Análise: Days Gone Remastered é um exemplo de remasterização competente, embora pouco ousada, de um ótimo jogo

Volte e meia temos o relançamento de algum título já existente, com direito a melhorias e adições. Uma das formas mais simples de fazer isso é por meio das remasterizações, tal como Days Gone Remastered. Conforme vamos conferir nesta análise, ele traz novidades técnicas e inclusão de conteúdo importantes, ainda que tenha ficado devendo algumas coisinhas. Vista sua jaqueta, abasteça a motocicleta e pegue suas armas, pois vamos começar!A volta dos que não foram Lançado originalmente em 2019 para o PlayStation 4, Days Gone foi portado para o PC em 2021. Em um State of Play de fevereiro de 2025, foi anunciado Days Gone Remastered, que chegaria ao PlayStation 5 em 25 de abril de 2025. Com direito a várias novidades, parecia que essa nova versão poderia conquistar um novo e belo lugar ao sol para o game. Um mundo repleto de aventuraPosso dizer que ela conseguiu isso, ainda que esse sol esteja em um céu com algumas nuvens. Para quem já conhece o jogo, ele essencialmente continua o mesmo: no papel de um motoqueiro chamado Deacon, o jogador precisa sobreviver em um mundo pós-apocalíptico repleto de facções, falta de recursos e uma invasão de Frenéticos, que são os zumbis do game.Inimigos espreitam por todos os ladosA história se desenrola conforme missões são concluídas, incluindo investigações, caçadas e perseguições. Outros personagens que interagem com o protagonista incluem seu amigo Boozer, sua até então falecida esposa, vários grupos de sobreviventes que disputam sua parceria e a misteriosa agência NERO. As primeiras horas de Days Gone são um pouco lentas, mas pouco a pouco conhecemos seu universo belo e intimidador.O jogador tem uma certa liberdade para explorar o grande mapa do game, que está repleto de inimigos, segredos e recursos importantes. Algumas mecânicas legais incluem um mostrador que indica quanto barulho fazemos (ajuda a evitar combates), um sistema de dia e noite contínuo, fabricação dinâmica de itens e uma motocicleta completamente customizável. Uma experiência básica de qualidadePreciso confessar que eu não havia jogado a versão original de Days Gone, mesmo tendo ele na minha biblioteca há algum tempo. Portanto, acredito que eu faça parte de um dos públicos principais da versão Remastered: os jogadores que nunca curtiram a aventura. Nesse sentido, gostei bastante do game e seu mundo aberto desolador, repleto de coisas a fazer e descobrir. De maneira geral, temos um jogo bem construídoA jogabilidade principal gira em torno de combates, corridas e furtividade. Deacon conta com vários itens diferentes para lutar contra humanos e Frenéticos, tais como armas de fogo, bastões e coqueteis molotov. Já a furtividade é mais simples, com execuções de inimigos desatentos e lançamento de pedras para distraí-los. Ambas as abordagens funcionam bem e são divertidas, ainda que relativamente simples. Finalizações silenciosas ajudam a manter Deacon seguroFinalmente, temos as corridas de motocicleta, que ajudam nos deslocamentos pelo mapa e podem até ser parte integral das missões. Nesse sentido, temos vários objetivos secundários para explorar, o que confere muito tempo interessante de jogo. Individualmente boas, a soma das partes do game é ótima e merece ser jogada. Portanto, a recomendação da versão Remastered é fortíssima para quem ainda não jogou Days Gone. Para todos os públicos?Após esses comentários, o leitor pode estar pensando “e quem já conhece o jogo, ou já tem uma cópia?” Nesse caso, a escolha exige um pouco mais de consideração. Para os veteranos decidirem, creio que seja importante ficar atento às novidades trazidas pela remasterização. Vamos começar com as questões técnicas: Days Gone Remastered é mais bonito que o original, contando com texturas e iluminação mais caprichadas. É possível perceber um maior número de detalhes, sobretudo à distânciaCenários são renderizados em grandes distâncias e temos acesso a áudio em 3D, além dos recursos do DualSense. Ainda que nenhuma dessas novidades realmente mude drasticamente o game, ele realmente está mais belo e agradável. Infelizmente, temos alguns problemas técnicos como telas de carregamento longas e bugs, como personagens que somem/aparecem do nada. Ter dois NPCs iguais logo no começo da campanha é um mal sinal O título original sofreu com questões semelhantes, mas possivelmente teremos atualizações que resolvam (ou minimizem) isso em breve. Saindo da questão técnica, vamos falar do conteúdo novo que chegou em Days Gone Remastered. Uma básica, mas bem-vinda adição é o modo Fotografia, com direito a várias opções de lente e trocas instantâneas entre o dia e a noite. Pronto para tirar fotografias incríveis?Para quem curte jogar contra o relógio, o modo Speedrun coloca um cronômetro na tela marcando seu progresso (ele pausa durante as cutscenes). Ao final dessa campanha, é gerado um gráfico mostrando estatísticas do desempenho. Também temos a dificuldade Morte Permanente que, como o próprio nome sugere, encerra o jogo quando o protagonista falece (com di

