Trump isenta eletrônicos de novas tarifas e alivia impacto para gigantes da tecnologia

Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de produtos como o iPhone. iPhone e Donald Trump Apple e Reuters O governo Trump isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das 'tarifas recíprocas' anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. A medida foi divulgada na noite desta sexta-feira (11) pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países. A isenção deve reduzir o impacto no bolso dos consumidores americanos e beneficiar grandes empresas do setor, como a Apple, que tem cerca de 90% da linha de produção e montagem baseada na China, de acordo com a Wedbush Securities, empresa de serviços financeiros. Analistas da empresa chamaram a exclusão tarifária de "a melhor notícia possível para investidores em tecnologia", neste sábado (12), segundo a CNN. Outros componentes eletrônicos, como máquinas usadas na fabricação de semicondutores, células solares e cartões de memória também foram isentos das tarifas, segundo a Bloomberg. A publicação destaca que estes itens não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção nos EUA exigiria anos de estruturação. Apesar da trégua, a suspensão das tarifas pode ser temporária, segundo a Bloomberg. A agência de notícias acredita que os produtos alvos de isenção podem ser taxados com alíquotas diferentes em breve, mas provavelmente mais baixas do que a alíquota atual imposta à China. Apple faz iPhone no Brasil, mas diz que visa o mercado local e não tem planos de aumentar produção 'Fuga' de iPhones Para escapar de ‘tarifaço’, Apple encheu seis aviões com Iphones feitos na Índia A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo. A Counterpoint Research estima que, agora, 20% do total de importações de iPhone para os EUA vem da Índia, e o restante continua vindo da China. Por isso, após o anúncio das novas tarifas sobre produtos chineses, analistas passaram a prever um possível aumento nos preços dos iPhones vendidos no mercado americano, diante da forte dependência da Apple da cadeia de produção chinesa. Para "driblar a tarifaço", a empresa acelerou os embarques vindos da Índia e fretou aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones — o equivalente a 600 toneladas — até os Estados Unidos, segundo a Reuters. Na ocasião, o imposto de importação para produtos indianos era de 26%, bem abaixo da alíquota de 145% aplicada à China. Na quarta-feira (9), o presidente Donald Trump suspendeu por 90 dias o programa de tarifas recíprocas e reduziu para 10% as taxas de importação sobre produtos de outros países — com exceção da China. Trump quer iPhone feito nos EUA, mas aparelho custaria 3 vezes mais, diz analista 5 perguntas e respostas rápidas sobre o tarifaço de Trump

Abr 12, 2025 - 17:53
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Trump isenta eletrônicos de novas tarifas e alivia impacto para gigantes da tecnologia

Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de produtos como o iPhone. iPhone e Donald Trump Apple e Reuters O governo Trump isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das 'tarifas recíprocas' anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. A medida foi divulgada na noite desta sexta-feira (11) pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países. A isenção deve reduzir o impacto no bolso dos consumidores americanos e beneficiar grandes empresas do setor, como a Apple, que tem cerca de 90% da linha de produção e montagem baseada na China, de acordo com a Wedbush Securities, empresa de serviços financeiros. Analistas da empresa chamaram a exclusão tarifária de "a melhor notícia possível para investidores em tecnologia", neste sábado (12), segundo a CNN. Outros componentes eletrônicos, como máquinas usadas na fabricação de semicondutores, células solares e cartões de memória também foram isentos das tarifas, segundo a Bloomberg. A publicação destaca que estes itens não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção nos EUA exigiria anos de estruturação. Apesar da trégua, a suspensão das tarifas pode ser temporária, segundo a Bloomberg. A agência de notícias acredita que os produtos alvos de isenção podem ser taxados com alíquotas diferentes em breve, mas provavelmente mais baixas do que a alíquota atual imposta à China. Apple faz iPhone no Brasil, mas diz que visa o mercado local e não tem planos de aumentar produção 'Fuga' de iPhones Para escapar de ‘tarifaço’, Apple encheu seis aviões com Iphones feitos na Índia A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo. A Counterpoint Research estima que, agora, 20% do total de importações de iPhone para os EUA vem da Índia, e o restante continua vindo da China. Por isso, após o anúncio das novas tarifas sobre produtos chineses, analistas passaram a prever um possível aumento nos preços dos iPhones vendidos no mercado americano, diante da forte dependência da Apple da cadeia de produção chinesa. Para "driblar a tarifaço", a empresa acelerou os embarques vindos da Índia e fretou aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones — o equivalente a 600 toneladas — até os Estados Unidos, segundo a Reuters. Na ocasião, o imposto de importação para produtos indianos era de 26%, bem abaixo da alíquota de 145% aplicada à China. Na quarta-feira (9), o presidente Donald Trump suspendeu por 90 dias o programa de tarifas recíprocas e reduziu para 10% as taxas de importação sobre produtos de outros países — com exceção da China. Trump quer iPhone feito nos EUA, mas aparelho custaria 3 vezes mais, diz analista 5 perguntas e respostas rápidas sobre o tarifaço de Trump