Battle Stadium: DON: quando Goku, Naruto e Luffy saíram na porrada
Se tem alguma coisa comum aos consoles mais antigos, é que nem todos os jogos feitos no Japão chegavam ao Ocidente. E por essa “política” existir na sexta geração de consoles, os donos de PlayStation 2 e GameCube ficaram sem um dos maiores crossovers já feitos: Battle Stadium: DON.O termo DON é a junção das iniciais das três franquias que compunham o jogo: Dragon Ball Z, Naruto e One Piece. E se tratando de animes com foco em combates, é óbvio que o game era um jogo de luta. Desenvolvido pelas japonesas Eighting (Naruto Clash of Ninja) e Q Entertainment (Child of Eden), o game foi publicado pela Bandai Namco.Assim como vários outros jogos da época, o game não foi lançado no mercado ocidental. Essas decisões, embora comuns, representavam um equívoco ao analisar o mercado, ou seja, não acreditar no sucesso do jogo. Além disso, questões de licenciamento das franquias impediram o lançamento no mercado americano e europeu, uma vez que empresas diferentes possuíam o controle de cada um dos três nomes.Embora este não tenha sido o primeiro crossover da Weekly Shōnen Jump (revista nipônica que publica os mangás de diversas franquias) — dois jogos foram lançados para o NES (em 1991 e 1992) e para o Nintendo DS (2005 e 2006) — ele foi o único a focar em três grandes franquias e não na Jump como um todo. Em combates frenéticos em busca de esferasBattle Stadium DON era um Smash Bros. de anime com algumas pequenas mudanças. De dois a quatro jogadores poderiam estar presentes em uma partida. No PS2 era necessário o uso de um multitap, enquanto no GameCube bastava apenas os controles.Cada lutador começava a partida com algumas orbes que eram arrancadas dos outros na base da pancada. Fosse por meio de chutes, socos ou golpes especiais, as esferas caíam no cenário para qualquer um pegar. Quando um jogador acumulava uma certa quantidade, ele entrava no Burst Mode, ganhando mais poder e até habilidades novas. Vencia quem coletava 100% das orbs ou aquele que estivesse com a maior quantidade quando o tempo zerasse.Os personagens possuíam seis ataques fracos (sendo quatro normais, um em dash e um no ar), sete ataques fortes (em que um deles era mini especial, como Kamehameha do Goku, ou jutsu do clone de Naruto) e um arremesso. Fora isso, cada lutador tinha à disposição um ataque especial que consumia uma barra de energia. Genki-dama, Final Flash, Chidori, Rasengan são alguns exemplos de golpes, que eram acompanhados de uma animação. A mistura perfeitaO game trazia 20 personagens jogáveis, embora somente 12 deles estivessem liberados de início. Naruto contava com seis, sendo eles: Naruto, Sakura, Sasuke, Kakashi, Gaara e Rock Lee (desbloqueável). One Piece possuía o mesmo número: Luffy, Chopper, Nami, Zoro, Chopper e Usopp (desbloqueável). Dragon Ball Z contava com oito, o que é justificável por ser a maior franquia: Goku, Gohan, Piccolo e Vegeta como os iniciais; Trunks, Cell, Freeza e Buu como desbloqueáveis.Alguns personagens, ao entrarem no Burst Mode, se transformavam, aumentando seus poderes. Os Saiyajins entravam no modo Super Saiyajin, Rock Lee usava o modo do 5º portão e Luffy ativava a Gear Second. E no caso dos protagonistas de Dragon Ball Z e One Piece, até seus ataques especiais eram modificados, aumentando a área de alcance e dano.Os cenários também eram feitos com base em lugares icônicos das séries: West City, Namekusei, Sala do Tempo e Torneio de Artes Marciais são as de DBZ; Vila da Folha, Vale do Fim e Floresta da Morte são de Naruto; Merry, Baratie e Gigante Jack são de One Piece. O game ainda conta com um cenário original, o Battle Stadium que, como o nome diz, é apenas um estádio de batalha.Algumas das arenas eram estáticas, como