EXCLUSIVO! The Witcher 4 busca entregar uma nova forma de exploração e um tratamento melhor para os NPCs

The Witcher 4 se tronou um dos próximos grandes lançamentos dentro da indústria. Sua revelação no The Game Awards, em dezembro de 2024, trouxe uma visão prévia desta nova entrada da franquia, que terá Ciri como protagonista. Embora a expectativa esteja nas alturas, recentemente a CD Projekt Red revelou que o novo jogo da franquia não chegará antes de 2027. Atualmente, o título se encontra em produção e com um total de mais de 400 pessoas.

Recentemente, o Combo Infinito teve a oportunidade de entrevistar o diretor do The Witcher 4, Sebastian Kalemba, e detalhes sobre o mundo e exploração foram revelados.

Uma das mudanças mais significativas tanto para a franquia quanto para o estúdio foi a adoção da Unreal Engine 5 como motor do jogo. Como essa tecnologia está impactando o desenvolvimento de The Witcher 4, tanto em termos visuais quanto na criação do mundo aberto – que sempre foi um dos pilares da série?

Com certeza! Posso citar o trailer que lançamos durante o TGA 2024, que foi criado inteiramente na Unreal Engine 5 usando nossa própria versão personalizada da engine. Aquele trailer representa o visual que estamos buscando para The Witcher 4 — e não apenas em termos de fidelidade gráfica, mas também na forma como queremos imergir os jogadores em um mundo rico, cheio de camadas e profundamente enraizado no folclore eslavo.

A UE5 abre novas possibilidades em como construímos os ambientes, iluminamos cenas e lidamos com detalhes em grande escala. A fidelidade que estamos buscando nos permite trazer aquele clima sombrio e realista pelo qual a franquia é conhecida para uma nova geração de narrativa. Estamos apostando forte no tom misterioso, inquietante e belo, porém mortal, que define o DNA de The Witcher.

A construção de mundo é essencial aqui, e a UE5 nos dá a flexibilidade e o poder para criar um mundo verdadeiramente aberto, reativo e que parece vivo — perigoso, mas cheio de propósito. No trailer, também mostramos um vislumbre da Ciri como uma bruxa. Isso não é apenas um recurso visual, é um sinal. Ela representa mudança, legado e o futuro colidindo com o passado. Tudo isso se conecta diretamente com o tom e a direção de design que estamos seguindo para o jogo.

Em resumo, a Unreal Engine 5 não é apenas uma ferramenta, ela é parte fundamental da base criativa do que queremos que essa nova saga de The Witcher seja. (CD Projekt Red rasga eloia a UE5 no desenvolvimento de The Witcher 4)

Em The Witcher 3, os icônicos pontos de interrogação (“?”) eram usados para indicar pontos de interesse no mapa, mas alguns jogadores sentiram que esse sistema tornava a exploração menos orgânica. The Witcher 4 vai manter essa abordagem ou o estúdio está considerando uma forma mais natural e menos poluída de incentivar a descoberta?

Ainda não posso compartilhar muitos detalhes, mas o que posso dizer é que queremos, sim, evoluir esse aspecto do jogo. Ouvimos o feedback com clareza: a exploração deve ser mais orgânica, mais gratificante e mais adaptada à forma como diferentes jogadores interagem com o mundo.

Estamos explorando maneiras de dar mais escolha aos jogadores sobre como as informações são apresentadas, com imersão e liberdade tendo um papel central. Alguns preferem uma experiência guiada, enquanto outros gostam de descobrir o mundo com o mínimo de interface — e The Witcher 4 quer respeitar ambos. A ideia é criar um senso de curiosidade, não apenas uma lista de tarefas a cumprir.

Portanto, embora ainda não possamos falar em detalhes, espere uma mudança na forma como a descoberta funciona, com mais foco em liberdade, autonomia e em deixar o mundo em si atrair você.

Gwent está de volta — e não poderíamos estar mais felizes! Além do querido jogo de cartas, podemos esperar outros minijogos em The Witcher 4? Há planos para expandir essas atividades secundárias?

Ainda não posso comentar mais sobre os minijogos neste momento, mas sabemos o quanto os jogadores adoram mergulhar no mundo além da história principal. Minijogos como o Gwent se tornaram icônicos por um motivo e estamos pensando em como trazer esse mesmo espírito de diversão, profundidade e imersão para The Witcher 4. Mais novidades virão no momento certo.

A Escola do Lince não faz parte dos livros de Andrzej Sapkowski e nem foi mencionada nos três jogos anteriores da franquia. Como surgiu a ideia de criar essa nova escola de bruxos? Qual foi a inspiração por trás dessa decisão?

A ideia do medalhão do Lince é algo que nos empolga bastante e está conectada com os temas mais amplos que vamos explorar em The Witcher 4. Mas isso é tudo que posso revelar por agora.

Além do trailer de anúncio, recentemente tivemos um vídeo de bastidores mostrando o processo de do trailer. Podemos esperar mais atualizações sobre The Witcher 4 em 2025 ou o trailer de anúncio será a única prévia do jogo este ano?

