Assassin’s Creed Shadows Review / Análise

Finalmente chegou o dia! Assassin’s Creed Shadows está entre nós, e depois de jogar a versão completa para PlayStation 5, já posso adiantar uma coisa: a Ubisoft caminhou muito bem. Ambientado no Japão feudal, Shadows traz uma das narrativas mais envolventes da franquia em anos, com personagens carismáticos e um mundo aberto que finalmente parece ter encontrado o equilíbrio entre exploração e liberdade.

História e Personagens – Um Japão Feudal Autêntico

A história se passa no fim do período Sengoku, em 1579, quando Oda Nobunaga tenta unificar o Japão. Aqui temos dois protagonistas principais: Yasuke e Naoe. Yasuke é um estrangeiro trazido ao Japão por padres portugueses, e por circunstâncias que não vou revelar aqui, acaba se tornando aliado de Nobunaga. Já Naoe é uma shinobi da região de Iga, uma assassina clássica com habilidades tradicionais da franquia.

Um ponto forte do jogo é a fidelidade histórica. Recentemente assisti a um documentário sobre a queda de Nobunaga e reconheci diversos personagens importantes e eventos no jogo, como Akechi Mitsuhide e Toyotomi Hideyoshi. Isso é um risco, já que inserir figuras reais pode gerar questionamentos, mas a Ubisoft fez isso com coragem e qualidade. A trama é detalhada, apresentando conflitos internos que vão além do superficial, com personagens bem desenvolvidos e histórias secundárias que agregam ainda mais profundidade ao jogo.

Gráficos e Performance – Lindos, Mas Não Perfeitos

Joguei a versão de PlayStation 5 no modo desempenho e, no geral, a performance foi excelente. Mesmo em cenas com muitos personagens e explosões, tudo rodou muito bem. Porém, em alguns locais específicos, tive quedas estranhas de FPS, possivelmente por falta de otimização. Isso ocorreu até mesmo dentro do esconderijo, o que parece um problema de software e pode ser corrigido em atualizações futuras.

Visualmente, Assassin’s Creed Shadows é belíssimo. Os protagonistas são muito bem trabalhados, extremamente detalhados, enquanto os NPCs ainda parecem genéricos, embora sejam os melhores até agora da franquia. A ambientação do Japão feudal foi recriada com precisão, desde florestas densas e cidades movimentadas até templos silenciosos nas montanhas. As mudanças sazonais afetam a jogabilidade: lagos congelam, a neve deixa a movimentação mais lenta e etc.

Gameplay e Level Design – Dois Estilos, Uma Experiência Única

O gameplay traz algo interessante para a franquia ao dividir a jogabilidade entre Yasuke e Naoe, cada um com seu estilo próprio. Naoe é leve e ágil, perfeita para quem gosta do stealth clássico de Assassin’s Creed, utilizando ferramentas típicas como bombas de fumaça, lâminas ocultas e até disfarces para infiltrações perfeitas. Yasuke, por outro lado, é pesado, usa armas robustas e parte direto para o combate aberto com golpes poderosos e brutais. A dinâmica funciona muito bem e adiciona variedade estratégica, permitindo que você decida qual estilo prefere em cada situação.

A árvore de habilidades é robusta e bem distribuída. Naoe pode aprimorar suas técnicas furtivas, aprendendo novos métodos de assassinato silencioso e deslocamento rápido, enquanto Yasuke pode aumentar sua resistência e desbloquear golpes devastadores. O sistema de evolução também permite melhorar armas e equipamentos, personalizando a experiência de jogo.

O mundo aberto trouxe novidades interessantes. Em vez do excesso de ícones do Valhalla, agora a exploração depende mais da observação do jogador e do uso dos batedores, que investigam regiões para revelar missões e objetivos. Isso dá um toque mais investigativo ao jogo, tornando a progressão mais natural e imersiva.

Grandes mudanças e melhorias

Os protagonistas possuem um esconderijo personalizável, onde podem descansar, aprimorar equipamentos e interagir com aliados. Esse espaço se torna um ponto estratégico conforme a jornada avança. As armas são variadas e autênticas para o período histórico, desde katanas e lanças até arcos e rifles teppo, cada uma com suas vantagens e desvantagens.

O level design aproveita bem as mudanças das estações do ano, como a neve dificultando a movimentação ou lagos congelados, deixando a experiência ainda mais realista e estratégica. Além disso, há diversas atividades paralelas interessantes, como caças ao tesourono kofuns, emboscadas e desafios específicos para cada personagem.

No entanto, o jogo não escapa de bugs. Durante meu gameplay, encontrei inimigos que eram “imortais” e apresentavam animações problemáticas, além de algumas falhas na IA que resultavam em situações bizarras. O cavalo, por exemplo, tem uma movimentação estranha e pode se tornar mais um problema do que uma ajuda em alguns momentos. Esses problemas não comprometem a experiência geral, mas são pontos que merecem ajustes.

Dublagem e Trilha Sonora – Um Ótimo Trabalho, Mas…

A trilha sonora, como já é padrão na franquia, é impecável, combinando perfeitamente com a ambientação histórica do Japão feudal. A dublagem brasileira está ótima, mas percebi problemas de entonação e inconsistências na pronúncia de nomes próprios.

Por exemplo, alguns personagens falam “Shinobi” de formas diferentes ao longo do jogo, o que pode tirar um pouco da imersão. Embora seja um detalhe pequeno para muitos, para quem presta atenção nessas nuances, pode ser algo incômodo.

Conclusão

Assassin’s Creed Shadows é, sem dúvida, um dos melhores títulos recentes da Ubisoft. A ambientação histórica impecável, combinada com um gameplay divertido e uma exploração mais intuitiva, tornam a experiência extremamente satisfatória. Há pontos que poderiam ser mais polidos, como os bugs e algumas inconsistências na dublagem, mas são detalhes pequenos diante do grande acerto que o jogo representa.

Nós recebemos Assassin’s Creed Shadows gratuitamente para review e agradecemos à Ubisoft pela confiança.

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