Cientistas revelam como tentarão ‘escurecer o sol’ em novo projeto de R$ 370 milhões

Imagine um futuro em que aviões espalham partículas na atmosfera para bloquear parte da luz solar, reduzindo o calor na… Esse Cientistas revelam como tentarão ‘escurecer o sol’ em novo projeto de R$ 370 milhões foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Abr 26, 2025 - 00:35
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Cientistas revelam como tentarão ‘escurecer o sol’ em novo projeto de R$ 370 milhões
Cientistas revelam como tentarão 'escurecer o sol' em novo projeto de $ 66 milhões

Imagine um futuro em que aviões espalham partículas na atmosfera para bloquear parte da luz solar, reduzindo o calor na Terra. Parece roteiro de ficção científica? Pois essa ideia está prestes a sair das telas do cinema e virar realidade. O governo do Reino Unido autorizou um projeto polêmico que testará um método radical de geoengenharia: “escurecer” o Sol para combater o aquecimento global.

A iniciativa, liderada pela Agência de Pesquisa e Invenção Avançada (Aria), recebeu um financiamento de £50 milhões (cerca de US$ 66 milhões, ou R$ 370 milhões). O plano é liberar partículas de sulfato na estratosfera, camada da atmosfera entre 10 e 50 quilômetros de altitude. A ideia é criar uma espécie de “escudo reflexivo”, impedindo que parte dos raios solares atinjam a superfície terrestre. Se funcionar, o método poderia resfriar o planeta de forma rápida e barata, segundo modelos teóricos.

Quem acompanhou o filme Snowpiercer (2013), em que uma tentativa de esfriar a Terra desencadeia uma era glacial apocalíptica, pode sentir um frio na espinha. A semelhança entre a ficção e a realidade não passou despercebida. Mas os cientistas envolvidos garantem que os testes serão controlados. Primeiro, experimentos em laboratório e ambientes fechados começarão nas próximas semanas. Só depois virão os voos estratosféricos, que liberarão quantidades mínimas de partículas para avaliar os impactos.

Mark Symes, responsável pelo projeto na Aria, defende a urgência da pesquisa. Em entrevista ao The Guardian, ele destacou que o aquecimento global pode desencadear pontos de não retorno climáticos ainda neste século. “Precisamos de dados reais para entender se essas estratégias são viáveis e quais efeitos colaterais podem surgir”, explicou. A equipe argumenta que, mesmo com esforços para reduzir emissões de carbono, o planeta precisa de alternativas adicionais para evitar catástrofes.

Sol

Mas nem todos estão convencidos. Críticos como Michael Mann, da Universidade da Pensilvânia, e Raymond Pierrehumbert, de Oxford, alertam que a geoengenharia solar é uma distração perigosa. Para eles, o foco deve permanecer na eliminação de combustíveis fósseis e no alcance de emissões líquidas zero. Além disso, manipular a atmosfera pode ter consequências imprevisíveis: alterar padrões de chuva, prejudicar colheitas ou até acelerar o degelo polar se o “escudo” for interrompido abruptamente.

Outro risco é o chamado “choque de termination”: se as partículas deixarem de ser lançadas após anos de uso, a temperatura do planeta poderia subir drasticamente em poucos meses, superando os níveis anteriores. Por isso, muitos pesquisadores defendem cautela. A geoengenharia não é uma solução mágica, mas um paliativo de último recurso.

Enquanto governos debatem políticas climáticas, a ciência avança em fronteiras antes impensáveis. O projeto britânico reacende um debate ético: até que ponto interferir na natureza é aceitável para salvá-la? Se os testes forem bem-sucedidos, o “escudo solar” poderá ganhar escala global. Mas, por enquanto, a humanidade segue em um equilíbrio delicado — entre a inovação e o risco de repetir erros que, no cinema, já mostraram ser fatais.

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