gamescom latam 2025: Julio Vieitez fala sobre Garena Delta Force, novo FPS da empresa

Reviver uma franquia de jogos dormente por mais de 15 anos não é uma tarefa simples. Porém, é a que a desenvolvedora chinesa TiMi Studio Group se propôs a encarar ao lançar Delta Force, um novo capítulo da série de jogos de tiro em primeira pessoa que foi inaugurada em 1998.Após alguns períodos em teste beta, o título foi oficialmente lançado para dispositivos móveis e PCs no final de abril deste ano. Na América Latina, o game chegou ao mercado pelas mãos da Garena, cujo estande na gamescom latam 2025 é dedicado ao lançamento.Para conhecer mais sobre o jogo e entender como ele se encaixa no mercado brasileiro, conversamos com Julio Vieitez, Head de Distribuição da Garena Brasil. Confira a entrevista na íntegra, com edições para facilitar a leitura:GameBlast: Uma coisa que nos interessou bastante é o uso da marca Delta Force, pois é uma franquia que já existe há muito tempo. Como vocês estão tratando esse lançamento? A gente pode considerar como um reboot da marca, um relançamento?Julio Vieitez: É uma ótima pergunta. Sim, seria como um relançamento mesmo. Por exemplo, eu tenho 47 anos. Então eu peguei essa marca quando eu estava no início da adolescência. Ou seja, a maioria das pessoas que vão jogar agora não conheceram a série no passado.A gente tem algumas marcas que lançaram na mesma época, por exemplo, o Sonic. Mas o Sonic teve vários jogos. O Delta Force não. Ele teve um lançamento muito bom, emblemático da época, mas ele não teve uma continuidade depois. Então, acaba sendo uma renovação da marca.GameBlast: Sendo uma série antiga, ela tem uma gameplay mais clássica. Como vocês conseguiram dosar esse tipo de jogabilidade com novidades?Julio Vieitez: Embora ela tenha esse gameplay mais clássico de warfare, que é a guerra aberta, ela é uma das partes.Hoje o jogo já tem dois modos que são fortes. O modo Zona de Risco, focado em extração, é o mais recente. Ele carrega um pouco dessa parte tradicional, mas tem elementos novos de gameplay também. Isso eu estou falando da parte mesmo da gameplay base.Agora, é claro que, do resto, é tudo novo. Desde eventos online que antes não existiam até a própria possibilidade de ser online. Tem muita coisa que não existia na época do Delta Force original, mas que hoje já é tradicional.Então, eu acho que, do lado clássico, ele carrega muito mais a experiência de ser um FPS, essa parte do warfare. Mas, tirando essa parte muito, vamos dizer, restrita. o resto é tudo mais moderno, mais voltado ao que já existe no mercado atualmente.GameBlast: Você comentou sobre os modos. Há o modo de extração e um modo 24 jogadores contra 24 jogadores. Você pode explicar um pouco deles?Julio Vieitez: O 24 contra 24 tem uma coisa interessante. Se a gente parar pra pensar, por exemplo, um Free Fire, que é um battle royale, são 50 jogadores. O 24 contra 24, em termos de usuários, acaba sendo a mesma quantidade de uma partida de um battle royale, mas, numa disposição diferente. Cada grupo vai progredindo e tentando conquistar os territórios novos. É uma batalha bem intensa porque você tem vários alvos, mas você também é alvo de várias pessoas. E era algo que não existia ainda no celular. O segundo modo, de extração, é mais hardcore. Por mais que você jogue com outras duas pessoas, na hora que você for experimentar, ele é bem mais difícil. Se você não conseguir fazer a extração, você perde todos os itens que coletou. Conforme você for explorando e  juntando o loot, vai ter que decidir quando vai sair. Quanto mais você vai ficando, mais difícil é a hora da saída. Então, é um modo que as pessoas precisam se dedicar mais para entender como ele funciona e para conseguir fazer essa extração bem sucedida. Tem um outro modo que a gente vai lançar na semana que vem, que é de três squads. Então, é um três contra três contra três. Esse vai ser um modo mais dinâmico. Eu acho que esse modo no Brasil vai ser muito bem sucedido, porque é uma partida mais rápida, pensada em celulares. Como o Delta Force tem o cross progression, o que eu evoluo no PC eu carrego na hora que eu for acessar no mobile, na mesma conta.GameBlast: Isso é interessante, porque, às vezes, essas partidas de FPS costumam durar algum tempo. No mobile, a gente está acostumado a partidas mais curtas. Então, o jogo está buscando abraçar tanto o jogador que tem um tempo mais curto no mobile, quanto o jogador de PC que tem tempo a mais para despender?Julio Vieitez: Exatamente. Se você jogar uma partida do modo de extração ou de 24 contra 24, as partidas duram entre 20 e 40 minutos, se for uma partida muito acirrada. A gente sabe que é uma sessão longa para celular. É por isso que eu acho que o três contra três contra três vai ser bem recebido no mobile. A pessoa consegue fazer várias partidas curtas.GameBlast: Você comentou sobre coisas que o jogo está trazendo que não são muito comuns de se encontrar em FPS. Você poderia detalhar um pouco mais como o jogo está buscando se diferenciar de outros FPS que existem no mercado?Julio Vieitez: Eu acho que

