Pólen de 90 milhões de anos revela origem das florestas tropicais asiáticas
Uma equipe do instituto Royal Botanical Gardens investigou as florestas tropicais da Ásia em busca da origem da biodiversidade da região — com mais de 8.000 quilômetros e 20.000 ilhas que contêm 50.000 espécies de plantas e 7.000 de vertebrados, esse conjunto da natureza é pra lá de rico em vida. Mas como isso tudo se formou? Como os cupins salvam as florestas tropicais em tempos de seca? O paradoxo da crise climática na maior floresta do mundo A pergunta, apesar de parecer simples, ocupa as mentes de gerações de biólogos. O autor principal do estudo recente das florestas asiáticas, Benedikt G. Kuhnhäuser, afirmou em comunicado que ainda sabemos muito pouco sobre as causas da riqueza na biodiversidade em certas regiões. Para saber mais, ele e sua equipe estudaram as palmeiras ratans da Ásia. Pólen ancestral e as florestas A pesquisa envolveu análises do DNA de espécimes das palmeiras de todo o mundo, buscando suas relações genéticas: também foram feitas comparações com dois fósseis de pólen com 90 milhões de anos, encontrados a 1.930 metros de profundidade na Nova Guiné. Eles também pertenciam a palmeiras ratan e foram achados por um palinólogo, especialista em reconstruir a vegetação de locais com base em pólen soterrado. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O pólen fossilizado das palmeiras ratan de 90 milhões de anos, na parte de cima da imagem, é muito similar ao pólen moderno, na parte de baixo (Imagem: Chris Bates/RBG Kew) Isso levou à descoberta da árvore evolutiva desse tipo de palmeira, que se comporta como uma trepadeira. As diferentes ilhas asiáticas tiveram diferentes papéis na sua história — Bornéu, por exemplo, foi uma importante geradora e distribuidora de espécies, enquanto Nova Guiné viu espécies novas surgiram, porém isoladamente, sem influenciar outros locais do trópico. Já Sumatra agiu como um corredor da flora, permitindo o espalhamento da diversidade das palmeiras pelas ilhas. Com isso, pôde-se compreender melhor de onde veio a biodiversidade local, bem como a mistura curiosa de novo e velho que é vista nos trópicos asiáticos. Isso envolveu extinções e recolonizações completas de algumas regiões. Análises dos fósseis mostraram que as palmeiras ratan e seus parentes têm pelo menos 93,3 milhões de anos, porém cerca de 90% das espécies modernas tiveram origem nos últimos 30 milhões de anos, se espalhando a partir do sudeste asiático. Bornéu foi especialmente importante na geração e distribuição das espécies novas. As palmeiras da Nova Guiné, no entanto, remetem aos eventos de colonização da flora ocorridos há apenas 20 milhões de anos, indicando que as ratan da ilha foram completamente extintas e retornaram depois diversas vezes ao longo da história. Aos poucos, estudos como esse vão revelando os segredos intrigantes da biodiversidade do planeta. Leia também: Floresta fossilizada mais antiga do mundo é descoberta Como preservar a floresta amazônica? Como as plantas sobreviveram ao meteoro que matou os dinossauros VÍDEO: Nanorrobôs nadadores Leia a matéria no Canaltech.

Uma equipe do instituto Royal Botanical Gardens investigou as florestas tropicais da Ásia em busca da origem da biodiversidade da região — com mais de 8.000 quilômetros e 20.000 ilhas que contêm 50.000 espécies de plantas e 7.000 de vertebrados, esse conjunto da natureza é pra lá de rico em vida. Mas como isso tudo se formou?
- Como os cupins salvam as florestas tropicais em tempos de seca?
- O paradoxo da crise climática na maior floresta do mundo
A pergunta, apesar de parecer simples, ocupa as mentes de gerações de biólogos. O autor principal do estudo recente das florestas asiáticas, Benedikt G. Kuhnhäuser, afirmou em comunicado que ainda sabemos muito pouco sobre as causas da riqueza na biodiversidade em certas regiões. Para saber mais, ele e sua equipe estudaram as palmeiras ratans da Ásia.
Pólen ancestral e as florestas
A pesquisa envolveu análises do DNA de espécimes das palmeiras de todo o mundo, buscando suas relações genéticas: também foram feitas comparações com dois fósseis de pólen com 90 milhões de anos, encontrados a 1.930 metros de profundidade na Nova Guiné. Eles também pertenciam a palmeiras ratan e foram achados por um palinólogo, especialista em reconstruir a vegetação de locais com base em pólen soterrado.
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Isso levou à descoberta da árvore evolutiva desse tipo de palmeira, que se comporta como uma trepadeira. As diferentes ilhas asiáticas tiveram diferentes papéis na sua história — Bornéu, por exemplo, foi uma importante geradora e distribuidora de espécies, enquanto Nova Guiné viu espécies novas surgiram, porém isoladamente, sem influenciar outros locais do trópico.
Já Sumatra agiu como um corredor da flora, permitindo o espalhamento da diversidade das palmeiras pelas ilhas. Com isso, pôde-se compreender melhor de onde veio a biodiversidade local, bem como a mistura curiosa de novo e velho que é vista nos trópicos asiáticos. Isso envolveu extinções e recolonizações completas de algumas regiões.
Análises dos fósseis mostraram que as palmeiras ratan e seus parentes têm pelo menos 93,3 milhões de anos, porém cerca de 90% das espécies modernas tiveram origem nos últimos 30 milhões de anos, se espalhando a partir do sudeste asiático. Bornéu foi especialmente importante na geração e distribuição das espécies novas.
As palmeiras da Nova Guiné, no entanto, remetem aos eventos de colonização da flora ocorridos há apenas 20 milhões de anos, indicando que as ratan da ilha foram completamente extintas e retornaram depois diversas vezes ao longo da história. Aos poucos, estudos como esse vão revelando os segredos intrigantes da biodiversidade do planeta.
Leia também:
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- Como preservar a floresta amazônica?
- Como as plantas sobreviveram ao meteoro que matou os dinossauros
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