'Sua filha não está dormindo, sua filha vai ser vítima de um estupro virtual', diz agente infiltrado no Discord para combater crimes contra menores

Policiais e promotores de diferentes regiões do país estão se infiltrando em comunidades online para monitorar grupos criminosos. Veja iniciativas que monitoram a internet para evitar abusos contra crianças e adolescentes Policiais e promotores de diferentes regiões do país estão se infiltrando em comunidades online — especialmente no Discord — para combater crimes brutais contra menores de idade. Entre as violações mais comuns estão a chantagem com fotos íntimas, indução à automutilação, estupro virtual e incitação ao suicídio. O Fantástico deste domingo (6) mostrou como essas operações vêm sendo conduzidas para proteger as vítimas, alertar os pais e levar os agressores à Justiça (veja no vídeo acima). Em uma sala dentro da Secretaria de Segurança Pública, policiais civis monitoram grupos criminosos e, em muitos casos, chegam aos envolvidos quando o crime estava prestes a acontecer — como em um caso de estupro virtual descrito por um dos investigadores. "A gente tava infiltrado e houve a explanação de uma menina, e a partir de então a gente começou monitorar a vítima e conseguimos chegar no endereço da mãe. Eu mesmo peguei o telefone, liguei para mãe e a mãe não acreditou", conta Lisandra Salvariego Colabuono, delegada da Polícia Civil de São Paulo. "Ela disse 'não tem nada de errado aqui na minha casa' e eu disse: tem sim, a senhora vai até o quarto da sua filha, sua filha não está dormindo, sua filha vai ser vítima de um estupro virtual". Os agentes trabalham dia e noite infiltrados nas comunidades no Discord e em outras redes. E também recebem denúncias de ativistas. O núcleo existe desde novembro de 2024. "O nosso monitoramento é totalmente passivo, nós funcionamos como observadores digitais", conta Lisandra Salvariego Colabuono. "Hoje nós temos 92 vítimas de violência salvas. São vítimas que foram agraciadas com o poder de polícia, com a intervenção do estado." A delegada conta, ainda que recentemente a equipe conseguiu impedir um caso de suicídio da mesma forma, ao vivo: "A gente acionou o corpo de bombeiros e a polícia militar". Prisão de abusadores Um dos presos, o soldado do Exército Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, que se intitulava o 'Hitler da Bahia' Reprodução/TV Globo Em novembro, a polícia fez uma operação contra um destes grupos prendeu dois maiores e apreendeu quatro menores de idade. Um dos presos, o soldado do Exército Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, que se intitulava o 'Hitler da Bahia'. Eles são investigados por aliciar e assediar crianças e adolescentes, pornografia infantil, induzir a automutilação e suicídio, e organização criminosa, entre outros crimes. A defesa de Luíz Alexandre nega veementemente as acusações e diz que ele tem total disposição de colaborar com as autoridades. Já o Exército informou que Luíz sofreu diversas punições disciplinares enquanto esteve na corporação e foi excluído do serviço em janeiro. Como os pais podem ajudar na experiência digital dos filhos

Abr 7, 2025 - 21:40
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'Sua filha não está dormindo, sua filha vai ser vítima de um estupro virtual', diz agente infiltrado no Discord para combater crimes contra menores

Policiais e promotores de diferentes regiões do país estão se infiltrando em comunidades online para monitorar grupos criminosos. Veja iniciativas que monitoram a internet para evitar abusos contra crianças e adolescentes Policiais e promotores de diferentes regiões do país estão se infiltrando em comunidades online — especialmente no Discord — para combater crimes brutais contra menores de idade. Entre as violações mais comuns estão a chantagem com fotos íntimas, indução à automutilação, estupro virtual e incitação ao suicídio. O Fantástico deste domingo (6) mostrou como essas operações vêm sendo conduzidas para proteger as vítimas, alertar os pais e levar os agressores à Justiça (veja no vídeo acima). Em uma sala dentro da Secretaria de Segurança Pública, policiais civis monitoram grupos criminosos e, em muitos casos, chegam aos envolvidos quando o crime estava prestes a acontecer — como em um caso de estupro virtual descrito por um dos investigadores. "A gente tava infiltrado e houve a explanação de uma menina, e a partir de então a gente começou monitorar a vítima e conseguimos chegar no endereço da mãe. Eu mesmo peguei o telefone, liguei para mãe e a mãe não acreditou", conta Lisandra Salvariego Colabuono, delegada da Polícia Civil de São Paulo. "Ela disse 'não tem nada de errado aqui na minha casa' e eu disse: tem sim, a senhora vai até o quarto da sua filha, sua filha não está dormindo, sua filha vai ser vítima de um estupro virtual". Os agentes trabalham dia e noite infiltrados nas comunidades no Discord e em outras redes. E também recebem denúncias de ativistas. O núcleo existe desde novembro de 2024. "O nosso monitoramento é totalmente passivo, nós funcionamos como observadores digitais", conta Lisandra Salvariego Colabuono. "Hoje nós temos 92 vítimas de violência salvas. São vítimas que foram agraciadas com o poder de polícia, com a intervenção do estado." A delegada conta, ainda que recentemente a equipe conseguiu impedir um caso de suicídio da mesma forma, ao vivo: "A gente acionou o corpo de bombeiros e a polícia militar". Prisão de abusadores Um dos presos, o soldado do Exército Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, que se intitulava o 'Hitler da Bahia' Reprodução/TV Globo Em novembro, a polícia fez uma operação contra um destes grupos prendeu dois maiores e apreendeu quatro menores de idade. Um dos presos, o soldado do Exército Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, que se intitulava o 'Hitler da Bahia'. Eles são investigados por aliciar e assediar crianças e adolescentes, pornografia infantil, induzir a automutilação e suicídio, e organização criminosa, entre outros crimes. A defesa de Luíz Alexandre nega veementemente as acusações e diz que ele tem total disposição de colaborar com as autoridades. Já o Exército informou que Luíz sofreu diversas punições disciplinares enquanto esteve na corporação e foi excluído do serviço em janeiro. Como os pais podem ajudar na experiência digital dos filhos