Nintendo Switch 2 e o temor dos games mais caros

Nesta quarta-feira (2), a Nintendo divulgou finalmente informações sobre o Switch 2, seu próximo console. Ele chegará às lojas no dia 5 de junho de 2025, com um preço base de US$ 449, ou US$ 499 em um bundle com Mario Kart World, o primeiro game first party original do sistema.

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Pois é justamente o novo jogo de corrida estrelado pelo encanador bigodudo e sua turma que deixou os gamers preocupados, pois a Nintendo fixou o preço do título em US$ 80 (~R$ 455,34), no que muitos temem ser um sinal de um iminente reajuste nos preços, que muitos analistas consideram ser inevitável.

Mesmo que Mario Kart World seja um caso isolado, um game mais caro nunca é um bom sinal (Crédito: Divulgação/Nintendo)

Nintendo e a possível alta nos preços dos games

A lista de games disponíveis no lançamento do Switch 2 inclui ports de diversos títulos AAA que ficaram de fora do Switch, como Cyberpunk 2077, Hogwarts Legacy e Street Fighter 6, sucessos recentes como Split Fiction e Sid Meyer's Civlization VII, e inéditos desenvolvidos pela própria Nintendo, como Donkey Kong Bananza e Mario Kart World.

O semi-mítico Hollow Knight: Silksong está prometido para 2025 (mas não nutra esperanças), enquanto o próximo título da FromSoftware, The Duskbloods, será um exclusivo do Switch 2 a ser lançado em 2026. Em comum, os jogos AAA do novo sistema híbrido da Nintendo serão vendidos pelo preço padrão de US$ 70 e equivalentes nos países onde a empresa atua de forma oficial; no Brasil, são R$ 350.

No entanto, o stream com o anúncio do console e dos games não tocou nesse "detalhe" principal. As informações começaram a chegar aos poucos, através de comunicados de parceiros comerciais e outros anúncios, e logo uma confusão se formou em torno dos preços. O console custará US$ 499 (~R$ 2.555,62, cotação de 03/04/2025), enquanto o bundle com Mario Kart World sairá por US$ 499 (~R$ 2.840,21).

No Japão, devido à diferença de câmbio, a Nintendo anunciou um modelo mais barato (US$ 330) com trava de região, onde o sistema só pode ser ativado com contas japonesas da Nintendo Switch Online, e apenas possui o japonês como linguagem disponível; a versão padrão, sem trava e com opções de idiomas, custará US$ 467.

A conta oficial da Nintendo Brasil deu a entender que o lançamento por aqui será simultâneo com o resto do mundo, o que seria um feito inédito por parte da casa do Mario; ela não deu detalhes quanto a preços, mas se tomarmos como base a conversão padrão de dólares para reais (coloque mais um zero e pronto), o Switch 2 deverá chegar custando R$ 4.500 na versão sem jogos, e R$ 5 mil no bundle com Mario Kart World, se este for lançado na terra brasilis.

Custando US$ 449, o Nintendo Switch 2 chegará às lojas no dia 5 de junho de 2025 (Crédito: Divulgação/Nintendo)

No entanto, o que assustou e revoltou o público foi o anúncio de que Mario Kart World custará US$ 80, US$ 30 mais caro se comprado à parte do sistema, e US$ 10 acima do valor padrão atual de títulos AAA. A Nintendo diz que os preços finais "podem variar", afinal trata-se de um valor sugerido, mas as páginas britânica e espanhola da companhia jogaram mais gasolina no fogo, ao revelar que ao menos na terra do Rei e na União Europeia, haverá diferenciação de preços entre games físicos e digitais.

Segundo ambas as páginas, a versão digital de Mario Kart World custará £ 67 no Reino Unido e 80 € na Espanha/UE, enquanto a física sairá por £ 75 e 90 €, respectivamente; Donkey Kong Bananza, que custará US$ 70 nos EUA, tem preço sugerido no Velho Mundo de £ 59 e 70 € (digital), e £ 67 e 80 € (físico).

Isso foi entendido pelo público de que o preço mais alto de Mario Kart Tour pode ser um caso isolado, mas as informações das páginas espanhola e britânica sugerem que a Nintendo tem intenção de cobrar mais caro por mídias físicas, onde a versão em cartucho poderia ser fixada em US$ 90, que bate perigosamente na marca dos US$ 100, valor que analistas juram que a Take-Two fixará em Grand Theft Auto VI, o game mais esperado do ano que, por enquanto, não foi anunciado para o Switch 2.

Há uma série de fatores que sustentam uma possível alta dos preços dos games, um deles é o alto custo do desenvolvimento, com orçamentos cada vez maiores e que, não raro, superam os de filmes blockbusters de Hollywood; outro motivo é o "tarifaço" imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre importações de bens e insumos de outros países, que afetarão a produção de mídias físicas, bem como se refletirão em maiores custos com servidores e mão-de-obra, entre outras taxas.

Caso a versão física de Mario Kart World custe mesmo US$ 90, isso abriria precedente para a Take-Two cobrar o mesmo ou mais por GTA VI, o que estabeleceria um novo patamar de preços pelos games que seriam seguidos por outros estúdios, distribuidoras, lojas digitais como Steam e Epic Games Store, e fabricantes como Sony e Microsoft.

Companhias como o Embracer Group defendem que os preços atuais são "baixos", e que uma elevação do ticket médio permitiria aos estúdios desenvolverem mais, com menos perdas. Já o CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, tergiversa quando questionado sobre quanto GTA VI vai custar, se limitando a dizer que o foco de sua companhia é "entregar mais valor (entretenimento) do que o preço que cobramos".

Analistas juram que Grand Theft Auto VI custará US$ 100 (Crédito: Divulgação Rockstar North/Rockstar Games/Take-Two Interactive)

Como o anúncio do Nintendo Switch 2 continua fresco, mais informações sobre disponibilidade do sistema (para evitar a ação dos scalpers, a Nintendo vai limitar severamente a venda) e preços dos games continuarão chegando até o lançamento, quando então teremos uma ideia geral do que o futuro nos reserva

Porém, pelo andar da carruagem, o hobby de curtir games, independente se você tem um console da Sony, Nintendo ou Microsoft, ou um PC gamer, vai ficar mais caro antes mesmo da próxima geração de consoles chegar.

Nintendo Switch 2 e o temor dos games mais caros