Novelas e filmes buscam conforto no desconforto para conquistar público
A inovação e o audiovisual foram os temas centrais do painel sobre os impactos na construção da imagem global do Brasil, realizado na manhã desta segunda-feira (28), no Web Summit Rio. Entre as tendências apresentadas, ganhou destaque o "comfort content", ou seja, a produção de conteúdos de entretenimento que trazem otimismo em meio a tantas incertezas para atrair público. Web Summit confirma novas edições no Rio de Janeiro até 2030 Como viralizar no TikTok? Executiva da rede social dá dicas no Web Summit Rio A nostalgia como um elemento-chave desse "conteúdo aconchegante", que busca conforto no desconforto, foi o caminho que a Globo, que é a maior produtora de conteúdo brasileiro e uma das maiores investidoras do setor, têm encontrado e desenvolvido em diferentes produções, explicou Angela Colla, responsável pela área de negócios internacionais e co-produções da empresa. Para a executiva, essa familiaridade com um conteúdo “antigo” que já foi um grande sucesso impulsiona a tendência global de remakes em novelas, filmes e outras produções audiovisuais. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O sucesso de clássicos como a novela "Pantanal", vendido para 100 países e dublado em 70 idiomas, foi um exemplo citado por Angela. Segundo a executiva, a trama que se passa na região pantaneira se conecta diretamente com o turismo, motivando o público a conhecer as belezas naturais mostradas na dramaturgia. Esse tipo de conteúdo audiovisual oferece segurança emocional ao público, explica a diretora-executiva do Festival do Rio, Ilda Santiago. Além disso, os talentos nacionais e a criatividade impulsionam o interesse internacional pelo país, como reforçou a mediadora Allexia Galvão, do departamento de inovação e gestão da Embratur. Na área do cinema, Ilda exemplificou essa combinação com o filme "O Último Azul", um longa-metragem brasileiro que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim e foi ambientado na floresta amazônica com a participação do ator Rodrigo Santoro. Para a diretora-executiva, o filme possui um "valor incalculável" para o setor audiovisual e um grande potencial para despertar o interesse de conhecer o Brasil. Parcerias e conteúdos que conectam com audiências As parcerias entre empresas do setor também foram destacadas durante o painel. A executiva da Globo explicou que apesar da busca por alcançar a produção nacional em outros países, há uma preocupação em retratar imagens que representam o Brasil, suas formas de comportamento e narrativas marcantes da sociedade. Angela Colla, que atua na área de negócios internacionais e co-produções da Globo, falou sobre a identidade das produções. (Imagem:Anaísa Catucci/Canaltech) "O conteúdo de sucesso se conecta com as pessoas, envolvendo as narrativas e personagens. Temos uma diversidade de conteúdo que vai além do tradicional, ainda mais com streaming que amplia a janela de alcance", explica Angela. Um caso de longevidade é a novela "O Clone", que continua sendo exibida em outros países. “A clonagem não é mais o assunto do momento, ela poderia até ser recriada com assuntos envolvendo a inteligência artificial. Mas o sucesso desta novela ainda se deve à forte história de amor, capaz de ser adaptada a diferentes culturas, mostrando que as pessoas querem se conectar com as histórias", afirma. Influências culturais e o papel "soft power" Um dos desafios envolve levar as produções brasileiras para além das fronteiras, valorizando a capacidade de abordar temas difíceis para reflexão. O cinema brasileiro exerce um papel de "soft power" ao influenciar culturalmente outros países por meio de suas histórias, personagens e estilos de vida, segundo a diretora-executiva do Festival do Rio. “O filme ‘Ainda Estou Aqui’ emociona oferecendo um ‘comfort content', que traz a história de família, amor e perda, valorizando a nossa capacidade de abordar temas difíceis e de tabus", disse Ilda. A importância da cooprodução também foi abordada no painel como um momento de destaque para a indústria nacional e um desejo de expansão além das fronteiras. Enquanto a Globo produz conteúdo para suas plataformas no Brasil, empresas como Disney e Netflix já operam com uma visão global, explicou Angela. "Os nossos conteúdos são locais, precisamos avançar ainda nas parcerias de inovação", afirmou a executiva, mencionando acordos recentes com a Disney para o compartilhamento simultâneo de janelas de streaming de filmes, quebrando paradigmas e representando uma curadoria dupla com potencial de alcance mundial. Ela também destacou o crescente reconhecimento internacional das séries produzidas pela emissora, citando como exemplo "Justiça 2", que recebeu o Seoul International Drama Awards na Coreia do Sul. Para ela, é fundamental "expandir o olhar e trazer a internacionalização para o conteúdo, utilizando o audiovisual como um vetor de influência e soft power". Web

A inovação e o audiovisual foram os temas centrais do painel sobre os impactos na construção da imagem global do Brasil, realizado na manhã desta segunda-feira (28), no Web Summit Rio. Entre as tendências apresentadas, ganhou destaque o "comfort content", ou seja, a produção de conteúdos de entretenimento que trazem otimismo em meio a tantas incertezas para atrair público.
