Poderíamos construir cidades usando a lava da Islândia no futuro?

Uma empresa de arquitetura islandesa está pensando no próximo passo para os materiais de construção e edifícios do futuro — é o uso da lava e seu poder natural. O novo conceito, apelidado de Lavaforming (Lavaformação, em tradução livre), é hipotético, mas segue com ideias importantes como a sustentabilidade e o uso de energias renováveis. O que é lava vulcânica? Do magma às rochas ígneas Lava de vulcões do mundo todo pode surgir do mesmo ancestral do magma Logo após erupções vulcânicas, a lava ainda está incandescente e fluida, com uma grossa consistência semelhante a mel. Quando esfria e endurece, rocha extrusiva ígnea é formada. Teoricamente, o material poderia ser guiado para canais e solidificado na forma de rochas duráveis, muito úteis para a fundação de construções. Mas a aplicação não é tão simples. O problema da lava nas construções A firma em questão é a s.ap architects, de Reykjavík, capital da Islândia, fundada e liderada por Arnhildur Pálmadóttir. A arquiteta imaginou a Lavaforming como algo do futuro distante, 2150, em um conceito que revisita a ideia dos primeiros usos de energia geotérmica na ilha, há 200 anos. Em um comunicado, ela descreveu a ideia como “uma proposta e uma metáfora”, uma visão arrojada e inovadora acerca dos desafios do futuro. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.-   A ilha islandesa fica na Dorsal do Atlântico Norte, no encontro das placas tectônicas eurasiana e norteamericana, sendo repleta de vulcões — só com o uso da energia geotérmica, alimenta-se 66% de toda a energia primária do país. Há poucas árvores na Islândia, já que os colonos nórdicos derrubaram e queimaram a maior parte na criação de gado e carvão no início da sua história, então a obtenção de material de construção local é limitada. Mas usar o material vulcânico é complicado. A lava sai dos vulcões em temperaturas entre 700 ºC e 1.200 ºC, sendo muito difícil de controlar — esforços para guiar seu fluxo com muros de terra e canais não funcionaram muito bem, e sua solidificação pode gerar formas irregulares e imprevisíveis a depender da velocidade de resfriamento. Para uma fundação arquitetônica uniforme, isso fica longe do ideal. É por isso que, por enquanto, Lavaforming é apenas um projeto exploratório, buscando conceitos da paisagem islandesa para gerar hipóteses científicas futuras e reinterpretar os problemas mundiais atuais. A junção de arte e ciência será parte da 19ª Exibição de Arquitetura Internacional — Bienal de Veneza neste ano, como anunciado pela Ministra de Cultura e Negócios Exteriores da Islândia, Lilja D. Alfreðsdóttir. Leia também: Tubos de lava em Marte e na Lua poderiam abrigar colônias inteiras de pessoas Estudo mostra material especial que pode ser usado em construções em Marte Vulcões submarinos: conheça alguns deles e suas localizações VÍDEO: Novidades da Ciência [Inovação ²]   Leia a matéria no Canaltech.

Mar 27, 2025 - 16:00
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Poderíamos construir cidades usando a lava da Islândia no futuro?

Uma empresa de arquitetura islandesa está pensando no próximo passo para os materiais de construção e edifícios do futuro — é o uso da lava e seu poder natural. O novo conceito, apelidado de Lavaforming (Lavaformação, em tradução livre), é hipotético, mas segue com ideias importantes como a sustentabilidade e o uso de energias renováveis.

Logo após erupções vulcânicas, a lava ainda está incandescente e fluida, com uma grossa consistência semelhante a mel. Quando esfria e endurece, rocha extrusiva ígnea é formada. Teoricamente, o material poderia ser guiado para canais e solidificado na forma de rochas duráveis, muito úteis para a fundação de construções. Mas a aplicação não é tão simples.

O problema da lava nas construções

A firma em questão é a s.ap architects, de Reykjavík, capital da Islândia, fundada e liderada por Arnhildur Pálmadóttir. A arquiteta imaginou a Lavaforming como algo do futuro distante, 2150, em um conceito que revisita a ideia dos primeiros usos de energia geotérmica na ilha, há 200 anos. Em um comunicado, ela descreveu a ideia como “uma proposta e uma metáfora”, uma visão arrojada e inovadora acerca dos desafios do futuro.

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A ilha islandesa fica na Dorsal do Atlântico Norte, no encontro das placas tectônicas eurasiana e norteamericana, sendo repleta de vulcões — só com o uso da energia geotérmica, alimenta-se 66% de toda a energia primária do país.

poucas árvores na Islândia, já que os colonos nórdicos derrubaram e queimaram a maior parte na criação de gado e carvão no início da sua história, então a obtenção de material de construção local é limitada.

Mas usar o material vulcânico é complicado. A lava sai dos vulcões em temperaturas entre 700 ºC e 1.200 ºC, sendo muito difícil de controlar — esforços para guiar seu fluxo com muros de terra e canais não funcionaram muito bem, e sua solidificação pode gerar formas irregulares e imprevisíveis a depender da velocidade de resfriamento. Para uma fundação arquitetônica uniforme, isso fica longe do ideal.

É por isso que, por enquanto, Lavaforming é apenas um projeto exploratório, buscando conceitos da paisagem islandesa para gerar hipóteses científicas futuras e reinterpretar os problemas mundiais atuais.

A junção de arte e ciência será parte da 19ª Exibição de Arquitetura InternacionalBienal de Veneza neste ano, como anunciado pela Ministra de Cultura e Negócios Exteriores da Islândia, Lilja D. Alfreðsdóttir.

Leia também:

VÍDEO: Novidades da Ciência [Inovação ²]

 

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