Como o MED combate os golpes no Pix e facilita a recuperação de dinheiro

Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma das respostas ao aumento dos golpes via Pix, que seguem se sofisticando. Com o crescimento das transações instantâneas, cresce também a atenção dos brasileiros à segurança e à recuperação de valores perdidos por erro ou fraude. App do Nubank ganha Pix por Aproximação, mas apenas no Android Nova regra do Pix em 2025: entenda a regra de fiscalização da Receita Em entrevista exclusiva ao Podcast Canaltech, Clara Bastos, responsávcel pela área juridica, regulatória e de risco da Aarin, empresa de tecnologia financeira, explicou como o MED funciona na prática, como ele tem ajudado a combater fraudes no sistema de pagamentos e o que muda com a chegada do MED 2.0. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O que é o MED? O Mecanismo Especial de Devolução foi criado pelo Banco Central para resolver um dos maiores desafios do Pix: a rapidez das transações, que não permite mais o tempo de espera para cancelar ou corrigir um erro, como acontece com boletos e TEDs.  Desde a criação do Pix, em 2020, as transferências instantâneas se tornaram uma revolução, mas com isso surgiram novos tipos de golpes, como phishing e clonagem de WhatsApp.O MED é uma solução para esses problemas, pois garante até 80 dias após a transação para solicitar a devolução do valor perdido.  Para acionar o MED, o cliente precisa entrar em contato com sua instituição bancária e abrir um processo de devolução, fornecendo evidências do golpe ou erro, como prints de conversas, documentos e até mesmo boletins de ocorrência. Como o MED funciona na prática? A especialista ressalta que o primeiro passo é agir rapidamente e entrar em contato com a instituição financeira. Quanto mais rápido o processo for aberto, maiores as chances de recuperar o valor perdido, já que o dinheiro pode ser transferido várias vezes entre contas.  O banco, ao receber a solicitação, entra em contato com a instituição que recebeu o valor, tentando bloquear a quantia. Caso a análise prove que houve fraude ou erro, o valor é devolvido ao solicitante. Em casos mais complexos, como quando o dinheiro foi movimentado entre várias contas, a tecnologia utilizada no MED permite o rastreamento de transações. Cada transação no Pix possui um código único, chamado E2E (End-to-End), que permite rastrear o caminho do dinheiro e identificar a origem e o destino da transferência, facilitando o processo de devolução. O que muda com o MED 2.0? O MED 2.0 promete melhorar ainda mais a recuperação de valores, com a implementação de triangulação entre as instituições financeiras. Isso significa que, ao identificar uma fraude, a solicitação de devolução será enviada de forma imediata para todas as instituições envolvidas, aumentando as chances de bloqueio do valor antes que ele seja dispersado. Além disso, o canal direto de solicitação de MED, que deve entrar em vigor em agosto, permitirá que os consumidores realizem o processo de forma ainda mais rápida e prática, diretamente pelo aplicativo bancário.  Esse recurso visa a transparência e eficiência, já que o usuário poderá acompanhar o status da solicitação e o andamento do processo em tempo real. O desafio das fraudes no Pix Apesar das melhorias implementadas, o número de solicitações de devolução ainda é baixo. Bastos observa que, em 2024, apenas 31% das solicitações de MED foram atendidas, e a taxa de recuperação do dinheiro foi de cerca de 10%.  A expectativa é que esses números aumentem com as mudanças do MED 2.0. A especialista destacou também que a engenharia social ainda é o principal motor por trás dos golpes no Pix. Muitos golpes são realizados a partir de contatos fraudulentos, onde os golpistas se fazem passar por amigos ou familiares, convencendo as vítimas a transferir dinheiro para contas de criminosos.  Para combater isso, ela recomenda que os consumidores fiquem cada vez mais atentos às mensagens recebidas, especialmente aquelas que envolvem urgência ou ofertas vantajosas. Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido.  Com o MED 2.0, o Banco Central espera melhorar ainda mais a assertividade das devoluções e ajudar a combater os crimes que têm se proliferado com o crescimento do Pix. No entanto, a proteção mais eficaz ainda está na prevenção: nunca compartilhe dados pessoais ou bancários sem ter certeza da identidade da pessoa com quem está se comunicando. O Pix chegou para facilitar o nosso dia a dia, mas é fundamental que todos se mantenham

Mai 11, 2025 - 17:34
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Como o MED combate os golpes no Pix e facilita a recuperação de dinheiro

Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma das respostas ao aumento dos golpes via Pix, que seguem se sofisticando. Com o crescimento das transações instantâneas, cresce também a atenção dos brasileiros à segurança e à recuperação de valores perdidos por erro ou fraude.

