Por que a SpaceX de Elon Musk planeja destruir a Estação Espacial Internacional por $ 843.000.000 após astronautas da NASA ficarem presos?

Elon Musk, conhecido por suas ambições de transformar a humanidade em uma espécie interplanetária, está novamente no centro das atenções. Desta vez, o bilionário e fundador da SpaceX está envolvido em um plano audacioso: acelerar a “aposentadoria” da Estação Espacial Internacional (ISS). Em junho de 2024, a NASA contratou a SpaceX para construir uma nave capaz de desorbitar a ISS, com um valor de contrato que chega a US$ 843 milhões. O objetivo é garantir que a estação, que orbita a Terra há mais de duas décadas, seja trazida de volta ao planeta de forma controlada — e Musk quer que isso aconteça muito antes do previsto.

A ISS, um projeto conjunto de agências espaciais dos Estados Unidos (NASA), Rússia (Roscosmos), Europa (ESA), Japão (JAXA) e Canadá (CSA), foi lançada em 1998 e custou impressionantes US$ $US\$$ 292 bilhões em valores atuais, ajustados pela inflação. Projetada para durar até 2030, a estação permitiu milhares de experimentos científicos em microgravidade, muitos deles impossíveis de replicar na Terra. No entanto, estruturas envelhecem, e a NASA já havia anunciado que o fim operacional da ISS ocorreria na próxima década. A novidade é que Musk parece querer adiantar esse cronograma.

Elon Musk há muito tempo sonha com a vida em Marte.

Em publicações no X (antigo Twitter), Musk argumentou que a estação “cumpriu seu propósito” e tem “pouca utilidade incremental” para os próximos passos da exploração espacial. “É hora de começar os preparativos para desorbitar a @Space_Station. Vamos para Marte”, escreveu ele. Quando questionado se defendia antecipar o processo antes de 2030, Musk foi direto: “A decisão cabe ao presidente, mas minha recomendação é o mais rápido possível. Sugiro daqui a dois anos”. A declaração gerou reações mistas, com alguns apoiando a ideia de priorizar uma base em Marte, enquanto outros questionam a pressa.

O plano original da NASA prevê que, 18 meses após o fim das operações, a ISS começará a descer gradualmente em direção à Terra. Uma versão modificada da nave Dragon, da SpaceX, será acoplada à estação. Essa Dragon especial terá seis vezes mais combustível e quatro vezes a potência de propulsão em comparação com os modelos atuais. Com seus motores, ela guiará a ISS para a atmosfera terrestre, onde a maior parte da estrutura de 420 toneladas queimará devido ao atrito. Os destroços restantes devem cair em uma área remota do Oceano Pacífico Sul, longe de regiões habitadas.

Enquanto isso, a ISS continua em operação a cerca de 402 quilômetros de altitude. Recentemente, os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams enfrentaram um imprevisto ao ficarem “presos” no espaço devido a problemas durante o acoplamento de sua cápsula à estação — embora o incidente não tenha relação com os planos de desorbitação. A situação foi resolvida, mas serve como lembrete dos desafios técnicos que missões espaciais enfrentam.

A Estação Espacial Internacional é vista a partir do ônibus espacial Discovery após se desacoplar da estação em 2006.

Os experimentos realizados na ISS ao longo dos anos revolucionaram áreas como medicina, biologia e ciência dos materiais. Cultivo de tecidos humanos em microgravidade, estudos sobre envelhecimento celular e testes de tecnologias de reciclagem de água e ar são apenas alguns exemplos. Além disso, a estação funcionou como um símbolo de cooperação internacional, especialmente em meio a tensões geopolíticas na Terra.

Apesar do entusiasmo de Musk, especialistas alertam que desorbitar a ISS antes do prazo traz riscos. A estrutura, do tamanho de um campo de futebol, requer cálculos precisos para evitar que detritos atinjam áreas populadas. Além disso, ainda há experimentos em andamento, e alguns países parceiros podem ter interesses em estender a vida útil da estação. Enquanto a discussão segue, uma coisa é certa: o fim da ISS marcará o encerramento de um capítulo histórico — e o início de uma nova corrida espacial, com Marte no horizonte.

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