Os 4 sinais que mostram que um relacionamento está se desgastando, segundo uma psicóloga

Quando um relacionamento começa a se desfazer, os sinais nem sempre são óbvios. Às vezes, são pequenas mudanças no jeito de conversar, no tempo que se passa junto ou até em expressões que se repetem como um eco de algo que já não está mais lá. Ana María Sepé, doutora em psicologia, psicanalista e autora de livros como Reescreva as páginas da sua vida e Do amor se adoece, do amor se cura, explica que certas frases comuns podem ser alertas de que o vínculo emocional está se desgastando.

Em suas pesquisas e atendimentos clínicos, Sepé observou que, quando o amor perde a força, as palavras revelam mais do que os gestos. Ela identificou padrões em discursos de casais que já não conseguiam se reconectar — e esses padrões, segundo ela, servem como um mapa para entender quando uma relação está à beira do fim.

Insultos viram rotina

Em relacionamentos saudáveis, discussões acontecem, mas o respeito permanece. Quando os insultos se tornam frequentes, porém, é sinal de que algo está profundamente errado. Frases como “você nunca faz nada certo” ou “é impossível conviver com você” não são apenas ofensas passageiras. Segundo Sepé, elas refletem uma comunicação que deixou de ser construtiva para se tornar destrutiva.

A psicóloga ressalta que, nessas situações, o desrespeito vira uma linguagem comum. O parceiro ou a parceira não busca mais resolver conflitos, mas sim ferir. Esse comportamento indica um desgaste emocional tão intenso que a conexão inicial pode já estar perdida.

“Somos muito diferentes”

Diferenças são normais em qualquer relação, mas quando a frase “somos muito diferentes” surge repetidamente, o cenário muda. Sepé explica que, em vez de celebrar as singularidades de cada um, a expressão vira uma justificativa para evitar compartilhar momentos.

Por exemplo: se um ama cinema e o outro prefere esportes, em um relacionamento forte, isso pode ser uma oportunidade para explorar novos hobbies juntos. Porém, quando a diferença é usada como motivo para não passar tempo junto (“você gosta de coisas que eu detesto”), isso sinaliza uma desconexão. A frase deixa de ser uma observação e vira um muro que separa os dois.

“Não tenho tempo”

Todos têm compromissos, mas priorizar o parceiro é essencial para manter o vínculo. Quando alguém repete “não tenho tempo” a cada convite para um jantar, uma viagem ou até uma simples conversa, é um alerta vermelho.

Ana María Sepé destaca que, mesmo em rotinas apertadas, quem valoriza a relação encontra brechas para estar presente. Se a falta de tempo se torna crônica, pode significar que a pessoa já não vê motivos para investir no relacionamento. A psicóloga lembra que o tempo dedicado ao outro é um termômetro do interesse — e quando ele some, o amor muitas vezes já se foi. 

“Não tenho vontade” ou “estou entediado”

O tédio ocasional é normal, mas quando vira um estado permanente, a relação perde o sentido. Frases como “não tenho vontade de sair” ou “sinto que estamos na mesmice” mostram que a parceria já não traz alegria.

Para Sepé, o tédio prolongado é um sintoma de que o casal parou de cultivar sonhos e experiências em comum. “Quando dois people deixam de se divertir juntos, de criar memórias ou de planejar o futuro, a solidão a dois se instala”, afirma. Sem projetos compartilhados, a relação vira uma rotina vazia, onde nenhum dos dois se sente verdadeiramente vivo.

Como reconhecer os sinais?

Ana María Sepé enfatiza que essas frases não são sentenças definitivas, mas sim convites à reflexão. Ela sugere observar a frequência e o contexto em que são usadas. Um desentendimento isolado ou um dia estressante não definem o fim de um relacionamento. O problema surge quando essas expressões viram padrão.

A psicóloga também chama atenção para a importância da autopercepção. Se ao ouvir ou pronunciar essas frases você sente um desconforto profundo, é hora de avaliar se a relação ainda faz sentido para ambos. Em muitos casos, reconhecer esses sinais abre portas para conversas honestas e, quem sabe, a reconstrução do vínculo.

No entanto, quando não há disposição para mudar, Sepé afirma que seguir adiante pode ser a escolha mais saudável. Afinal, um relacionamento não deve ser uma fonte constante de dor, mas sim um espaço onde o amor — mesmo nas dificuldades — ainda consegue respirar.

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