A história comovente do que aconteceu com o chimpanzé enviado ao espaço pela NASA em 1961

No início da década de 1960, a corrida espacial estava a todo vapor. Enquanto os olhos do mundo se voltavam para os feitos tecnológicos, um herói improvável surgiu nos bastidores: um chimpanzé de três anos chamado Ham. Sua missão, embora pouco conhecida pelo público em geral, foi crucial para provar que seres vivos poderiam sobreviver […] Esse A história comovente do que aconteceu com o chimpanzé enviado ao espaço pela NASA em 1961 foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Mai 10, 2025 - 22:01
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A história comovente do que aconteceu com o chimpanzé enviado ao espaço pela NASA em 1961
A história comovente do que aconteceu com o chimpanzé enviado ao espaço pela NASA em 1961

No início da década de 1960, a corrida espacial estava a todo vapor. Enquanto os olhos do mundo se voltavam para os feitos tecnológicos, um herói improvável surgiu nos bastidores: um chimpanzé de três anos chamado Ham. Sua missão, embora pouco conhecida pelo público em geral, foi crucial para provar que seres vivos poderiam sobreviver a uma viagem além da atmosfera terrestre.

Treinamento para uma Missão Histórica

Ham nasceu em julho de 1957 nas florestas dos Camarões Franceses, na África Ocidental. Em 1959, aos dois anos de idade, foi levado para a Base da Força Aérea de Holloman, no Novo México, nos Estados Unidos. Lá, ele recebeu um nome que era uma sigla do laboratório onde foi treinado: Holloman Aero Med.

Inteligente e curioso, Ham aprendeu rapidamente a realizar tarefas simples. Usando uma série de luzes e alavancas, os cientistas o treinaram para pressionar interruptores dentro de uma cápsula sempre que uma luz azul piscasse. Cada acerto era recompensado com um pedaço de banana, enquanto erros resultavam em leves choques nas solas dos pés. O objetivo era testar se um ser vivo poderia operar sistemas básicos sob condições extremas, como a microgravidade.

O Voo que Mudou Tudo

Ham preso à cadeira do biopack para o voo de teste em 1961 (NASA)
Ham preso à cadeira do biopack para o voo de teste em 1961 (NASA)

Em 31 de janeiro de 1961, Ham foi colocado dentro de um foguete Mercury-Redstone e lançado do Cabo Canaveral, na Flórida. A missão, chamada MR-2, deveria atingir 185 km de altitude e uma velocidade de 708 km/h. Porém, problemas técnicos fizeram o foguete subir até 252 km e acelerar a incríveis 9.425 km/h. A cápsula ficou sem controle, e Ham acabou pousando no Oceano Atlântico a 711 km do local previsto, 97 km distante do navio de resgate.

Durante os 16 minutos e meio de voo, o chimpanzé experimentou 6,6 minutos de ausência de peso. Mesmo com a situação caótica, ele continuou realizando as tarefas com precisão, respondendo aos estímulos luminosos. Após o resgate, exames médicos revelaram que Ham estava apenas levemente desidratado e cansado, mas em perfeitas condições físicas. Seu sucesso garantiu que, menos de quatro meses depois, em 5 de maio de 1961, o astronauta Alan Shepard se tornasse o primeiro norte-americano a chegar ao espaço.

A jornada de Ham não ocorreu exatamente conforme o planejado
A jornada de Ham não ocorreu exatamente conforme o planejado

A Vida Pós-Missão: Uma História Amarga

Infelizmente, a vida de Ham após o espaço não foi tão gloriosa. Em 1963, ele foi transferido para o Zoológico de Washington, onde viveu isolado em um recinto de concreto, sem a companhia de outros chimpanzés. Dezessete anos depois, em 1980, foi enviado ao Zoológico de Asheboro, na Carolina do Norte, onde permaneceu até sua morte em janeiro de 1983, aos 25 anos. Seus restos mortais foram divididos: o esqueleto foi doado ao Instituto de Patologia das Forças Armadas, e o corpo foi enterrado no exterior do Salão da Fama Internacional do Espaço, no Novo México.

