Nós sentimos mais dor no frio? Entenda o que realmente acontece com o seu corpo
Com a chegada de estações mais frias, é comum ouvir reclamações sobre dores nas costas, joelhos ou articulações. Mas será que realmente sentimos mais dor no frio? As baixas temperaturas realmente intensificam a dor ou é apenas uma impressão? A resposta está em um ponto de equilíbrio entre percepção, ciência e comportamento. Crioterapia | Como o choque térmico reduz a dor e relaxa os músculos Por que os ursos polares não sentem frio? A ciência não encontrou, pelo menos por enquanto, uma relação direta entre mudanças no clima e o aumento da dor. As pesquisadoras Manuela Ferreira (George Institute for Global Health) e Letícia Deveza (The University of Sydney) contaram ao The Conversation que analisaram milhares de relatos de pessoas com osteoartrite, dor lombar, artrite reumatoide e gota. Elas constataram que fatores como temperatura, umidade e pressão atmosférica não influenciam diretamente o aparecimento ou agravamento das dores — com exceção da gota, que pode piorar em ambientes quentes e secos. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Sentimos mais dor no frio? Então, por que tantas pessoas afirmam sentir mais dor no frio? A resposta está no comportamento do corpo diante do frio. Em temperaturas baixas, o corpo tende a ficar mais encolhido, com menor movimentação, o que contribui para a rigidez muscular e articular. Além disso, há uma redução na circulação sanguínea, o que pode causar desconfortos, especialmente em quem já possui algum tipo de condição crônica, como artrite ou problemas ortopédicos. O frio influencia comportamentos que podem aumentar as dores (Imagem: stockking/freepik) Outro fator importante é o chamado efeito nocebo, descrito em um artigo da BMC Musculoskeletal Disorders: quando a expectativa de dor no frio faz com que a pessoa realmente sinta mais dor. Ou seja, acreditar que vai doer já pode ser o suficiente para acionar o incômodo. Para aliviar os sintomas, a recomendação é apostar em medidas práticas: manter-se aquecido, praticar exercícios físicos leves para estimular a circulação e evitar o sedentarismo, além de adotar um estilo de vida saudável com boa alimentação e sono de qualidade. Em resumo, o frio não é um vilão direto da dor, mas influencia comportamentos e reações fisiológicas que podem aumentar a percepção do incômodo. Cuidar do corpo durante essas estações mais frias é a melhor forma de atravessá-las com menos dores e mais bem-estar. Leia também: Como as mudanças climáticas aceleram a transmissão de doenças Toque físico reduz dor, depressão e ansiedade VÍDEO | COMO EXISTE DOR DE CABEÇA SE O CÉREBRO NÃO SENTE DOR? Leia a matéria no Canaltech.

Com a chegada de estações mais frias, é comum ouvir reclamações sobre dores nas costas, joelhos ou articulações. Mas será que realmente sentimos mais dor no frio? As baixas temperaturas realmente intensificam a dor ou é apenas uma impressão? A resposta está em um ponto de equilíbrio entre percepção, ciência e comportamento.
- Crioterapia | Como o choque térmico reduz a dor e relaxa os músculos
- Por que os ursos polares não sentem frio?
A ciência não encontrou, pelo menos por enquanto, uma relação direta entre mudanças no clima e o aumento da dor. As pesquisadoras Manuela Ferreira (George Institute for Global Health) e Letícia Deveza (The University of Sydney) contaram ao The Conversation que analisaram milhares de relatos de pessoas com osteoartrite, dor lombar, artrite reumatoide e gota.
Elas constataram que fatores como temperatura, umidade e pressão atmosférica não influenciam diretamente o aparecimento ou agravamento das dores — com exceção da gota, que pode piorar em ambientes quentes e secos.
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Sentimos mais dor no frio?
Então, por que tantas pessoas afirmam sentir mais dor no frio?
A resposta está no comportamento do corpo diante do frio. Em temperaturas baixas, o corpo tende a ficar mais encolhido, com menor movimentação, o que contribui para a rigidez muscular e articular. Além disso, há uma redução na circulação sanguínea, o que pode causar desconfortos, especialmente em quem já possui algum tipo de condição crônica, como artrite ou problemas ortopédicos.
Outro fator importante é o chamado efeito nocebo, descrito em um artigo da BMC Musculoskeletal Disorders: quando a expectativa de dor no frio faz com que a pessoa realmente sinta mais dor.
Ou seja, acreditar que vai doer já pode ser o suficiente para acionar o incômodo.
Para aliviar os sintomas, a recomendação é apostar em medidas práticas: manter-se aquecido, praticar exercícios físicos leves para estimular a circulação e evitar o sedentarismo, além de adotar um estilo de vida saudável com boa alimentação e sono de qualidade.
Em resumo, o frio não é um vilão direto da dor, mas influencia comportamentos e reações fisiológicas que podem aumentar a percepção do incômodo. Cuidar do corpo durante essas estações mais frias é a melhor forma de atravessá-las com menos dores e mais bem-estar.
Leia também:
- Como as mudanças climáticas aceleram a transmissão de doenças
- Toque físico reduz dor, depressão e ansiedade
VÍDEO | COMO EXISTE DOR DE CABEÇA SE O CÉREBRO NÃO SENTE DOR?
Leia a matéria no Canaltech.