é o padrão na maioria dos jogos de luta. Mas outras, como da Floresta e do Gigante Jack, apresentavam dinamismo com tela se movendo e os jogadores precisando acompanhar, senão morriam ficando para trás.Potencial limitadoBattle Stadium DON tem poucos pontos negativos, visto que sua gameplay era fluida, e mesmo com quatro jogadores na tela correndo, batendo e soltando especiais, a taxa de quadros se mantinha constante. A diversão era garantida ao juntar os amigos e jogar com os seus personagens favoritos dessas famosas franquias.Alguns dos aspectos que seguram o potencial do game são a forma de liberar personagens e os modos de jogo. Para desbloquear novos lutadores, era necessário jogar no modo arcade e cumprir missões que apareciam aleatoriamente em alguns dos cenários. A tarefa aparecia logo antes do início da partida, e ao se considerar que o jogo é de 2006, é possível imaginar o quão difícil era traduzir a informação. Os objetivos variavam: podia ser pular 100 vezes, não pular uma vez sequer, não defender, não levar dano, entre outros. Conforme maior a dificuldade selecionada do modo arcade, mais missões apareciam.A recompensa dessas missões eram moedas que, após derrotar o boss final, podiam ser gastas em uma roleta com diferentes prêmios. Por meio dela, alguns itens podiam se

Se tem alguma coisa comum aos consoles mais antigos, é que nem todos os jogos feitos no Japão chegavam ao Ocidente. E por essa “política” existir na sexta geração de consoles, os donos de PlayStation 2 e GameCube ficaram sem um dos maiores crossovers já feitos: Battle Stadium: DON.
O termo DON é a junção das iniciais das três franquias que compunham o jogo: Dragon Ball Z, Naruto e One Piece. E se tratando de animes com foco em combates, é óbvio que o game era um jogo de luta. Desenvolvido pelas japonesas Eighting (Naruto Clash of Ninja) e Q Entertainment (Child of Eden), o game foi publicado pela Bandai Namco.
Assim como vários outros jogos da época, o game não foi lançado no mercado ocidental. Essas decisões, embora comuns, representavam um equívoco ao analisar o mercado, ou seja, não acreditar no sucesso do jogo. Além disso, questões de licenciamento das franquias impediram o lançamento no mercado americano e europeu, uma vez que empresas diferentes possuíam o controle de cada um dos três nomes.
Embora este não tenha sido o primeiro crossover da Weekly Shōnen Jump (revista nipônica que publica os mangás de diversas franquias) — dois jogos foram lançados para o NES (em 1991 e 1992) e para o Nintendo DS (2005 e 2006) — ele foi o único a focar em três grandes franquias e não na Jump como um todo.
Em combates frenéticos em busca de esferas
Battle Stadium DON era um Smash Bros. de anime com algumas pequenas mudanças. De dois a quatro jogadores poderiam estar presentes em uma partida. No PS2 era necessário o uso de um multitap, enquanto no GameCube bastava apenas os controles.
Cada lutador começava a partida com algumas orbes que eram arrancadas dos outros na base da pancada. Fosse por meio de chutes, socos ou golpes especiais, as esferas caíam no cenário para qualquer um pegar. Quando um jogador acumulava uma certa quantidade, ele entrava no Burst Mode, ganhando mais poder e até habilidades novas. Vencia quem coletava 100% das orbs ou aquele que estivesse com a maior quantidade quando o tempo zerasse.
Os personagens possuíam seis ataques fracos (sendo quatro normais, um em dash e um no ar), sete ataques fortes (em que um deles era mini especial, como Kamehameha do Goku, ou jutsu do clone de Naruto) e um arremesso. Fora isso, cada lutador tinha à disposição um ataque especial que consumia uma barra de energia. Genki-dama, Final Flash, Chidori, Rasengan são alguns exemplos de golpes, que eram acompanhados de uma animação.
