Depósito misterioso de âmbar revela um evento extremo ocorrido há 115 milhões de anos na Terra

Um depósito incomum de âmbar descoberto na ilha japonesa de Hokkaido está revelando segredos surpreendentes sobre um evento catastrófico ocorrido há 115 milhões de anos. Cientistas acreditam que este aglomerado de resina fóssil pode ser a evidência de um poderoso tsunami que devastou florestas primitivas durante o início do período Cretáceo. O mistério dos fragmentos […]

Mai 17, 2025 - 15:46
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Depósito misterioso de âmbar revela um evento extremo ocorrido há 115 milhões de anos na Terra

Um depósito incomum de âmbar descoberto na ilha japonesa de Hokkaido está revelando segredos surpreendentes sobre um evento catastrófico ocorrido há 115 milhões de anos. Cientistas acreditam que este aglomerado de resina fóssil pode ser a evidência de um poderoso tsunami que devastou florestas primitivas durante o início do período Cretáceo.

O mistério dos fragmentos de âmbar

O âmbar, conhecido por sua capacidade excepcional de preservar organismos antigos como insetos e grãos de pólen, geralmente serve como uma janela para observar ecossistemas do passado. No entanto, o recente estudo publicado na revista Scientific Reports apresenta um uso completamente diferente para este material.

Pesquisadores encontraram grandes aglomerados de fragmentos de âmbar incrustados em sedimentos marinhos no norte do Japão. O que tornou este achado particularmente intrigante foi a localização dos fragmentos – depositados no fundo do mar há aproximadamente 115 milhões de anos – e sua estrutura peculiar.

Imagem: Kubota et al. 2025, Scientific Reports

As análises detalhadas revelaram que os pedaços de âmbar apresentam deformações específicas, indicando que o material foi remoldado enquanto ainda estava em estado maleável. Esta característica, combinada com a natureza dos sedimentos circundantes, sugere que o depósito está relacionado a um evento catastrófico específico.

Evidências de uma catástrofe antiga

Para os cientistas envolvidos na pesquisa, as deformações encontradas nos fragmentos de âmbar e as características dos sedimentos ao redor apontam para um cenário específico: um tsunami poderoso que teria atingido a região naquela época remota.

De acordo com a hipótese, as gigantescas ondas que avançaram sobre a terra teriam arrancado fluxos de resina ainda frescos das árvores, arrastando-os junto com outros detritos, incluindo sedimentos e matéria vegetal. Posteriormente, estes fragmentos de âmbar teriam se depositado no fundo do oceano, onde foram gradualmente cobertos por sedimentos e fossilizados ao longo de milhões de anos.

Este descobrimento representa um testemunho particularmente valioso para a comunidade científica, pois permite identificar a ocorrência de tsunamis em períodos extremamente antigos – um fenômeno notoriamente difícil de detectar no registro geológico quando se trata de eras tão remotas.