Em entrevista exclusiva ao Podcast Canaltech, Clara Bastos, responsávcel pela área juridica, regulatória e de risco da Aarin, empresa de tecnologia financeira, explicou como o MED funciona na prática, como ele tem ajudado a combater fraudes no sistema de pagamentos e o que muda com a chegada do MED 2.0.

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O que é o MED?

O Mecanismo Especial de Devolução foi criado pelo Banco Central para resolver um dos maiores desafios do Pix: a rapidez das transações, que não permite mais o tempo de espera para cancelar ou corrigir um erro, como acontece com boletos e TEDs. 

Desde a criação do Pix, em 2020, as transferências instantâneas se tornaram uma revolução, mas com isso surgiram novos tipos de golpes, como phishing e clonagem de WhatsApp.O MED é uma solução para esses problemas, pois garante até 80 dias após a transação para solicitar a devolução do valor perdido. 

Para acionar o MED, o cliente precisa entrar em contato com sua instituição bancária e abrir um processo de devolução, fornecendo evidências do golpe ou erro, como prints de conversas, documentos e até mesmo boletins de ocorrência.

Como o MED funciona na prática?

A especialista ressalta que o primeiro passo é agir rapidamente e entrar em contato com a instituição financeira. Quanto mais rápido o processo for aberto, maiores as chances de recuperar o valor perdido, já que o dinheiro pode ser transferido várias vezes entre contas. 

O banco, ao receber a solicitação, entra em contato com a instituição que recebeu o valor, tentando bloquear a quantia. Caso a análise prove que houve fraude ou erro, o valor é devolvido ao solicitante.

Em casos mais complexos, como quando o dinheiro foi movimentado entre várias contas, a tecnologia utilizada no MED permite o rastreamento de transações.

Cada transação no Pix possui um código único, chamado E2E (End-to-End), que permite rastrear o caminho do dinheiro e identificar a origem e o destino da transferência, facilitando o processo de devolução.

O que muda com o MED 2.0?

O MED 2.0 promete melhorar ainda mais a recuperação de valores, com a implementação de triangulação entre as instituições financeiras. Isso significa que, ao identificar uma fraude, a solicitação de devolução será enviada de forma imediata para todas as instituições envolvidas, aumentando as chances de bloqueio do valor antes que ele seja dispersado.

Além disso, o canal direto de solicitação de MED, que deve entrar em vigor em agosto, permitirá que os consumidores realizem o processo de forma ainda mais rápida e prática, diretamente pelo aplicativo bancário. 

Esse recurso visa a transparência e eficiência, já que o usuário poderá acompanhar o status da solicitação e o andamento do processo em tempo real.

O desafio das fraudes no Pix

Apesar das melhorias implementadas, o número de solicitações de devolução ainda é baixo. Bastos observa que, em 2024, apenas 31% das solicitações de MED foram atendidas, e a taxa de recuperação do dinheiro foi de cerca de 10%.  A expectativa é que esses números aumentem com as mudanças do MED 2.0.

A especialista destacou também que a engenharia social ainda é o principal motor por trás dos golpes no Pix. Muitos golpes são realizados a partir de contatos fraudulentos, onde os golpistas se fazem passar por amigos ou familiares, convencendo as vítimas a transferir dinheiro para contas de criminosos. 

Para combater isso, ela recomenda que os consumidores fiquem cada vez mais atentos às mensagens recebidas, especialmente aquelas que envolvem urgência ou ofertas vantajosas.

Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido. 

Com o MED 2.0, o Banco Central espera melhorar ainda mais a assertividade das devoluções e ajudar a combater os crimes que têm se proliferado com o crescimento do Pix. No entanto, a proteção mais eficaz ainda está na prevenção: nunca compartilhe dados pessoais ou bancários sem ter certeza da identidade da pessoa com quem está se comunicando.

O Pix chegou para facilitar o nosso dia a dia, mas é fundamental que todos se mantenham atentos para evitar cair em golpes.

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