Homem fica chocado com o que vê ao entrar na ‘pior prisão do mundo’ enquanto Donald Trump envia os primeiros prisioneiros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um passo polêmico em sua promessa de combate aos imigrantes ilegais no país. No último fim de semana, centenas de pessoas acusadas de integrarem uma gangue da Venezuela foram transferidas para um presídio em El Salvador conhecido por suas condições extremas: o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), uma mega prisão de segurança máxima que já foi chamada de “a pior do mundo”.

No domingo, 16 de março, 238 supostos membros do Tren de Aragua, gangue venezuelana ligada a crimes violentos, foram enviados para o CECOT sob uma ordem da administração Trump. A decisão ocorreu mesmo após um juiz federal americano se opor à medida. O acordo foi possível graças a uma parceria entre o secretário de Estado Marco Rubio e o presidente de El Salvador, Nayib Bukele. Pelos termos, os EUA pagarão US$ 6milhões para que o país centro-americano detenha os acusados por um ano.

Dentro da prisão de El Salvador (CNN/YouTube)

Em uma postagem no X (antigo Twitter), Trump agradeceu a Bukele: “Obrigado a El Salvador, e em particular ao presidente Bukele, por entenderem esta situação horrível, que aconteceu com os EUA por causa da liderança dos democratas. Nós não esqueceremos”. O presidente salvadorenho respondeu afirmando que seu país está disposto a receber qualquer deportado dos Estados Unidos.

A escolha de El Salvador como destino não foi aleatória. Desde que Bukele assumiu o poder em 2019, o país passou por uma drástica redução na criminalidade. Gangues como a MS-13, que antes dominavam territórios, tiveram líderes presos em operações controversas. Um estado de emergência, decretado em 2022, permitiu prisões em massa e maior atuação das forças de segurança. A estratégia, embora criticada por organizações de direitos humanos, transformou El Salvador em um exemplo para governos que priorizam a “tolerância zero”.

O CECOT, localizado em Tecoluca (a cerca de duas horas da capital, San Salvador), é o símbolo máximo dessa política. Uma reportagem da CNN mostrou o interior da prisão, que abriga mais de 40 mil detentos. O jornalista David Culver descreveu cenas chocantes: celas coletivas com até 80 homens, tatuagens cobrindo corpos de membros de gangues e rotina rigidamente controlada. Os presos têm apenas 30 minutos diários de exercício ao ar livre e não recebem visitas externas — até advogados e médicos atendem dentro do complexo.

Um entrevistado, identificado como ex-líder de gangue, resumiu o destino de quem desafia as regras: “Aqui, você só sai morto ou preso para sempre”. A reportagem também apontou que cerca de 7.000 pessoas podem ter sido presas injustamente, mas o governo de Bukele classifica esses casos como “danos colaterais” necessários para a segurança nacional.

Agora, imigrantes nos EUA acusados de crimes podem enfrentar o mesmo destino. A medida gerou debates acalorados. Defensores argumentam que é uma forma eficaz de combater organizações criminosas transnacionais. Críticos, porém, alertam para riscos de violações de direitos humanos, já que muitos deportados podem ser enviados a um sistema prisional notório sem julgamento justo.

Enquanto isso, o CECOT segue como uma solução — ou ameaça — para quem cruza o caminho das políticas de imigração americanas. Com capacidade para 120 mil detentos, a prisão continua a expandir, assim como as parcerias entre EUA e El Salvador. O futuro dirá se a estratégia será replicada em outros países ou se os questionamentos sobre sua legalidade e ética ganharão força global.

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