Mai 6, 2025 - 01:48
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Análise: Days Gone Remastered é um exemplo de remasterização competente, embora pouco ousada, de um ótimo jogo

Volte e meia temos o relançamento de algum título já existente, com direito a melhorias e adições. Uma das formas mais simples de fazer isso é por meio das remasterizações, tal como Days Gone Remastered. Conforme vamos conferir nesta análise, ele traz novidades técnicas e inclusão de conteúdo importantes, ainda que tenha ficado devendo algumas coisinhas. Vista sua jaqueta, abasteça a motocicleta e pegue suas armas, pois vamos começar!

A volta dos que não foram 

Lançado originalmente em 2019 para o PlayStation 4, Days Gone foi portado para o PC em 2021. Em um State of Play de fevereiro de 2025, foi anunciado Days Gone Remastered, que chegaria ao PlayStation 5 em 25 de abril de 2025. Com direito a várias novidades, parecia que essa nova versão poderia conquistar um novo e belo lugar ao sol para o game. 
Um mundo repleto de aventura
Posso dizer que ela conseguiu isso, ainda que esse sol esteja em um céu com algumas nuvens. Para quem já conhece o jogo, ele essencialmente continua o mesmo: no papel de um motoqueiro chamado Deacon, o jogador precisa sobreviver em um mundo pós-apocalíptico repleto de facções, falta de recursos e uma invasão de Frenéticos, que são os zumbis do game.
Inimigos espreitam por todos os lados
A história se desenrola conforme missões são concluídas, incluindo investigações, caçadas e perseguições. Outros personagens que interagem com o protagonista incluem seu amigo Boozer, sua até então falecida esposa, vários grupos de sobreviventes que disputam sua parceria e a misteriosa agência NERO. As primeiras horas de Days Gone são um pouco lentas, mas pouco a pouco conhecemos seu universo belo e intimidador.

O jogador tem uma certa liberdade para explorar o grande mapa do game, que está repleto de inimigos, segredos e recursos importantes. Algumas mecânicas legais incluem um mostrador que indica quanto barulho fazemos (ajuda a evitar combates), um sistema de dia e noite contínuo, fabricação dinâmica de itens e uma motocicleta completamente customizável. 

Uma experiência básica de qualidade

Preciso confessar que eu não havia jogado a versão original de Days Gone, mesmo tendo ele na minha biblioteca há algum tempo. Portanto, acredito que eu faça parte de um dos públicos principais da versão Remastered: os jogadores que nunca curtiram a aventura. Nesse sentido, gostei bastante do game e seu mundo aberto desolador, repleto de coisas a fazer e descobrir. 
De maneira geral, temos um jogo bem construído
A jogabilidade principal gira em torno de combates, corridas e furtividade. Deacon conta com vários itens diferentes para lutar contra humanos e Frenéticos, tais como armas de fogo, bastões e coqueteis molotov. Já a furtividade é mais simples, com execuções de inimigos desatentos e lançamento de pedras para distraí-los. Ambas as abordagens funcionam bem e são divertidas, ainda que relativamente simples. 
Finalizações silenciosas ajudam a manter Deacon seguro
Finalmente, temos as corridas de motocicleta, que ajudam nos deslocamentos pelo mapa e podem até ser parte integral das missões. Nesse sentido, temos vários objetivos secundários para explorar, o que confere muito tempo interessante de jogo. Individualmente boas, a soma das partes do game é ótima e merece ser jogada. Portanto, a recomendação da versão Remastered é fortíssima para quem ainda não jogou Days Gone. 