Mai 2, 2025 - 22:53
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gamescom latam 2025: Julio Vieitez fala sobre Garena Delta Force, novo FPS da empresa

Reviver uma franquia de jogos dormente por mais de 15 anos não é uma tarefa simples. Porém, é a que a desenvolvedora chinesa TiMi Studio Group se propôs a encarar ao lançar Delta Force, um novo capítulo da série de jogos de tiro em primeira pessoa que foi inaugurada em 1998.


Após alguns períodos em teste beta, o título foi oficialmente lançado para dispositivos móveis e PCs no final de abril deste ano. Na América Latina, o game chegou ao mercado pelas mãos da Garena, cujo estande na gamescom latam 2025 é dedicado ao lançamento.

Para conhecer mais sobre o jogo e entender como ele se encaixa no mercado brasileiro, conversamos com Julio Vieitez, Head de Distribuição da Garena Brasil. Confira a entrevista na íntegra, com edições para facilitar a leitura:

GameBlast: Uma coisa que nos interessou bastante é o uso da marca Delta Force, pois é uma franquia que já existe há muito tempo. Como vocês estão tratando esse lançamento? A gente pode considerar como um reboot da marca, um relançamento?

Julio Vieitez: É uma ótima pergunta. Sim, seria como um relançamento mesmo. Por exemplo, eu tenho 47 anos. Então eu peguei essa marca quando eu estava no início da adolescência. Ou seja, a maioria das pessoas que vão jogar agora não conheceram a série no passado.

A gente tem algumas marcas que lançaram na mesma época, por exemplo, o Sonic. Mas o Sonic teve vários jogos. O Delta Force não. Ele teve um lançamento muito bom, emblemático da época, mas ele não teve uma continuidade depois. Então, acaba sendo uma renovação da marca.

GameBlast: Sendo uma série antiga, ela tem uma gameplay mais clássica. Como vocês conseguiram dosar esse tipo de jogabilidade com novidades?

Julio Vieitez: Embora ela tenha esse gameplay mais clássico de warfare, que é a guerra aberta, ela é uma das partes.

Hoje o jogo já tem dois modos que são fortes. O modo Zona de Risco, focado em extração, é o mais recente. Ele carrega um pouco dessa parte tradicional, mas tem elementos novos de gameplay também. Isso eu estou falando da parte mesmo da gameplay base.

Agora, é claro que, do resto, é tudo novo. Desde eventos online que antes não existiam até a própria possibilidade de ser online. Tem muita coisa que não existia na época do Delta Force original, mas que hoje já é tradicional.

Então, eu acho que, do lado clássico, ele carrega muito mais a experiência de ser um FPS, essa parte do warfare. Mas, tirando essa parte muito, vamos dizer, restrita. o resto é tudo mais moderno, mais voltado ao que já existe no mercado atualmente.



GameBlast: Você comentou sobre os modos. Há o modo de extração e um modo 24 jogadores contra 24 jogadores. Você pode explicar um pouco deles?

