso, Marlon reforça algumas dicas básicas que podem evitar grandes prejuízos: Sempre verifique o CPF ou CNPJ do destinatário antes de transferir. Veja se ele realmente pertence à empresa ou pessoa com quem está negociando; Desconfie de promoções boas demais para ser verdade; Nunca faça uma transferência Pix a pedido de alguém que ligou ou mandou mensagem sem confirmação oficial. Peça sempre um e-mail formal com domínio verificado da empresa ou banco; “Golpista é preguiçoso. Quando você começa a pedir mais informações, ele desiste e vai atrás de um alvo mais fácil”, afirma. Brasil pode aprender com o exterior Ao comparar o Brasil com outros países, o CEO da Pagsmile aponta que ainda temos um longo caminho em termos de educação financeira e cultura de prevenção. “Lá fora, isso é ensinado desde a escola. Aqui, falta conhecimento básico sobre o sistema bancário.” Ele cita tecnologias como o 3DS (verificação adicional na hora da compra) e análises comportamentais em tempo real, como horário e localização da transação, já implementadas em outros mercados. “O desafio é encontrar o equilíbrio entre segurança e experiência do usuário”, diz. Marlon também faz um alerta importante: no Brasil, muitas empresas ainda veem segurança como um gasto, não como investimento. “É como seguro: ninguém quer pagar até o dia que precisa. Precisamos de uma mudança cultural, tanto em empresas quanto entre usuários.” O Pix continua sendo uma ferramenta poderosa para a vida financeira dos brasileiros, mas exige atenção e responsabilidade. Com as novas regras, a expectativa é que o sistema fique mais seguro e que os usuários também fiquem mais atentos. Confira outras matérias do Canaltech: Vale a pena ter um "celular do Pix"? Quais são os principais “golpes do Pix” e o que fazer para evitá-los Pagar com PIX pelo NFC do celular é seguro? Entenda como funciona Pagar com PIX pelo NFC do Celular é Seguro? Como Funciona? Leia a matéria no Canaltech.

Após o vazamento de mais de 25 mil chaves Pix em março, o Banco Central anunciou novas medidas para tornar o sistema mais seguro e dificultar a ação de golpistas. Mas, afinal, o que muda na prática e como você pode se proteger? No Podcast Canaltech, conversamos com Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, empresa especializada em pagamentos digitais, para entender os impactos dessas mudanças e os desafios da segurança financeira no Brasil.
- Mudança no Pix: como saber se o seu CPF está regular para usar as chaves
- Ouça agora o episódio completo
Fraudes cada vez mais sofisticadas
Segundo Marlon, a popularização do Pix veio acompanhada de novos tipos de fraudes e algumas delas usam até ferramentas criadas para proteger o usuário. Um exemplo é o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED). Criado para corrigir transferências feitas por engano, ele tem sido explorado de forma maliciosa pelos golpistas.
“O criminoso faz uma transferência de R$ 100 para você e depois liga dizendo que foi um engano. Você confere o nome, acredita na história e devolve o dinheiro para outra conta indicada por ele. Ao mesmo tempo, ele aciona o banco e pede a devolução dos R$ 100 originais. Resultado: ele fica com os dois valores”, explica o CEO.
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Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
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Esse tipo de fraude, que se aproveita da instantaneidade das transações, já movimentou milhões de reais em prejuízo. “Já vimos casos que somaram mais de R$ 13 milhões. É muito difícil rastrear porque o dinheiro circula rápido por várias contas”, diz Marlon.
O que muda com as novas regras do Pix?
Para conter esse tipo de golpe, o Banco Central passou a exigir verificação periódica da regularidade de CPFs e CNPJs usados para cadastrar chaves Pix. Agora, bancos e instituições de pagamento são obrigados a checar se os dados estão atualizados na Receita Federal.
Além disso, não será mais permitido alterar chaves como e-mail ou chaves aleatórias entre instituições. Se quiser usar essas chaves em outro banco, será necessário excluir e criar uma nova. A exceção fica por conta do número de celular, que continua com possibilidade de portabilidade por estar mais ligado à identidade da pessoa.
“A ideia é evitar que golpistas usem dados de empresas inativas ou de pessoas falecidas para aplicar golpes. Isso já aconteceu e é extremamente difícil de investigar depois”, alerta Marlon.
Como se proteger no dia a dia
Apesar dos avanços no sistema, boa parte dos golpes ainda acontece por meio de técnicas de engenharia social, quando o golpista manipula a vítima emocional ou psicologicamente para que ela não perceba pequenos detalhes, como uma chave Pix diferente ou um comportamento suspeito. Por isso, Marlon reforça algumas dicas básicas que podem evitar grandes prejuízos:
- Sempre verifique o CPF ou CNPJ do destinatário antes de transferir. Veja se ele realmente pertence à empresa ou pessoa com quem está negociando;
- Desconfie de promoções boas demais para ser verdade;
- Nunca faça uma transferência Pix a pedido de alguém que ligou ou mandou mensagem sem confirmação oficial. Peça sempre um e-mail formal com domínio verificado da empresa ou banco;
“Golpista é preguiçoso. Quando você começa a pedir mais informações, ele desiste e vai atrás de um alvo mais fácil”, afirma.
Brasil pode aprender com o exterior
Ao comparar o Brasil com outros países, o CEO da Pagsmile aponta que ainda temos um longo caminho em termos de educação financeira e cultura de prevenção. “Lá fora, isso é ensinado desde a escola. Aqui, falta conhecimento básico sobre o sistema bancário.”
Ele cita tecnologias como o 3DS (verificação adicional na hora da compra) e análises comportamentais em tempo real, como horário e localização da transação, já implementadas em outros mercados. “O desafio é encontrar o equilíbrio entre segurança e experiência do usuário”, diz.
Marlon também faz um alerta importante: no Brasil, muitas empresas ainda veem segurança como um gasto, não como investimento. “É como seguro: ninguém quer pagar até o dia que precisa. Precisamos de uma mudança cultural, tanto em empresas quanto entre usuários.”
O Pix continua sendo uma ferramenta poderosa para a vida financeira dos brasileiros, mas exige atenção e responsabilidade. Com as novas regras, a expectativa é que o sistema fique mais seguro e que os usuários também fiquem mais atentos.
Confira outras matérias do Canaltech:
- Vale a pena ter um "celular do Pix"?
- Quais são os principais “golpes do Pix” e o que fazer para evitá-los
- Pagar com PIX pelo NFC do celular é seguro? Entenda como funciona
Pagar com PIX pelo NFC do Celular é Seguro? Como Funciona?
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