A verdade por trás da foto de ‘Adolf Hitler’ supostamente tirada anos após sua morte, revelada em documento da CIA
Nas últimas semanas, uma teoria viral invadiu as redes sociais: Adolf Hitler não teria cometido suicídio em 1945, mas escapado… Esse A verdade por trás da foto de ‘Adolf Hitler’ supostamente tirada anos após sua morte, revelada em documento da CIA foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.


Nas últimas semanas, uma teoria viral invadiu as redes sociais: Adolf Hitler não teria cometido suicídio em 1945, mas escapado para a América do Sul, onde viveu escondido até pelo menos a década de 1950. A alegação se baseia em documentos da CIA divulgados em 2017, que incluem relatos de um ex-soldado alemão afirmando ter encontrado o líder nazista na Colômbia. Mas será que há fundamento nessa história? Vamos desvendar os fatos por trás do boato.
Tudo começou com a republicação de arquivos antigos da CIA relacionados ao assassinato de John F. Kennedy em 1963. Entre os milhares de páginas disponibilizadas, um relatório de 1955 chamou atenção. Nele, um agente identificado como CIMELODY-3 descreve o depoimento de um amigo que conversou com Phillip Citroen, ex-membro da SS (a tropa de elite nazista). Citroen teria dito que Hitler estava vivo na Colômbia, trabalhando como comerciante, e que se encontrou com ele mensalmente durante viagens a serviço de uma empresa de navegação holandesa.

As pessoas alegaram que Hitler escapou após a Segunda Guerra Mundial
O documento menciona ainda uma foto supostamente tirada em janeiro de 1955, na Argentina, mostrando Citroen ao lado de um homem identificado como Adolf Schüttelmayor — nome que, segundo o ex-soldado, era um pseudônimo de Hitler. A imagem, de baixa qualidade, traz uma inscrição no verso com data e local: “Tunga, Colômbia, 1954”. Apesar do tom misterioso, o próprio relatório da CIA adverte que as informações são de terceira mão e não há como confirmar sua veracidade. Em outubro do mesmo ano, outro memorando interno classificou a história como “fantasiosa” e destacou que a foto era de qualidade tão ruim que não valia a pena reproduzi-la.
Apesar do ceticismo evidente da própria agência, os posts nas redes sociais trataram o caso como uma “revelação bombástica”. Muitos usuários ignoraram que os arquivos não são novos — foram tornados públicos em 2017 — e que a CIA nunca considerou o relato crível. Em novembro de 1955, a agência encerrou as investigações sobre o caso, declarando que gastar recursos naquela pista era “perda de tempo”, já que as chances de encontrar algo concreto eram mínimas.
Mas e as “provas” apresentadas pelos teóricos da conspiração? A foto amplamente compartilhada nas redes mostra dois homens em trajes informais. O da direita, de bigode fino, lembra vagamente Hitler, mas a imagem é tão desfocada que qualquer semelhança se perde na pixelização. Especialistas em análise forense já apontaram que, mesmo em 1955, Hitler teria 66 anos, enquanto o homem na foto parece mais jovem. Além disso, o suposto ditador apareceria em público sem disfarces, quase uma década após o fim da guerra, o que contraria a lógica de quem precisaria viver na clandestinidade.
Outro ponto crucial é a falta de evidências diretas. O relato de Citroen chegou à CIA por meio de um amigo de um agente, que ouviu a história em uma conversa casual. Não há registros de que o ex-soldado tenha sido interrogado ou que a foto tenha sido submetida a análise técnica. Para piorar, o nome “Schüttelmayor” não consta em nenhum arquivo histórico alemão ou colombiano da época, sugerindo que poderia ser uma invenção ou erro de interpretação.
Enquanto isso, as provas da morte de Hitler em 1945 seguem sólidas. Testemunhas oculares, como seu ajudante-de-ordens Heinz Linge, descreveram em detalhes o momento do suicídio no bunker de Berlim. Em suas memórias, publicadas em 1980, Linge relata que ouviu o disparo do revólver, entrou no quarto e encontrou o corpo de Hitler com um tiro na têmpora direita, ao lado de Eva Braun, que ingeriu cianeto. Restos dentários e fragmentos cranianos encontrados no local foram analisados por especialistas soviéticos e franceses, confirmando a identidade do ditador.

A imagem desencadeou uma grande conspiração.
A CIA também mantém em seu site um relatório de autópsia soviético de 1968, que reconhece a morte de Hitler no bunker. Embora a União Soviética tenha alimentado teorias sobre uma possível fuga nos anos posteriores à guerra — por razões políticas —, documentos desclassificados após a queda do Muro de Berlim corroboram a versão do suicídio. Até mesmo os arquivos do FBI, que investigaram rumores similares nas décadas de 1940 e 1950, concluíram que não havia indícios confiáveis de que Hitler havia sobrevivido.
É verdade que muitos nazistas fugiram para a Argentina e outros países sul-americanos após a guerra, como Josef Mengele e Adolf Eichmann. Porém, esses casos envolviam figuras de segundo escalão, que não chamariam tanta atenção quanto o próprio Führer. A ideia de que Hitler, um dos homens mais caçados do planeta na época, conseguiria viver décadas em uma pequena cidade colombiana sem ser descoberto desafia a lógica. Além disso, em 1955, ele já sofria de Parkinson avançado e outros problemas de saúde, o que tornaria ainda mais difícil manter o anonimato.
No fim das contas, a viralização dessas teorias diz mais sobre o poder das redes sociais em reviver mitos antigos do que sobre a plausibilidade histórica. A combinação de documentos oficiais, fotos descontextualizadas e narrativas cheias de lacunas cria uma ilusão de credibilidade, mas não resiste a uma análise crítica. Enquanto a lenda de Hitler na América do Sul pode render enredos de filmes e livros, a realidade — embora menos cinematográfica — está respaldada por décadas de investigações e evidências concretas.
Esse A verdade por trás da foto de ‘Adolf Hitler’ supostamente tirada anos após sua morte, revelada em documento da CIA foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.