A mistura perfeita
O game trazia 20 personagens jogáveis, embora somente 12 deles estivessem liberados de início. Naruto contava com seis, sendo eles: Naruto, Sakura, Sasuke, Kakashi, Gaara e Rock Lee (desbloqueável). One Piece possuía o mesmo número: Luffy, Chopper, Nami, Zoro, Chopper e Usopp (desbloqueável). Dragon Ball Z contava com oito, o que é justificável por ser a maior franquia: Goku, Gohan, Piccolo e Vegeta como os iniciais; Trunks, Cell, Freeza e Buu como desbloqueáveis.
Alguns personagens, ao entrarem no Burst Mode, se transformavam, aumentando seus poderes. Os Saiyajins entravam no modo Super Saiyajin, Rock Lee usava o modo do 5º portão e Luffy ativava a Gear Second. E no caso dos protagonistas de Dragon Ball Z e One Piece, até seus ataques especiais eram modificados, aumentando a área de alcance e dano.
Os cenários também eram feitos com base em lugares icônicos das séries: West City, Namekusei, Sala do Tempo e Torneio de Artes Marciais são as de DBZ; Vila da Folha, Vale do Fim e Floresta da Morte são de Naruto; Merry, Baratie e Gigante Jack são de One Piece. O game ainda conta com um cenário original, o Battle Stadium que, como o nome diz, é apenas um estádio de batalha.
Algumas das arenas eram estáticas, como é o padrão na maioria dos jogos de luta. Mas outras, como da Floresta e do Gigante Jack, apresentavam dinamismo com tela se movendo e os jogadores precisando acompanhar, senão morriam ficando para trás.
Potencial limitado
Battle Stadium DON tem poucos pontos negativos, visto que sua gameplay era fluida, e mesmo com quatro jogadores na tela correndo, batendo e soltando especiais, a taxa de quadros se mantinha constante. A diversão era garantida ao juntar os amigos e jogar com os seus personagens favoritos dessas famosas franquias.
Alguns dos aspectos que seguram o potencial do game são a forma de liberar personagens e os modos de jogo. Para desbloquear novos lutadores, era necessário jogar no modo arcade e cumprir missões que apareciam aleatoriamente em alguns dos cenários. A tarefa aparecia logo antes do início da partida, e ao se considerar que o jogo é de 2006, é possível imaginar o quão difícil era traduzir a informação. Os objetivos variavam: podia ser pular 100 vezes, não pular uma vez sequer, não defender, não levar dano, entre outros. Conforme maior a dificuldade selecionada do modo arcade, mais missões apareciam.
A recompensa dessas missões eram moedas que, após derrotar o boss final, podiam ser gastas em uma roleta com diferentes prêmios. Por meio dela, alguns itens podiam ser resgatados para modos de jogo e ao conseguir um bônus especial, uma segunda roleta era liberada para aí sim ser possível liberar personagens. Após acertar outros três slots especiais em seguida, claro. Por causa disso, era possível levar horas e horas para liberar um único personagem.
Os modos de jogo, por sua vez, deixavam a desejar. O jogo não contava com um modo história, oferecendo apenas opções como modo arcade, modo versus, batalha aleatória e modo survival. Embora fosse possível customizar alguns elementos, como itens, tempo e handicap, as opções disponíveis eram bastante limitadas.
Mesmo com esses reveses, Battle Stadium DON foi uma tentativa relevante de colocar os animes mais conhecidos e populares da época em um único jogo divertido. Além de ser algo diferente do que existia até então, foi também uma iniciativa inédita com algumas das franquias mais relevantes da Jump. Fora isso, o jogo ajudou a pavimentar o caminho para as tentativas similares que vieram depois, como os jogos J-Stars Victory VS e Jump Force.
Revisão: Farley Santos