LudoNarraCon 2025: conferindo cinco jogos do evento

A Fellow Traveller organiza anualmente o LudoNarraCon, um evento voltado a celebrar e valorizar a produção de jogos narrativos. Em 2025, a página do Steam oferece destaque para 50 jogos e cerca de 30 demos jogáveis. Tivemos a oportunidade de conferir alguns deles com um passe de imprensa e aqui detalhamos um pouco da experiência.Schrödinger's CallA nova aventura textual da Shueisha Games está sendo desenvolvida por Acrobatic Chirimenjako com planos de lançamento para 2025 e a demo só estará disponível até 12 de maio. Com um estilo visual bem experimental, o jogo já havia me chamado a atenção anteriormente e aproveitei a oportunidade para experimentá-lo.Na obra, acompanhamos Mary, uma jovem que não se lembra bem de seu passado. Em um quarto escuro, ela encontra um gato preto falante e um telefone em formato antigo. Guiada pelo gato Hamlet, ela logo acaba assumindo a função de conversar com indivíduos que carregam o mesmo fardo emocional que ela e tentar ajudá-los.Durante o curto tempo da demo, somos jogados em reviravoltas e teases de personagens e eventos cujos detalhes devem vir à tona na versão completa. Em particular, temos um caderno de anotações que podemos usar para escrever os detalhes dos personagens e usá-los durante os diálogos.Cheguei a passar duas vezes pela demo para testar escolhas diferentes, mas no fim das contas a estrutura de história na demo foi rígida sem alterações significativas. Já no campo estético, a obra é de fato bem chamativa no uso de elementos monocromáticos com detalhes coloridos e flashes rápidos de imagens relevantes acompanhado por uma trilha mais clássica. Fica a expectativa para ver mais do que a narrativa trará.ScrabdackleUm pequeno feiticeiro acaba sendo arremessado para fora da sua academia e agora precisa voltar para casa. No começo da jornada, estamos sem nossa varinha mágica e precisamos recuperá-la, mas o retorno para casa promete não ser nada fácil, já que a ponte que conectava a área em que estamos à região da academia caiu.Se fosse para resumir de forma bem sintética o jogo, Scrabdackle é como o Zelda original de NES, mas com um feiticeiro em vez de um guerreiro com sua espada. Somos bem livres para explorar o mundo do nosso jeito. Mesmo na demo essa liberdade já é notável, com alguns segredos como cavernas escondidas que só veremos ao tentar atravessar paredes.Além disso, no que tange a narrativa, temos uma história leve, mas bem divertida de ler. É possível ignorar os personagens a qualquer momento e avançar em vez de esperar que eles terminem suas falas, mas é bem curioso ver como esses indivíduos têm trejeitos estranhos, o que contribui para o seu charme.Em termos de combate, usamos o mouse para mirar e atirar enquanto movimentamos nosso personagem para desviar dos ataques inimigos. Também podemos atingir pedaços de lixo espalhados pelos mapas para obter magic bits que podem ser usados como dinheiro. No geral, a experiência já está bem redonda na demo e me deixou com vontade de jogar o título completo.Kill the ClockKill the Clock é uma aventura textual com sequências de point-and-click na qual assumimos o papel de Raymond ou Raymona Solan. Após ver uma notícia, nosso personagem viaja para Veritasford com o intuito de matar William Meyer, mas assim que chega lá acaba se deparando com o corpo.Agora, cabe ao jogador tentar descobrir a verdade por trás desse caso e limpar o seu nome. De acordo com os desenvolvedores, a versão completa envolverá também uma dinâmica de viagem no tempo ao final dos capítulos. Porém, pela demo, não foi possível ver esse detalhe em ação.Uma coisa que chama a atenção no jogo em particular é a forma como ele utiliza elementos de RPG. Para fazer determinadas ações como fugir ou persuadir alguém, é necessário realizar testes baseados em status e habilidades. Definimos nossa tendência no início escolhendo uma profissão e alocando pontos adicionais para melhorar nossa competência nas áreas.Os testes envolvem rolar cinco dados de seis lados e somar o resultado com o nosso valor base. Podemos falhar ou ter sucesso no teste, levando a diferentes consequências para a história e para a obtenção de itens adicionais.Desenvolvido pela Happy Slugs, o jogo será lançado em acesso antecipado no dia 26 de maio. Enquanto a demo cobre apenas aproximadamente um terço do primeiro capítulo, a futura versão promete chegar até o fim do capítulo dois, o que corresponde a aproximadamente metade do jogo completo.inKonbiniDesenvolvido pela Nagai Industries, inKonbini é outro jogo que eu já conhecia antes do evento e tinha chamado minha atenção. Como uma obra de aventura e simulação, o jogo nos oferece um pouco da experiência de gerenciar uma pequena “konbini”, ou seja, uma loja de conveniência japonesa.Nesse lugar que é como um mercadinho, precisamos conferir bem os detalhes e atender aos clientes. O jogo completo promete ter várias histórias para contar nesse contexto mundano que é um pedaço do dia-a-dia japonês.Na pele de Makoto, uma jovem estudante de faculdad