Os Primórdios dos Testes com Animais

Antes de Ham, diversos animais já haviam sido enviados ao espaço em missões arriscadas. Em 11 de junho de 1948, Albert I, um macaco-rhesus, tornou-se o primeiro primata a viajar a bordo de um foguete V-2, partindo de White Sands, no Novo México. A missão atingiu 63 km de altitude, mas Albert I morreu por asfixia durante o voo.

Nos anos seguintes, outros três macacos — Albert II, III e IV — foram lançados, mas nenhum sobreviveu. Albert II morreu no impacto da queda; Albert III, em uma explosão; e Albert IV, após uma aterrissagem violenta. Em 1950, um rato não anestesiado também perdeu a vida em um voo suborbital.

A Primeira Sobrevivente: Yorick e os Camaradas

Apenas em setembro de 1951 houve um marco positivo. Yorick, também conhecido como Albert VI, alcançou 72 km de altitude em um foguete Aerobee, acompanhado por 11 camundongos. A cápsula resistiu ao voo, e Yorick sobreviveu, mas faleceu duas horas após o pouso, assim como dois dos camundongos. A causa foi atribuída ao superaquecimento dentro do módulo.

Em maio de 1952, duas macacas filipinas, Patricia e Mike, atingiram 58 km de altitude a 3.219 km/h. Ambas sobreviveram e viveram até 1954 e 1967, respectivamente, no Zoológico Nacional de Washington.

Cães, Gatos e Outros Heróis Peludos

Cães também foram enviados ao espaço, incluindo Laika
Cães também foram enviados ao espaço, incluindo Laika

Enquanto os Estados Unidos focavam em primatas, a União Soviética optou por cães. Entre 1951 e 1952, nove cães foram enviados em missões suborbitais. Dezik e Tsygan foram os primeiros a retornar vivos, em 1951. Mas o caso mais famoso foi o de Laika, uma cadela encontrada nas ruas de Moscou. Em 1957, ela foi lançada ao espaço no Sputnik 2, tornando-se o primeiro animal a orbitar a Terra. Porém, o sistema de controle térmico da nave falhou, e Laika morreu após cinco horas de voo.

Em 1963, a França entrou na corrida com Félicette, uma gata que atingiu 160 km de altitude em um voo de 15 minutos. Ela retornou em segurança, mas foi sacrificada semanas depois para estudos científicos.

Uma efígie de Laika
Uma efígie de Laika

Tartarugas Lunares e Medusas Espaciais

Em 1968, a missão soviética Zond 5 levou um grupo diverso de animais — incluindo tartarugas, moscas-das-frutas e minhocas — para uma viagem ao redor da Lua. As tartarugas sobreviveram, tornando-se os primeiros seres terrestres a se aproximarem do satélite natural. Após o pouso da Apollo 11 em 1969, os testes com mamíferos diminuíram, dando espaço a insetos, aranhas e até medusas, usadas para estudar os efeitos da microgravidade em organismos simples.

O Legado dos Animais na Exploração Espacial

Os sacrifícios desses animais permitiram avanços essenciais. Eles testaram sistemas de suporte vital, avaliaram os riscos da radiação cósmica e comprovaram que organismos vivos poderiam funcionar em ambientes de gravidade zero. A NASA afirma que, sem esses experimentos, as primeiras missões humanas teriam enfrentado falhas catastróficas.

Embora muitos desses heróis tenham sido esquecidos, suas contribuições permanecem na história. Ham, Laika, Félicette e outros nomes simbolizam um capítulo complexo da ciência, em que a fronteira entre a ética e o progresso nem sempre foi clara. Hoje, seus feitos são lembrados não apenas como curiosidades, mas como passos fundamentais que permitiram à humanidade alcançar as estrelas.

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