- Web Summit confirma novas edições no Rio de Janeiro até 2030
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A nostalgia como um elemento-chave desse "conteúdo aconchegante", que busca conforto no desconforto, foi o caminho que a Globo, que é a maior produtora de conteúdo brasileiro e uma das maiores investidoras do setor, têm encontrado e desenvolvido em diferentes produções, explicou Angela Colla, responsável pela área de negócios internacionais e co-produções da empresa.
Para a executiva, essa familiaridade com um conteúdo “antigo” que já foi um grande sucesso impulsiona a tendência global de remakes em novelas, filmes e outras produções audiovisuais.
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O sucesso de clássicos como a novela "Pantanal", vendido para 100 países e dublado em 70 idiomas, foi um exemplo citado por Angela. Segundo a executiva, a trama que se passa na região pantaneira se conecta diretamente com o turismo, motivando o público a conhecer as belezas naturais mostradas na dramaturgia.
Esse tipo de conteúdo audiovisual oferece segurança emocional ao público, explica a diretora-executiva do Festival do Rio, Ilda Santiago. Além disso, os talentos nacionais e a criatividade impulsionam o interesse internacional pelo país, como reforçou a mediadora Allexia Galvão, do departamento de inovação e gestão da Embratur.
Na área do cinema, Ilda exemplificou essa combinação com o filme "O Último Azul", um longa-metragem brasileiro que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim e foi ambientado na floresta amazônica com a participação do ator Rodrigo Santoro. Para a diretora-executiva, o filme possui um "valor incalculável" para o setor audiovisual e um grande potencial para despertar o interesse de conhecer o Brasil.
Parcerias e conteúdos que conectam com audiências
As parcerias entre empresas do setor também foram destacadas durante o painel. A executiva da Globo explicou que apesar da busca por alcançar a produção nacional em outros países, há uma preocupação em retratar imagens que representam o Brasil, suas formas de comportamento e narrativas marcantes da sociedade.
"O conteúdo de sucesso se conecta com as pessoas, envolvendo as narrativas e personagens. Temos uma diversidade de conteúdo que vai além do tradicional, ainda mais com streaming que amplia a janela de alcance", explica Angela.
Um caso de longevidade é a novela "O Clone", que continua sendo exibida em outros países. “A clonagem não é mais o assunto do momento, ela poderia até ser recriada com assuntos envolvendo a inteligência artificial. Mas o sucesso desta novela ainda se deve à forte história de amor, capaz de ser adaptada a diferentes culturas, mostrando que as pessoas querem se conectar com as histórias", afirma.
Influências culturais e o papel "soft power"
Um dos desafios envolve levar as produções brasileiras para além das fronteiras, valorizando a capacidade de abordar temas difíceis para reflexão. O cinema brasileiro exerce um papel de "soft power" ao influenciar culturalmente outros países por meio de suas histórias, personagens e estilos de vida, segundo a diretora-executiva do Festival do Rio.
“O filme ‘Ainda Estou Aqui’ emociona oferecendo um ‘comfort content', que traz a história de família, amor e perda, valorizando a nossa capacidade de abordar temas difíceis e de tabus", disse Ilda.
A importância da cooprodução também foi abordada no painel como um momento de destaque para a indústria nacional e um desejo de expansão além das fronteiras. Enquanto a Globo produz conteúdo para suas plataformas no Brasil, empresas como Disney e Netflix já operam com uma visão global, explicou Angela.
"Os nossos conteúdos são locais, precisamos avançar ainda nas parcerias de inovação", afirmou a executiva, mencionando acordos recentes com a Disney para o compartilhamento simultâneo de janelas de streaming de filmes, quebrando paradigmas e representando uma curadoria dupla com potencial de alcance mundial.
Ela também destacou o crescente reconhecimento internacional das séries produzidas pela emissora, citando como exemplo "Justiça 2", que recebeu o Seoul International Drama Awards na Coreia do Sul. Para ela, é fundamental "expandir o olhar e trazer a internacionalização para o conteúdo, utilizando o audiovisual como um vetor de influência e soft power".
Web Summit Rio agita a capital fluminense com debates e inovação tecnológica
Pelo terceiro ano consecutivo, o Rio de Janeiro se tornou o centro da inovação tecnológica com a realização do Web Summit Rio.
Desde o último domingo (27), o Riocentro tem sido palco de palestras, workshops e encontros que reúnem especialistas, fundadores de startups, investidores e executivos de grandes empresas para discutir as tendências do setor.
Com uma expectativa de público superior a 34 mil participantes, mais de 1.400 startups expondo suas soluções e a presença de mais de 500 investidores, o evento se consolida como um ambiente para o aprendizado, a criação de conexões e a identificação de potenciais parcerias e investimentos.
Além da programação principal, o Web Summit Rio oferece uma área de exposição de startups, sessões de mentoria, competições de pitch e diversas oportunidades de networking, estendendo-se até a noite com eventos como o Night Summit.
A programação principal, que concentra grande parte das discussões e novidades, acontece de segunda a quarta-feira, firmando o Rio de Janeiro como um importante polo para o debate e o avanço da tecnologia na América Latina.
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