Mai 6, 2025 - 16:07
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LudoNarraCon 2025: conferindo cinco jogos do evento
A Fellow Traveller organiza anualmente o LudoNarraCon, um evento voltado a celebrar e valorizar a produção de jogos narrativos. Em 2025, a página do Steam oferece destaque para 50 jogos e cerca de 30 demos jogáveis. Tivemos a oportunidade de conferir alguns deles com um passe de imprensa e aqui detalhamos um pouco da experiência.

Schrödinger's Call

A nova aventura textual da Shueisha Games está sendo desenvolvida por Acrobatic Chirimenjako com planos de lançamento para 2025 e a demo só estará disponível até 12 de maio. Com um estilo visual bem experimental, o jogo já havia me chamado a atenção anteriormente e aproveitei a oportunidade para experimentá-lo.

Na obra, acompanhamos Mary, uma jovem que não se lembra bem de seu passado. Em um quarto escuro, ela encontra um gato preto falante e um telefone em formato antigo. Guiada pelo gato Hamlet, ela logo acaba assumindo a função de conversar com indivíduos que carregam o mesmo fardo emocional que ela e tentar ajudá-los.

Durante o curto tempo da demo, somos jogados em reviravoltas e teases de personagens e eventos cujos detalhes devem vir à tona na versão completa. Em particular, temos um caderno de anotações que podemos usar para escrever os detalhes dos personagens e usá-los durante os diálogos.

Cheguei a passar duas vezes pela demo para testar escolhas diferentes, mas no fim das contas a estrutura de história na demo foi rígida sem alterações significativas. Já no campo estético, a obra é de fato bem chamativa no uso de elementos monocromáticos com detalhes coloridos e flashes rápidos de imagens relevantes acompanhado por uma trilha mais clássica. Fica a expectativa para ver mais do que a narrativa trará.

Scrabdackle

Um pequeno feiticeiro acaba sendo arremessado para fora da sua academia e agora precisa voltar para casa. No começo da jornada, estamos sem nossa varinha mágica e precisamos recuperá-la, mas o retorno para casa promete não ser nada fácil, já que a ponte que conectava a área em que estamos à região da academia caiu.

Se fosse para resumir de forma bem sintética o jogo, Scrabdackle é como o Zelda original de NES, mas com um feiticeiro em vez de um guerreiro com sua espada. Somos bem livres para explorar o mundo do nosso jeito. Mesmo na demo essa liberdade já é notável, com alguns segredos como cavernas escondidas que só veremos ao tentar atravessar paredes.

Além disso, no que tange a narrativa, temos uma história leve, mas bem divertida de ler. É possível ignorar os personagens a qualquer momento e avançar em vez de esperar que eles terminem suas falas, mas é bem curioso ver como esses indivíduos têm trejeitos estranhos, o que contribui para o seu charme.

Em termos de combate, usamos o mouse para mirar e atirar enquanto movimentamos nosso personagem para desviar dos ataques inimigos. Também podemos atingir pedaços de lixo espalhados pelos mapas para obter magic bits que podem ser usados como dinheiro. No geral, a experiência já está bem redonda na demo e me deixou com vontade de jogar o título completo.

Kill the Clock

Kill the Clock é uma aventura textual com sequências de point-and-click na qual assumimos o papel de Raymond ou Raymona Solan. Após ver uma notícia, nosso personagem viaja para Veritasford com o intuito de matar William Meyer, mas assim que chega lá acaba se deparando com o corpo.

