30 anos de Mortal Kombat 3: um jogo quase esquecido da franquia
2025 traz a marca de 30 anos do lançamento de um dos games mais icônicos da década de 90: Mortal Kombat 3. Produzido pelos mesmos criadores dos jogos anteriores, Ed Boon e John Tobias, e pela mesma empresa, Midway, o game procurou trazer mais novidades enquanto ainda lidava com o balanceamento entre a “violência” e a diversão. Apesar de ter fugido da escala anual (Mortal Kombat saiu em 1992 e MK 2 em 1993), ganhando assim mais tempo para produção, o game ainda é visto como um patinho feio da franquia nessa geração, sendo ofuscado por Mortal Kombat Trilogy, que é aclamado como uma versão definitiva. Um dos principais fatores que contribuiu para isso foi a falta de Scorpion no jogo. Sim, um dos maiores nomes do Mortal Kombat simplesmente não apareceu na terceira edição. Até hoje é o único jogo da franquia principal a não ter o ninja amarelo.Outros grandes nomes como Raiden, Johnny Cage, Baraka e Kitana também não apareceram no jogo. Para sanar esse problema, a Midway lançou no mesmo ano uma versão atualizada, chamada Ultimate Mortal Kombat 3. Esta versão trouxe Reptile, Mileena, Kitana, Jade, Scorpion e Sub-Zero Clássico de volta, mas também introduziu um novo personagem: Ermac.Ainda assim, o game fez sucesso comercialmente e recebeu boas reviews, principalmente por sua gameplay fluída e novas mecânicas adicionadas. Além, claro, da história que sempre foi um dos pontos fortes de MK.Fazendo diferenteO tempo maior para a produção do game foi bem utilizado pelos desenvolvedores. Várias novidades surgiram em MK 3. A principal é o botão de correr, que veio como uma resposta à comunidade que acreditava que o jogo cadenciado favorecia muito a quem estivesse defendendo. Junto do botão, foi adicionado uma barra de corrida, que era drenada ao correr e ao usar combos.Outra novidade foi a aparição dos Animalities. Para realizar esta finalização, era necessário primeiro fazer o Mercy, que consistia em dar uma segunda chance ao adversário quando o “FINISH HIM!” aparecia na tela, fazendo-o recuperando um pouco da vida. Ao derrotar novamente o inimigo e aparecer a segunda finalização, aí sim era possível inserir o comando do Animality e transformar seu personagem em um animal para acabar com o oponente.Pela primeira vez cenários interativos apareceram no jogo. Ainda de maneira básica, mas era possível usar um gancho para mudar o campo de batalha. Ao todo, seis cenários estavam conectados, em pares: The Subway levava para The Street; The Bank levava para The Rooftop e The Soul Chamber levava para The Balcony.Uma das novidades que perdura até os dias de hoje é a coloração do sangue de personagens. Em MK 3, Sheeva e Motaro tinham sangue verde, os três robôs (Cyrax, Sektor e Smoke) possuíam sangue preto (óleo, na verdade), enquanto o sangue dos demais personagens era o tradicional vermelho.Os “Kombat Kodes” fizeram sua estreia nesse game. Eles eram uma combinação de até seis dígitos, inseridos no modo de batalha de dois jogadores, que causavam modificações na partida. Coisas como diferentes níveis de energia, a tela toda preta, desabilitar o botão de bloqueio, dano aumentado, entre outras várias opções, eram possíveis de realizar, mas apenas uma por vez.HistóriaDiferente de seus antecessores, que traziam um torneio (o Mortal Kombat) para decidir o destino da Terra (ou Earthrealm), MK 3 inovou até nesse ponto. Shao Kahn cansou das “brincadeiras” e reviveu sua falecida esposa, Sindel, e começou arbitrariamente uma fusão de Outworld com Earthrealm, para assim poder realizar a anexação de mais um reino ao seu império.Por isso, vários cenários do jogo trazem a mistura entre elementos do nosso mundo com coisas de outra dimensão. Devido à fusão parcial dos reinos, Raiden perde seu poder (não os possui em Outworld) e por isso precisa que seus guerreiros escolhidos lidem com a ameaça e expulsem Shao Kahn.Como sempre, cada personagem possui um final ao terminar o modo arcade, sendo que alguns são conflitantes. Divididos entre canônicos, semi-canônicos e não canônicos, essas histórias acabavam sendo confirmadas ou refutadas no próximo lançamento da franquia (neste caso, Mortal Kombat 4).ImpactoApesar de ser muito bem recebido por critica e público, Mortal Kombat 3 padeceu pelo seu erro na escolha do elenco de personagens. A saída de membros populares e a inclusão de outros nem tão populares assim (como Stryker) pesou para que o jogo não fosse alçado ao mesmo nível de seus predecessores.Diversas mecânicas relevantes foram introduzidas em MK 3 e permaneceram por um bom tempo na franquia. Outras novas ideias cosméticas ou curiosidades também mostraram seu valor, aparecendo em mais de uma edição. Isso mostra que, mesmo tendo recebido duas versões atualizadas, Mortal Kombat 3 soube se diferenciar o suficiente dos outros, ao mesmo tempo em que manteve a essência da saga. Matéria originalmente publicada no GameBlast.

