Análise: Gal Guardians: Servants of the Dark é um metroidvania competente e divertido, nem mais, nem menos

Um dos mais novos membros da família dos metroidvanias é Gal Guardians: Servants of the Dark. Spin-off da franquia Gal Gun, famosa por suas personagens fofas e alegres que, na maioria das vezes, perseguem o jogador, este game traz uma atmosfera diferente: um mundo mágico, com direito a demônios, magias e outros elementos fantásticos. Coloque seu vestido de empregada, pois a análise vai começar!Esperança na escuridãoO jogo começa com as duas irmãs demônio-empregadas e protagonistas do jogo, Masha (cabelo verde) e Kirika (cabelo rosa), voltando mais cedo das férias. Esse retorno não poderia ser em melhor (ou pior) hora: elas encontram o castelo do mestre delas, Lorde Maxim, que está em ruínas, enquanto ele mesmo está sendo atacado por outro demônio, Lyzenorg.Elas tentam ajudar, porém acabam sendo impedidas por Lysa, até então colega e agora traidora. Maxim sobrevive, ficando num estado limitado na forma de espírito “fofinho”. Ele acaba por acompanhar as duas empregadas, que buscam recuperar os poderes do seu mestre enfrentando toda sorte de inimigos pelo caminho para, ao final, obter sua vingança. Nada muito incrível, mas, ao menos, temos alguns acontecimentos interessantes ao longo da história.Os personagens de Servants of the Dark são bem carismáticos, dando suporte ao enredo conforme avançamos na aventura. Os visuais pixelados são bem coloridos, variados e animados, garantindo uma jogatina agradável e que combina com a proposta do game. O ponto alto são as ilustrações, que mostram o real charme do game, com sua pegada anime no estilo terror gótico (bem leve).As canções de Gal Guardians: Servants of the Dark são legalzinhas, mas nada demais. Já a dublagem é muito boa, com atuações competentes das vozes japonesas, como em um anime. Outra característica técnica positiva do game é a possibilidade de jogar em um modo cooperativo para dois jogadores de forma local; isso torna a experiência mais divertida, ainda que também mais fácil.Empregadas de muitos talentosFalemos agora de como esse metroidvania funciona. A partir do castelo em que começa a aventura, a dupla e seu mestre “fofinho” precisam visitar vários biomas diferentes. O jogador pode trocar a qualquer momento entre Masha e Kirika, cada uma com suas habilidades especiais: enquanto a primeira usa um chicote e um ataque com plantas, a segunda tem uma metralhadora e uma escopeta.Essa dualidade entre ataques curtos e à distância é importante ao longo do jogo, tornando os combates mais flexíveis. Existem armas secundárias, como facas e granadas, que podem ser coletadas e usadas pelos cenários. Somente dois itens podem ser equipados por vez, num sistema ágil e divertido, com chefes desafiadores na medida certa.Como um bom metroidvania, Gal Guardians: Servants of the Dark também conta com muita exploração além dos combates. Inicialmente, temos poucos movimentos à disposição para percorrer o extenso mapa, com seus precipícios, plataformas e portões que precisam ser abertos com alavancas. Conforme avançamos na aventura e Maxim recupera seus poderes, adquirimos mais e mais habilidades.Elas vão desde pulo triplo até recuperar a vida. Gostei das explorações do game, sempre com desafios justos e agradáveis em cenários labirínticos. Conforme conhecemos o mapa, encontramos pontos inacessíveis com os recursos que temos, exigindo aquele backtracking característico do gênero. Além das idas e vindas obrigatórias, algumas surpresas legais esperam pelo caminho, incluindo alguns segredos e atalhos.Qualidade limitadaInclusive, ao longo do caminho também encontramos almas perdidas, que podem ser coletadas e “recolocadas” em personagens até então mortos. Eles podem trazer recursos úteis como itens para recuperar a vida e novas armas. Isso vale para a dupla também, pois, caso uma das empregadas morra, a outra ainda poderá tentar revivê-la antes de ser derrotada.É uma ideia interessante e que confere mais tensão ao jogo. De maneira geral, Gal Guardians: Servants of the Dark é uma ótima experiência metroidvania, mas confesso que ela não chega a ser incrível. Lembra que eu falei que trocar as personagens é útil nos combates? Útil, mas poucas vezes essencial. E que os visuais são legais? Na prática, eles quase não evoluíram se comparados com Gal Guardians: Demon Purge, jogo de ação e plataforma bastante semelhante, ainda que sem a proposta metroidvania (spoiler: temos duas participações especiais vindas desse jogo).A exploração, muitas vezes, resulta em baús com recompensas pouco interessantes, com armas secundárias que ficam num inventário chato de gerenciar. As idas e vindas do jogo podem ser um pouco tediosas, sobretudo se o jogador quiser reviver cada alma perdida obtida pelo caminho. Mesmo subir de nível pode ser algo mais chato, visto que é preciso coletar os ossos de Maxim e trazê-los para o seu trono, que fica no castelo do começo do jogo.As coisas ficam um pouco mais fáceis no modo casual, que, além de diminuir a dificuldade geral do game, traz um marcador no mapa que ajuda