Agora, cabe ao jogador tentar descobrir a verdade por trás desse caso e limpar o seu nome. De acordo com os desenvolvedores, a versão completa envolverá também uma dinâmica de viagem no tempo ao final dos capítulos. Porém, pela demo, não foi possível ver esse detalhe em ação.

Uma coisa que chama a atenção no jogo em particular é a forma como ele utiliza elementos de RPG. Para fazer determinadas ações como fugir ou persuadir alguém, é necessário realizar testes baseados em status e habilidades. Definimos nossa tendência no início escolhendo uma profissão e alocando pontos adicionais para melhorar nossa competência nas áreas.

Os testes envolvem rolar cinco dados de seis lados e somar o resultado com o nosso valor base. Podemos falhar ou ter sucesso no teste, levando a diferentes consequências para a história e para a obtenção de itens adicionais.

Desenvolvido pela Happy Slugs, o jogo será lançado em acesso antecipado no dia 26 de maio. Enquanto a demo cobre apenas aproximadamente um terço do primeiro capítulo, a futura versão promete chegar até o fim do capítulo dois, o que corresponde a aproximadamente metade do jogo completo.

inKonbini

Desenvolvido pela Nagai Industries, inKonbini é outro jogo que eu já conhecia antes do evento e tinha chamado minha atenção. Como uma obra de aventura e simulação, o jogo nos oferece um pouco da experiência de gerenciar uma pequena “konbini”, ou seja, uma loja de conveniência japonesa.

Nesse lugar que é como um mercadinho, precisamos conferir bem os detalhes e atender aos clientes. O jogo completo promete ter várias histórias para contar nesse contexto mundano que é um pedaço do dia-a-dia japonês.

Na pele de Makoto, uma jovem estudante de faculdade, temos que ajudar sua tia cuidando da loja durante o período de férias. O ambiente 3D da loja é pequeno, mas há vários detalhes para ficar de olho: produtos fora do lugar ou mal posicionados, por exemplo, podem atrapalhar os compradores. Da mesma forma, podemos ter que conferir o estoque e conversar com os clientes para entender melhor o que eles precisam.

Na demo, temos apenas um período de noite chuvosa e um cliente para atender, mas já é possível ver como a história promete uma sensibilidade em retratar um lado humano de ouvir histórias de pessoas e ajudá-las em situações banais. Fico na expectativa para ver se o pacote completo conseguirá se manter interessante.

Compensation Not Guaranteed

Por fim, o último jogo que pude testar foi Compensation Not Guaranteed. O jogo está sendo desenvolvido pela Team Project Lunch e será publicado pela Toge Productions e a demo mostra um pouco do início da trama.

A grosso modo, no jogo assumimos o papel de um funcionário público que precisa autenticar documentos. Porém, não se trata de quaisquer documentos: nossa tarefa é garantir que as pessoas recebam ou não uma compensação financeira pelas suas terras tomadas pelo Estado.

O jogo lembra um pouco o clássico Papers, Please de 2013, mudando o contexto de imigração para o de posses de terras/propriedades. Além de usar uma arte surrealista que mostra os personagens como animais antropomórficos, o jogador acaba tendo uma experiência mais direta de contato com os seus superiores e as decisões políticas podres do governo.

Achei especialmente interessante o uso de uma trilha sonora que lembra filmes de propaganda política antiga e a forma como a obra é bastante colorida. Além disso, a partir do segundo dia, quando a própria demo mostra um pouco dos “planos do governo”, o que tem potencial para trazer contextos mais pesados no jogo completo.

Um festival de múltiplas narrativas

Como de costume, a LudoNarraCon traz obras bem diversificadas em sua exploração narrativa. Mesmo em um contato rápido com apenas algumas demos, pude ver boa diversidade nas escolhas de gameplay e no estilo das narrativas. Para quem tem interesse em obras que exploram esse lado dos jogos, fica a recomendação para dar uma olhada no que o festival tem a oferecer no Steam.

Texto produzido com código de acesso cedido pela Fellow Traveller com autorização das respectivas desenvolvedoras e publishers