Ainda não posso compartilhar nosso plano de marketing completo, mas o que posso dizer é que o trailer foi, na verdade, apenas a nossa forma de dizer “olá” ao mundo. Ele foi feito para definir o tom e plantar algumas sementes narrativas importantes, como o fato de que a Ciri agora é uma bruxa e passou pelo processo de mutação, que este é de fato The Witcher 4 e se passa alguns anos após Wild Hunt e suas expansões, e que estamos indo para o norte do mapa.

Este não foi o início de uma campanha completa de marketing, foi mais como entreabrir a porta para deixar as pessoas espiarem um pouco. Estamos sendo intencionais sobre como vamos revelar as coisas, mas pode contar com a gente compartilhando mais novidades conforme nos aproximamos do lançamento. Isso é só o começo.

O trailer de revelação foi renderizado usando uma Nvidia RTX 5090, e tudo o que vimos ali representa a base do que o estúdio busca em termos de fidelidade gráfica. Considerando as lições aprendidas com Cyberpunk 2077, como a CD PROJEKT RED está equilibrando as expectativas do público com a realidade técnica do que será entregue no produto final?

Definitivamente aprendemos a lição e levamos isso muito a sério. Posso garantir que nossa ambição, como sempre, é entregar a melhor qualidade possível, mas de forma responsável. O trailer foi renderizado em uma Nvidia RTX 5090, e define o tom aspiracional do que estamos buscando em termos de fidelidade gráfica.

Ao mesmo tempo, temos plena consciência da necessidade de equilibrar ambição com desempenho e estabilidade. Estamos levando a tecnologia ao limite, mas com um foco muito claro em garantir que o produto final funcione bem em todas as plataformas suportadas. A ideia é entregar algo visualmente impressionante, imersivo e que rode de forma fluida. Esse é o padrão que estamos estabelecendo para nós mesmos.

The Witcher 3 é um dos maiores benchmarks na criação de mundos imersivos, seja pela cultura, roupas ou comportamento dos NPCs. Agora, com as tecnologias mais recentes — seja o poder da Unreal Engine 5 ou inovações como a Nvidia ACE, que promete NPCs mais autônomos e humanos —, o que podemos esperar de The Witcher 4 em termos de imersão, comportamento dos NPCs e construção de mundo?

Queremos reduzir ao máximo a diferença de qualidade entre a personagem jogável, Ciri, e os NPCs ao redor dela. Esse é um grande foco para nós. A imersão sempre foi parte essencial da experiência de The Witcher, e queremos elevar ainda mais esse patamar desta vez.

Estamos usando o poder da Unreal Engine 5 para dar vida ao mundo com mais nuance, reatividade e riqueza de detalhes do que nunca. Seja pela linguagem corporal, roupas que reflitam a cultura local ou o comportamento dos NPCs em resposta ao ambiente, queremos que tudo pareça real e coerente.

A narrativa é nosso alicerce, mas são os personagens cativantes (não importa o tamanho do papel deles) que fazem com que os jogadores se importem. A tecnologia, os novos sistemas e ferramentas são fundamentais, mas é a intenção criativa por trás deles que realmente importa. Queremos que cada rua, cada taverna, cada trilha esquecida na floresta pareça parte de um mundo vivo, pulsante e que reage a você. (The Witcher 4 dará um tratamento melhor para os NPCs)

Há algum tempo vimos Andrzej Sapkowski em um ambiente de captura de movimento. O que isso significa? Veremos finalmente o criador deste universo sendo homenageado no jogo?

Há algum tempo, Andrzej Sapkowski nos visitou, e foi um momento memorável. Temos uma ótima relação com ele e quisemos aproximá-lo do processo de desenvolvimento, mostrar como trabalhamos com movimento, performance e a tecnologia por trás de tudo isso.

Oferecemos a ele um olhar dos bastidores sobre como o mundo que ele criou está evoluindo neste novo capítulo. Ele ficou genuinamente impressionado e, para nós, foi tanto inspirador quanto uma forma significativa de homenagear o legado que ele construiu.

O Brasil tem uma das maiores e mais apaixonadas comunidades de fãs de The Witcher. The Witcher 3 continua sendo um dos RPGs mais jogados por aqui, e os livros de Andrzej Sapkowski voltaram a ganhar popularidade após o sucesso da série da Netflix. Como a CD PROJEKT RED enxerga o mercado brasileiro? Há um esforço especial para garantir que The Witcher 4 seja acessível e envolvente para o público brasileiro?

Temos um enorme respeito pelo Brasil — é uma das comunidades mais apaixonadas e dedicadas que temos, e amamos de verdade a energia que vocês trazem para The Witcher.

Por exemplo, estamos colocando muito carinho e atenção na localização — não apenas traduzindo as palavras, mas garantindo que o tom emocional, as nuances culturais e toda a experiência estejam certas para os jogadores brasileiros. E isso não vale apenas para o jogo em si! Manter um diálogo aberto e contínuo com a comunidade é algo que vemos como um pilar essencial na RED. Essa conexão significa muito para nós, e estamos comprometidos em cultivá-la.

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