Para todos os públicos?

Após esses comentários, o leitor pode estar pensando “e quem já conhece o jogo, ou já tem uma cópia?” Nesse caso, a escolha exige um pouco mais de consideração. Para os veteranos decidirem, creio que seja importante ficar atento às novidades trazidas pela remasterização. Vamos começar com as questões técnicas: Days Gone Remastered é mais bonito que o original, contando com texturas e iluminação mais caprichadas. 
É possível perceber um maior número de detalhes, sobretudo à distância
Cenários são renderizados em grandes distâncias e temos acesso a áudio em 3D, além dos recursos do DualSense. Ainda que nenhuma dessas novidades realmente mude drasticamente o game, ele realmente está mais belo e agradável. Infelizmente, temos alguns problemas técnicos como telas de carregamento longas e bugs, como personagens que somem/aparecem do nada. 
Ter dois NPCs iguais logo no começo da campanha é um mal sinal
O título original sofreu com questões semelhantes, mas possivelmente teremos atualizações que resolvam (ou minimizem) isso em breve. Saindo da questão técnica, vamos falar do conteúdo novo que chegou em Days Gone Remastered. Uma básica, mas bem-vinda adição é o modo Fotografia, com direito a várias opções de lente e trocas instantâneas entre o dia e a noite. 
Pronto para tirar fotografias incríveis?
Para quem curte jogar contra o relógio, o modo Speedrun coloca um cronômetro na tela marcando seu progresso (ele pausa durante as cutscenes). Ao final dessa campanha, é gerado um gráfico mostrando estatísticas do desempenho. Também temos a dificuldade Morte Permanente que, como o próprio nome sugere, encerra o jogo quando o protagonista falece (com direito a exclusão do salvamento!).  

Diversão com ressalvas

Se fossem somente essas adições, a lista de novidades seria um pouco frustrante. Felizmente, deixei o melhor para o final: o modo Ataque da Horda é uma espécie de arcade de sobrevivência no qual o jogador precisa superar rodadas consecutivas de investidas de Frenéticos. Vários recursos, como armas e itens, estão espalhados pelo cenário, que vê aumentar o número de inimigos a cada turno. 
Boozer em pleno Ataque da Horda
Esses desafios são realizados em uma grande região aberta, que pode ser escolhida antes da partida começar. Desde a primeira rodada, o jogador já conta com um arsenal de respeito, que pode (e deve) ser expandido e reabastecido explorando o mapa. Inclusive, aqui temos as maiores hordas do jogo: na versão original de Days Gone, a maior tinha 500 Frenéticos; agora, no modo Ataque da Horda é possível ter até 800 Frenéticos na tela de uma só vez. 
 
Gostei bastante desse modo, que dá destaque a uma das melhores partes do game. A adrenalina em combater tantos inimigos, calculando o melhor ponto para atirar uma granada e o momento certo de esquivar, é sempre divertida. Infelizmente, o sistema de progressão é, no mínimo, polêmico. Ao terminar partidas, recebemos pontos de experiência para subir de nível e liberar habilidades. 
Ataque da Horda poderia ter olhado para o modo Desafios, mais divertido e audacioso
A questão é que elas são sempre do tipo “faca de dois legumes”, como receber 25% mais de pontos ao final da partida, mas ao custo de inimigos com mais vida. Considerando que Days Gone Remastered pode ser visto como uma versão “definitiva”, não custava colocar melhorias mais ousadas que realmente mudassem a jogabilidade. No final, a motivação para liberar essas opções se torna baixa. 

