O que a NASA já sabe sobre a tempestade solar mais forte dos últimos 20 anos

A tempestade solar ocorrida em maio de 2024 foi tão forte que seus efeitos, que vão muito além de auroras boreais em locais incomuns, seguem analisados pela NASA e por outras agências espaciais. Naquele mês, os oficiais da agência norte-americana, bem como de outras nações, haviam se reunido para um treinamento para verificarem como seria a resposta a uma tempestade geomagnética. Mas eles tiveram uma surpresa: a simulação se tornou realidade. Tempestade solar foi tão forte que deixou tratores "possuídos"; entenda Existe relação entre tempestades solares e tsunamis? Jamie Favors, diretor do Programa do Clima Espacial na NASA, recordou que eles iriam trabalhar com um cenário hipotético para identificar quais processos funcionavam e quais precisavam de melhoria. “Mas então nosso cenário hipotético foi interrompido por um bastante real”, observou.    Em sua fala, ele se referiu à tempestade solar de 10 de maio de 2024. O fenômeno foi classificado como G5, ou seja, foi bastante forte, e recebeu o nome de “Tempestade de Gannon” em homenagem a Jennifer Gannon, renomada física do clima espacial.  -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Apesar da alta intensidade, a Tempestade de Gannon não causou nenhum dano significativo, mas deixou uma série de efeitos — em nosso planeta e fora dele — que continuam alvo de estudos. Tempestade solar mais forte Em solo, a tempestade Gannon causou problemas em linhas de alta tensão, superaqueceu transformadores e afetou o funcionamento de tratores, prejudicando plantações. Enquanto isso, voos transatlânticos tiveram que mudar de rota. O motivo? Houve maior exposição à radiação e falhas na comunicação e navegação.  Imagem do observatório Solar Dynamics, da NASA, mostra em ultravioleta no centro a região ativa do Sol que foi a responsável pela Tempestade Gannon; a Terra aparece ao lado para comparação (NASA/Helioviewer) Durante a tempestade, a termosfera (camada superior da atmosfera da Terra) foi tão aquecida que sua temperatura chegou quase ao dobro do comum e foi expandida. O resultado disso foram ventos fortes, que levaram partículas de nitrogênio para mais alto na atmosfera.  Eis que a camada atmosférica expandida passou a arrastar ainda mais milhares de satélites — o Colorado Inner Radiation Belt Experiment (CIRBE), da NASA, foi “vítima” do processo e acabou desorbitado cinco meses antes do previsto. A ionosfera também foi alterada e apresentou uma abertura temporária perto do equador do planeta, enquanto a magnetosfera (a bolha magnética que cerca nosso planeta) apresentou ondulações.  Leia também: A tempestade solar extrema acabou. Quando é a próxima?  Tempestade solar: além de apagões de rádio, o que pode acontecer? Vídeo: A Lua está enferrujando?   Leia a matéria no Canaltech.

Mai 12, 2025 - 20:23
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O que a NASA já sabe sobre a tempestade solar mais forte dos últimos 20 anos

A tempestade solar ocorrida em maio de 2024 foi tão forte que seus efeitos, que vão muito além de auroras boreais em locais incomuns, seguem analisados pela NASA e por outras agências espaciais. Naquele mês, os oficiais da agência norte-americana, bem como de outras nações, haviam se reunido para um treinamento para verificarem como seria a resposta a uma tempestade geomagnética. Mas eles tiveram uma surpresa: a simulação se tornou realidade.

Jamie Favors, diretor do Programa do Clima Espacial na NASA, recordou que eles iriam trabalhar com um cenário hipotético para identificar quais processos funcionavam e quais precisavam de melhoria. “Mas então nosso cenário hipotético foi interrompido por um bastante real”, observou. 

 

Em sua fala, ele se referiu à tempestade solar de 10 de maio de 2024. O fenômeno foi classificado como G5, ou seja, foi bastante forte, e recebeu o nome de “Tempestade de Gannon” em homenagem a Jennifer Gannon, renomada física do clima espacial. 

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Apesar da alta intensidade, a Tempestade de Gannon não causou nenhum dano significativo, mas deixou uma série de efeitos — em nosso planeta e fora dele — que continuam alvo de estudos.

Tempestade solar mais forte

Em solo, a tempestade Gannon causou problemas em linhas de alta tensão, superaqueceu transformadores e afetou o funcionamento de tratores, prejudicando plantações. Enquanto isso, voos transatlânticos tiveram que mudar de rota. O motivo? Houve maior exposição à radiação e falhas na comunicação e navegação. 

Imagem do observatório Solar Dynamics, da NASA, mostra em ultravioleta no centro a região ativa do Sol que foi a responsável pela Tempestade Gannon; a Terra aparece ao lado para comparação (NASA/Helioviewer)

Durante a tempestade, a termosfera (camada superior da atmosfera da Terra) foi tão aquecida que sua temperatura chegou quase ao dobro do comum e foi expandida. O resultado disso foram ventos fortes, que levaram partículas de nitrogênio para mais alto na atmosfera

Eis que a camada atmosférica expandida passou a arrastar ainda mais milhares de satélites — o Colorado Inner Radiation Belt Experiment (CIRBE), da NASA, foi “vítima” do processo e acabou desorbitado cinco meses antes do previsto. A ionosfera também foi alterada e apresentou uma abertura temporária perto do equador do planeta, enquanto a magnetosfera (a bolha magnética que cerca nosso planeta) apresentou ondulações. 

Leia também:

Vídeo: A Lua está enferrujando?

 

Leia a matéria no Canaltech.