Julio Vieitez: O 24 contra 24 tem uma coisa interessante. Se a gente parar pra pensar, por exemplo, um Free Fire, que é um battle royale, são 50 jogadores. O 24 contra 24, em termos de usuários, acaba sendo a mesma quantidade de uma partida de um battle royale, mas, numa disposição diferente. Cada grupo vai progredindo e tentando conquistar os territórios novos. É uma batalha bem intensa porque você tem vários alvos, mas você também é alvo de várias pessoas. E era algo que não existia ainda no celular. 

O segundo modo, de extração, é mais hardcore. Por mais que você jogue com outras duas pessoas, na hora que você for experimentar, ele é bem mais difícil. Se você não conseguir fazer a extração, você perde todos os itens que coletou. Conforme você for explorando e  juntando o loot, vai ter que decidir quando vai sair. Quanto mais você vai ficando, mais difícil é a hora da saída. Então, é um modo que as pessoas precisam se dedicar mais para entender como ele funciona e para conseguir fazer essa extração bem sucedida. 

Tem um outro modo que a gente vai lançar na semana que vem, que é de três squads. Então, é um três contra três contra três. Esse vai ser um modo mais dinâmico. Eu acho que esse modo no Brasil vai ser muito bem sucedido, porque é uma partida mais rápida, pensada em celulares. Como o Delta Force tem o cross progression, o que eu evoluo no PC eu carrego na hora que eu for acessar no mobile, na mesma conta.

GameBlast: Isso é interessante, porque, às vezes, essas partidas de FPS costumam durar algum tempo. No mobile, a gente está acostumado a partidas mais curtas. Então, o jogo está buscando abraçar tanto o jogador que tem um tempo mais curto no mobile, quanto o jogador de PC que tem tempo a mais para despender?

Julio Vieitez: Exatamente. Se você jogar uma partida do modo de extração ou de 24 contra 24, as partidas duram entre 20 e 40 minutos, se for uma partida muito acirrada. A gente sabe que é uma sessão longa para celular. É por isso que eu acho que o três contra três contra três vai ser bem recebido no mobile. A pessoa consegue fazer várias partidas curtas.

GameBlast: Você comentou sobre coisas que o jogo está trazendo que não são muito comuns de se encontrar em FPS. Você poderia detalhar um pouco mais como o jogo está buscando se diferenciar de outros FPS que existem no mercado?

Julio Vieitez: Eu acho que tem esse primeiro diferencial de ter diferentes modos de jogo dentro do mesmo jogo. No caso do Delta Force, eles são modos bem distintos. Então, é bem possível que alguém jogue o warfare e não jogue, talvez, o modo de extração e vice-versa. E o três contra três contra três mais ainda porque ele é bem mais casual.

O segundo é a otimização. Os desenvolvedores fizeram um trabalho realmente fora de série porque a capacidade gráfica do jogo é muito alta. Geralmente, quando você tem um jogo desse, a maioria dos celulares não roda. E, nesse caso, eles conseguiram otimizar de uma maneira que boa parte dos celulares, mesmo do Brasil, conseguem rodar.

É claro que chega uma hora que tem um limite. É normal, o hardware vai ficando defasado. Mas, eu confesso que eu, pessoalmente, fiquei surpreso quando eu vi os celulares que rodavam. No Brasil, a gente acaba testando o jogo com muitos celulares diferentes para poder reportar para o desenvolvedor e a gente viu que esse estava com uma otimização absurda.



GameBlast: Esse deve ser um ponto importante, principalmente para mercados como o Brasil. Existe a gama de hardwares de diferentes potências, mas a gente, às vezes, pode encontrar a maioria das pessoas com hardware um pouco mais limitado.

Julio Vieitez: Acho que isso no Brasil é bem comum. A gente tem o preço do celular, em geral, um pouco mais alto. Então, no Brasil, as pessoas ficam mais tempo com o celular. Também temos alguns celulares que, às vezes, não têm uma tela muito boa, o processamento não é muito bom.

Isso acontece também no resto da América Latina e em alguns países do Sudeste Asiático. Essas são regiões que a Garena está bem acostumada a trabalhar. Então, isso é algo que a gente já ficou de olho desde o início. Realmente, ajudou bastante.

