Post Trauma Review | Análise

Podemos dizer que o gênero survival horror está de volta. Os recentes remakes de Resident Evil, Dead Space e Silent Hill 2, além de novas entradas como The Callisto Protocol, são provas de que esse gênero veio para ficar. Mas a verdade é que ele nunca esteve morto. Estúdios menores sempre apostaram nesse estilo, ainda […] O post Post Trauma Review | Análise apareceu primeiro em Combo Infinito.

Abr 22, 2025 - 15:55
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Post Trauma Review | Análise

Podemos dizer que o gênero survival horror está de volta. Os recentes remakes de Resident Evil, Dead Space e Silent Hill 2, além de novas entradas como The Callisto Protocol, são provas de que esse gênero veio para ficar. Mas a verdade é que ele nunca esteve morto. Estúdios menores sempre apostaram nesse estilo, ainda que seu alcance e impacto não sejam comparáveis aos grandes nomes, como Silent Hill. Dito isso, Post Trauma é mais um daqueles títulos indies que mantêm acesa a chama desse gênero tão importante para a indústria.

Desenvolvido pela Red Soul Games e publicado pela Raw Fury, Post Trauma é uma grande homenagem aos clássicos do survival horror da era do PS2. Desde seu anúncio, sua estética e abordagem nostálgica chamaram atenção.

Com lançamento previsto para 22 de abril de 2025, para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC, o Combo Infinito teve a oportunidade de jogar antecipadamente graças ao envio de uma cópia da versão de PC pela Raw Fury. Mas, afinal: o título é tudo isso mesmo?

Uma jornada traumática

Você controla Ramon, que acorda dentro de um vagão de trem abandonado. Sem saber onde está ou o que está acontecendo, o jogo opta por entregar sua ambientação antes de qualquer detalhe narrativo. O mistério acompanha o jogador ao longo de toda a jornada. No entanto, o aparecimento de novos personagens adiciona camadas interessantes à história.

Apesar da narrativa propositalmente enigmática, a atmosfera de Post Trauma consegue dialogar com o jogador de maneira envolvente. O horror desconhecido e sua simbologia são interpretados com intensidade por Ramon.

Um destaque vai para a trilha sonora e o design de áudio, que reforçam o tom claustrofóbico e sufocante do jogo. Caminhar pelos cenários e ouvir ruídos, gemidos e murmúrios das criaturas faz dessa experiência algo marcante no gênero.

A atmosfera é, sem dúvida, o ponto mais alto do jogo. O visual sujo, opressor e abandonado, os inimigos grotescos e a constante sensação de perseguição criam uma experiência imersiva. Parte disso se deve ao uso de câmeras fixas, que impedem o jogador de controlar o ângulo de visão — uma clara homenagem aos jogos da era PS2. Essa escolha amplifica o sentimento de tensão, tornando a jornada de Post Trauma verdadeiramente inquietante.

A estética também remete diretamente a Silent Hill, com o uso de manequins, corredores escuros e puzzles criativos que exigem raciocínio e atenção aos detalhes. Esse tipo de desafio é um alívio bem-vindo no gênero e reforça o valor da experiência.

Nostalgia com ônus

Contudo, a escolha por homenagear essa época especial do survival horror também cobra seu preço. Parte disso está atrelado às mecânicas de combate e a movimentação. A maior fragilidade está nas mecânicas de combate e movimentação. O jogador pode usar armas de fogo e de combate corpo a corpo, mas as armas de fogo são especialmente frustrantes. A ausência de um botão de mira — e não apenas da mira em si — torna a experiência antiquada e imprecisa. Além disso, a movimentação limitada, com esquivas apenas para trás, gera situações injustas, especialmente em combates próximos a paredes ou obstáculos.

Ainda que o combate corpo a corpo seja mais satisfatório, ele também sofre com a rigidez da movimentação. Assim, em situações que você se encontrar pressionado e próximo de uma parede, será seu fim. Você não sairá de lá.

Em resumo, a ideia de trazer um ar nostálgico ao Survival Horror nos dias atuais é louvável e tem suas qualidades. Porém, preservar tanto essa ideia trouxe efeitos negativos à experiência como um todo. Post Trauma funcionaria muito bem sem o uso de armas de fogo. Seu combate corpo a corpo é satisfatório, mas que, novamente, é impactado por uma mecânica de movimentação nada agradável.

O jogo poderia ter mantido sua aparência retrô, mas atualizado suas mecânicas para evitar a frustração causada pela rigidez herdada da época que homenageia.

Mas afinal, Post Trauma é tudo isso mesmo?

Post Trauma é uma carta de amor aos grandes nomes do survival horror da era PS2. Sua ambientação é excepcional, assim como sua atmosfera densa e perturbadora. A presença de puzzles inteligentes, a estética de inventário e a escolha das câmeras criam uma experiência genuína, imersiva e nostálgica.

Porém, essa mesma homenagem se transforma em obstáculo. O combate com armas de fogo e certas limitações nos controles prejudicam a experiência. Em muitos momentos, essas mecânicas pareceram mais um fardo do que um complemento ao terror.

Se você observar Post Trauma apenas pela sua ambientação confusa e assustadora, ele é impecável. Mas, se olhar como um todo, perceberá que existem deslizes que comprometem parte da experiência.

Veredito: Post Trauma é uma ode aos clássicos do gênero survival horror da era PS2, como Silent Hill, Haunting Ground e Rule of Rose. Sua identidade nostálgica oferece uma ambientação marcante e que representa muito bem o gênero. Contudo, o apego excessivo a certas mecânicas ultrapassadas compromete o sistema de combate, especialmente com armas de fogo — que talvez nem precisassem estar presentes. João Antônio

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2025-04-22T11:03:07-0300

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