Abr 15, 2025 - 01:19
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Análise: Gal Guardians: Servants of the Dark é um metroidvania competente e divertido, nem mais, nem menos
Um dos mais novos membros da família dos metroidvanias é Gal Guardians: Servants of the Dark. Spin-off da franquia Gal Gun, famosa por suas personagens fofas e alegres que, na maioria das vezes, perseguem o jogador, este game traz uma atmosfera diferente: um mundo mágico, com direito a demônios, magias e outros elementos fantásticos. Coloque seu vestido de empregada, pois a análise vai começar!

Esperança na escuridão

O jogo começa com as duas irmãs demônio-empregadas e protagonistas do jogo, Masha (cabelo verde) e Kirika (cabelo rosa), voltando mais cedo das férias. Esse retorno não poderia ser em melhor (ou pior) hora: elas encontram o castelo do mestre delas, Lorde Maxim, que está em ruínas, enquanto ele mesmo está sendo atacado por outro demônio, Lyzenorg.
Elas tentam ajudar, porém acabam sendo impedidas por Lysa, até então colega e agora traidora. Maxim sobrevive, ficando num estado limitado na forma de espírito “fofinho”. Ele acaba por acompanhar as duas empregadas, que buscam recuperar os poderes do seu mestre enfrentando toda sorte de inimigos pelo caminho para, ao final, obter sua vingança. Nada muito incrível, mas, ao menos, temos alguns acontecimentos interessantes ao longo da história.
Os personagens de Servants of the Dark são bem carismáticos, dando suporte ao enredo conforme avançamos na aventura. Os visuais pixelados são bem coloridos, variados e animados, garantindo uma jogatina agradável e que combina com a proposta do game. O ponto alto são as ilustrações, que mostram o real charme do game, com sua pegada anime no estilo terror gótico (bem leve).
As canções de Gal Guardians: Servants of the Dark são legalzinhas, mas nada demais. Já a dublagem é muito boa, com atuações competentes das vozes japonesas, como em um anime. Outra característica técnica positiva do game é a possibilidade de jogar em um modo cooperativo para dois jogadores de forma local; isso torna a experiência mais divertida, ainda que também mais fácil.

Empregadas de muitos talentos

Falemos agora de como esse metroidvania funciona. A partir do castelo em que começa a aventura, a dupla e seu mestre “fofinho” precisam visitar vários biomas diferentes. O jogador pode trocar a qualquer momento entre Masha e Kirika, cada uma com suas habilidades especiais: enquanto a primeira usa um chicote e um ataque com plantas, a segunda tem uma metralhadora e uma escopeta.
Essa dualidade entre ataques curtos e à distância é importante ao longo do jogo, tornando os combates mais flexíveis. Existem armas secundárias, como facas e granadas, que podem ser coletadas e usadas pelos cenários. Somente dois itens podem ser equipados por vez, num sistema ágil e divertido, com chefes desafiadores na medida certa.
Como um bom metroidvania, Gal Guardians: Servants of the Dark também conta com muita exploração além dos combates. Inicialmente, temos poucos movimentos à disposição para percorrer o extenso mapa, com seus precipícios, plataformas e portões que precisam ser abertos com alavancas. Conforme avançamos na aventura e Maxim recupera seus poderes, adquirimos mais e mais habilidades.
Elas vão desde pulo triplo até recuperar a vida. Gostei das explorações do game, sempre com desafios justos e agradáveis em cenários labirínticos. Conforme conhecemos o mapa, encontramos pontos inacessíveis com os recursos que temos, exigindo aquele backtracking característico do gênero. Além das idas e vindas obrigatórias, algumas surpresas legais esperam pelo caminho, incluindo alguns segredos e atalhos.