GameBlast: Recentemente, parece que há um interesse maior em shooters de extração. Vocês sentem que existe um interesse maior das pessoas por uma experiência um pouco mais hardcore?

Julio Vieitez: Essa é uma ótima pergunta porque, em geral, o brasileiro tem um perfil midcore. Quando a gente compara com outros países, nós não somos tão hardcore. O modo de extração ainda é um nicho.

Então, por exemplo, se o Delta Force não tivesse o modo Conquista, que é o 24 contra 24, ou esse novo de três contra três contra três, ele estaria em um nicho muito limitado. A gente entende que o modo de extração ainda vai precisar, do nosso lado, dos publicadores, de um trabalho quase que educacional, para as pessoas entenderem como o modo funciona, terem noção das estratégias para ser bem-sucedido. Ele tem crescido, mas ainda é um nicho.

GameBlast: A Garena é muito forte aqui no Brasil com o Free Fire. Vocês pretendem usar ensinamentos que o Free Fire trouxe aqui no Brasil para aplicar no Delta Force?

Julio Vieitez: Essa é uma pergunta muito difícil de responder porque tem dois lados. Tem o lado de que a equipe que está trabalhando com o Delta Force é diferente da equipe do Free Fire. Estamos no mesmo escritório, obviamente nos conhecemos, conversamos e por aí vai, mas não são as mesmas pessoas. O Free Fire é muito grande e tem uma equipe bem grande dedicada a ele. Para o Delta Force a gente montou uma equipe nova.

Se você olhar por esse aspecto, a resposta seria não. Mas, por outro lado, a empresa como um todo acaba tendo os aprendizados dela. Algumas coisas a gente acaba já sabendo fazer bem. Por exemplo, testar bem o jogo em diversos celulares diferentes é um padrão para o Free Fire e é o que a gente já se preparou para fazer aqui com o Delta Force. 

Em esports, que a Garena faz muito bem para o Free Fire, é muito possível que mais na frente a gente acabe aproveitando também. Então, há os aprendizados, com certeza, mas também tem uma questão de que existe uma equipe dedicada só ao Delta Force. Eu te diria que, além dos aprendizados, tem essa vontade de uma equipe nova ter um jogo bem sucedido.



GameBlast: Você poderia dizer, em média, quantas pessoas estão trabalhando no jogo?

Julio Vieitez: A gente não divulga, mas a gente cobre todas as áreas de publicação. Temos a parte de esports, de influenciadores, de criação de conteúdo, eventos. Tem uma parte que a gente chama no mercado de operações, então é uma equipe que otimiza o jogo, que cuida da parte de eventos, escolhe a monetização. A gente tem equipes que cobrem todos os departamentos.

GameBlast: Vocês estão publicando o jogo aqui no Brasil e em outras regiões. Ele é da TiMi Studio Group, da Tencent. Como é fazer essa parceria com outras empresas para trazer esses jogos para cá?

Julio Vieitez: A Garena já tem uma parceria com a Tencent de um longo período. Em outros territórios, a gente já publica outros jogos da Tencent. Então, não é uma coisa nova.

Quando uma empresa do tamanho da Garena está no mercado, ela acaba criando uma frente de desenvolvimento própria, mas também uma frente de publicação. É normal a gente olhar para o mundo inteiro, ver o que as pessoas estão jogando e também o que os estúdios estão desenvolvendo. Porque são duas coisas bem diferentes.

Se você olhar só para o que as pessoas estão jogando, fatalmente você vai procurar conteúdos que não vão ser bem sucedidos porque é difícil você competir com um jogo já estabelecido. Por outro lado, se você olhar só para o que está sendo desenvolvido, sem conhecimento de mercado, não vai ser fácil responder se aquele jogo vai ser bem sucedido com as pessoas daquele país.

Como já existia uma parceria com a Tencent em vários países, a gente costuma olhar e conversar com eles para ver o que eles estão desenvolvendo. No caso do Delta Force, a gente falou que esse jogo tinha o potencial para globalmente ser bem sucedido, mas principalmente nos territórios onde a Garena é mais forte. Daí que surgiu a oportunidade.

GameBlast: Muito obrigado pela conversa!