Candidatos gerados por IA viram dor de cabeça para empresas com vagas abertas

Nos EUA, falsos profissionais driblam triagens e entrevistas, conquistando cargos remotos e comprometendo a proteção de dados Candidatos gerados por IA viram dor de cabeça para empresas com vagas abertas

Abr 9, 2025 - 21:58
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Candidatos gerados por IA viram dor de cabeça para empresas com vagas abertas

Companhias nos Estados Unidos relatam ter recebido candidaturas de emprego de pessoas que usam inteligência artificial para criar experiências profissionais, falsificar documentos e até mesmo alterar seu rosto durante entrevistas por vídeo.

Em uma reportagem da CNBC, companhias dos setores de cibersegurança e criptomoedas relatam um aumento recente no número de “fakes” procurando emprego. Os alvos preferenciais são vagas remotas. A tendência é que a situação piore: a empresa de pesquisa e consultoria Gartner estima que, em 2028, um a cada quatro candidatos a vagas de emprego será um fake gerado por IA.

Para tentar se proteger, as companhias americanas estão recorrendo a serviços de validação de identidade, mas nem sempre isso dá certo. Em um dos casos, o impostor usou IA para adulterar uma imagem de um banco de fotos e a inseriu em um documento roubado. Ele chegou a passar por checagens de antecedentes e quatro entrevistas por vídeo.

EUA descobrem fakes ligados à Coreia do Norte

O assunto se tornou tão sério que até o Departamento de Justiça precisou tomar medidas contra o problema. Segundo as autoridades, mais de 300 empresas dos EUA contrataram impostores ligados à Coreia do Norte, e o dinheiro teria sido usado para financiar a compra de armas pelo país.

Para conseguir as vagas, eles usaram identidades americanas roubadas e redes remotas para mascarar a localização. Em um dos casos, um cidadão americano estava envolvido com o grupo. O Departamento de Justiça acredita que haja uma rede de milhares de trabalhadores de tecnologia ligados ao país asiático.

Segundo fontes ouvidas pela CNBC, a “indústria dos empregados fakes” se expandiu nos últimos anos: grupos criminosos na Rússia, China, Malásia e Coreia do Sul também estão de olho nesse “setor”.

Recrutadores não estão cientes dos riscos

Apesar das investigações do Departamento de Justiça e do aumento nas candidaturas “fakes”, muitos gerentes de recursos humanos não estão cientes desse problema. A contratação de impostores pode representar um risco de cibersegurança, já que pessoas desconhecidas ganham acesso a segredos comerciais, dados de consumidores e sistemas internos.

Ben Sesser, CEO da plataforma de recrutamento BrightHire, lembra que o ponto mais vulnerável na cibersegurança sempre é o humano, e é justamente isso que os candidatos fakes exploram. “O processo de contratação é inerentemente humano, com muitas pessoas envolvidas. Isso se tornou um ponto fraco que estão tentando explorar”, comenta Sesser.

Um fato curioso é que, algumas vezes, esses empregados impostores fazem muito bem seu trabalho. Roger Grimes, consultor de cibersegurança, disse que alguns de seus clientes lamentaram ter que demitir os fakes.

Com informações da CNBC

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