Qualidade limitada

Inclusive, ao longo do caminho também encontramos almas perdidas, que podem ser coletadas e “recolocadas” em personagens até então mortos. Eles podem trazer recursos úteis como itens para recuperar a vida e novas armas. Isso vale para a dupla também, pois, caso uma das empregadas morra, a outra ainda poderá tentar revivê-la antes de ser derrotada.
É uma ideia interessante e que confere mais tensão ao jogo. De maneira geral, Gal Guardians: Servants of the Dark é uma ótima experiência metroidvania, mas confesso que ela não chega a ser incrível. Lembra que eu falei que trocar as personagens é útil nos combates? Útil, mas poucas vezes essencial. E que os visuais são legais? Na prática, eles quase não evoluíram se comparados com Gal Guardians: Demon Purge, jogo de ação e plataforma bastante semelhante, ainda que sem a proposta metroidvania (spoiler: temos duas participações especiais vindas desse jogo).
A exploração, muitas vezes, resulta em baús com recompensas pouco interessantes, com armas secundárias que ficam num inventário chato de gerenciar. As idas e vindas do jogo podem ser um pouco tediosas, sobretudo se o jogador quiser reviver cada alma perdida obtida pelo caminho. Mesmo subir de nível pode ser algo mais chato, visto que é preciso coletar os ossos de Maxim e trazê-los para o seu trono, que fica no castelo do começo do jogo.
As coisas ficam um pouco mais fáceis no modo casual, que, além de diminuir a dificuldade geral do game, traz um marcador no mapa que ajuda o jogador a saber para que lado ir. Somente ao avançar na aventura é que obtemos mais habilidades e recursos para tornar a exploração mais agradável. Ela tem seus méritos com vários tipos de ambientes diferentes, todos bem detalhados.

A emprego da diversão

Gal Guardians: Servants of the Dark é um metroidvania competente, com visuais legais e uma jogabilidade sólida. Os cenários são agradáveis de explorar e as lutas divertidas de disputar, tudo temperado por uma temática repleta de charme. É uma pena que ele tenha alguns probleminhas chatos em vários pontos, além de não oferecer novidades significativas a um mercado tão disputado. No final, fica a sugestão principalmente para amantes do gênero e fãs da marca Gal Guns.

Prós

  • Metroidvania competente na fórmula básica traz uma experiência interessante;
  • A temática mistura anime e terror gótico de forma leve e agradável;
  • Jogabilidade funciona bem e proporciona bons desafios;
  • Sistema de combate simples e divertido, com destaque para a troca instantânea da dupla;
  • Exploração é bem legal, com vários tipos de plataformas e até passagens secretas.

Contras

  • Diversos elementos do game carecem de atenção: gerenciamento de itens, nível de backtracking, recompensas, etc;
  • Nenhuma característica marcante em relação aos diversos metroidvanias já presentes no mercado.
Gal Guardians: Servants of the Dark — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise redigida com cópia digital cedida pela Inti Creates
Gal Guardians: Servants of the Dark7.5PCGal Guardians: Servants of the Dark is a competent metroidvania, with cool visuals and solid gameplay. The scenarios are pleasant to explore and the fights are fun to play, all seasoned by a charming theme. It's a shame that it has some annoying problems in several areas, in addition to not offering significant innovations to such a competitive market. In the end, it's a suggestion mainly for lovers of the genre and fans of the Gal Gun brand.