2025 traz a marca de 30 anos do lançamento de um dos games mais icônicos da década de 90: Mortal Kombat 3. Produzido pelos mesmos criadores dos jogos anteriores, Ed Boon e John Tobias, e pela mesma empresa, Midway, o game procurou trazer mais novidades enquanto ainda lidava com o balanceamento entre a “violência” e a diversão.
Apesar de ter fugido da escala anual (Mortal Kombat saiu em 1992 e MK 2 em 1993), ganhando assim mais tempo para produção, o game ainda é visto como um patinho feio da franquia nessa geração, sendo ofuscado por Mortal Kombat Trilogy, que é aclamado como uma versão definitiva. Um dos principais fatores que contribuiu para isso foi a falta de Scorpion no jogo. Sim, um dos maiores nomes do Mortal Kombat simplesmente não apareceu na terceira edição. Até hoje é o único jogo da franquia principal a não ter o ninja amarelo.
Outros grandes nomes como Raiden, Johnny Cage, Baraka e Kitana também não apareceram no jogo. Para sanar esse problema, a Midway lançou no mesmo ano uma versão atualizada, chamada Ultimate Mortal Kombat 3. Esta versão trouxe Reptile, Mileena, Kitana, Jade, Scorpion e Sub-Zero Clássico de volta, mas também introduziu um novo personagem: Ermac.
Ainda assim, o game fez sucesso comercialmente e recebeu boas reviews, principalmente por sua gameplay fluída e novas mecânicas adicionadas. Além, claro, da história que sempre foi um dos pontos fortes de MK.
Fazendo diferente
O tempo maior para a produção do game foi bem utilizado pelos desenvolvedores. Várias novidades surgiram em MK 3. A principal é o botão de correr, que veio como uma resposta à comunidade que acreditava que o jogo cadenciado favorecia muito a quem estivesse defendendo. Junto do botão, foi adicionado uma barra de corrida, que era drenada ao correr e ao usar combos.
Outra novidade foi a aparição dos Animalities. Para realizar esta finalização, era necessário primeiro fazer o Mercy, que consistia em dar uma segunda chance ao adversário quando o “FINISH HIM!” aparecia na tela, fazendo-o recuperando um pouco da vida. Ao derrotar novamente o inimigo e aparecer a segunda finalização, aí sim era possível inserir o comando do Animality e transformar seu personagem em um animal para acabar com o oponente.
Pela primeira vez cenários interativos apareceram no jogo. Ainda de maneira básica, mas era possível usar um gancho para mudar o campo de batalha. Ao todo, seis cenários estavam conectados, em pares: The Subway levava para The Street; The Bank levava para The Rooftop e The Soul Chamber levava para The Balcony.
Uma das novidades que perdura até os dias de hoje é a coloração do sangue de personagens. Em MK 3, Sheeva e Motaro tinham sangue verde, os três robôs (Cyrax, Sektor e Smoke) possuíam sangue preto (óleo, na verdade), enquanto o sangue dos demais personagens era o tradicional vermelho.
Os “Kombat Kodes” fizeram sua estreia nesse game. Eles eram uma combinação de até seis dígitos, inseridos no modo de batalha de dois jogadores, que causavam modificações na partida. Coisas como diferentes níveis de energia, a tela toda preta, desabilitar o botão de bloqueio, dano aumentado, entre outras várias opções, eram possíveis de realizar, mas apenas uma por vez.
História
Diferente de seus antecessores, que traziam um torneio (o Mortal Kombat) para decidir o destino da Terra (ou Earthrealm), MK 3 inovou até nesse ponto. Shao Kahn cansou das “brincadeiras” e reviveu sua falecida esposa, Sindel, e começou arbitrariamente uma fusão de Outworld com Earthrealm, para assim poder realizar a anexação de mais um reino ao seu império.
Por isso, vários cenários do jogo trazem a mistura entre elementos do nosso mundo com coisas de outra dimensão. Devido à fusão parcial dos reinos, Raiden perde seu poder (não os possui em Outworld) e por isso precisa que seus guerreiros escolhidos lidem com a ameaça e expulsem Shao Kahn.
Como sempre, cada personagem possui um final ao terminar o modo arcade, sendo que alguns são conflitantes. Divididos entre canônicos, semi-canônicos e não canônicos, essas histórias acabavam sendo confirmadas ou refutadas no próximo lançamento da franquia (neste caso, Mortal Kombat 4).
Impacto
Apesar de ser muito bem recebido por critica e público, Mortal Kombat 3 padeceu pelo seu erro na escolha do elenco de personagens. A saída de membros populares e a inclusão de outros nem tão populares assim (como Stryker) pesou para que o jogo não fosse alçado ao mesmo nível de seus predecessores.
Diversas mecânicas relevantes foram introduzidas em MK 3 e permaneceram por um bom tempo na franquia. Outras novas ideias cosméticas ou curiosidades também mostraram seu valor, aparecendo em mais de uma edição. Isso mostra que, mesmo tendo recebido duas versões atualizadas, Mortal Kombat 3 soube se diferenciar o suficiente dos outros, ao mesmo tempo em que manteve a essência da saga.