Faltou ir além

Embora seja uma comparação um tanto injusta, ao jogar Days Gone Remastered me lembrei de The Last of Us Parte II Remastered. Ambas remasterizações de jogos de ação e aventura pós-apocalípticos com “zumbis”, o sucesso dos originais parece ter refletido nas novas versões. O segundo é repleto de skins, modificadores, colecionáveis, vídeos, um modo de jogo inédito excelente, entre outras novidades bem legais. 
Os bônus são modestos, como a remasterização em si
Infelizmente, aqui temos uma seleção mais modesta de adições. Nada de skins legais ou materiais sobre a produção do game, algo que compensasse a experiência original de Deacon não ser tão incrível como a de Ellie. Talvez eu seja exigente ou tenha ficado mal-acostumado, pois na prática este novo jogo entrega a definição do termo “remasterização”. 
 
Ou seja, uma produção melhorada de forma sensível, mas sem mudar a base, com algumas adições pontuais aqui e ali. Days Gone Remastered é sim um bom jogo, com direito a alguns ótimos momentos, tais como músicas emocionantes, diálogos afiados e grande senso de aventura. É como a motocicleta de Deacon: divertida de melhorar e pilotar na maior parte do tempo, mas eventualmente é preciso abastecer e fazer a manutenção. 
Fique atento para ver se você pode aproveitar a promoção!
Para quem já comprou uma versão digital ou física do game original, é possível fazer a atualização com um bom desconto direto na loja da PlayStation. No PC, é preciso adquirir o DLC Broken Road, que traz todas as novidades da Remasterização. Atenção: o desconto não vale para quem (como eu) recebeu Days Gone via PlayStation Plus em abril de 2021 ou na PS Plus Collection, ao comprar um PS5. 

Uma nova vida

No final das contas, Days Gone Remastered é fiel ao original: apesar de trazer muitas qualidades, alguns probleminhas pontuais limitam a “ótima” uma experiência que poderia ser “incrível”. As novidades da remasterização são todas positivas, com destaque para as melhorias audiovisuais e a adição do modo Ataque da Horda, que destaca uma das melhores mecânicas do jogo. 
Deacon tem uma nova oportunidade de viver uma grande aventura
É uma pena que, na prática, o modo seja inferior ao modo Desafio, já presente no original e que traz missões variadas e muito divertidas. Faltou mais audácia nesta remasterização, que faz pouco mais que o básico. Fica a sugestão para quem nunca curtiu o jogo original ou que gostou do que viu antes e está pronto para reviver a aventura numa roupagem mais moderna. 

Prós 

  • Remasterização é a melhor forma de curtir este ótimo jogo de ação e aventura pós-apocaliptíco; 
  • Visuais estão ainda mais bonitos, com texturas e iluminação mais caprichadas, bem como cenários com nível maior de detalhes; 
  • Jogabilidade divertida em praticamente todos os momentos, seja espancando Frenéticos ou dirigindo sua motocicleta; 
  • Variedade das missões e coisas a fazer é considerável, mantendo a experiência sempre interessante; 
  • Novidades como modos SpeedRun e Fotografia complementam a experiência geral; 
  • Modo Ataque da Horda dá o devido destaque as melhores mecânicas do jogo. 

Contras 

  • Problemas técnicos como personagens que somem e aparecem do nada, problemas na detecção dos inimigos, diálogos que ocorrem em momentos inadequados, etc; 
  • Faltou mais ousadia nas novidades, incluindo skins e opções inéditas para a campanha, sobretudo para o novo modo de jogo Ataque da Horda; 
  • Telas de carregamento são longas demais para uma remasterização. 
Days Gone Remastered — PC/PS5 — Nota: 8.0 
Versão utilizada para análise: PS5 
Revisão: Farley Santos
Análise redigida com cópia digital cedida pela Sony
Days Gone Remastered 8.0 PS5 All things considered, Days Gone Remastered is faithful to the original: despite bringing many qualities, some specific problems limit to “great” what could have been an “incredible” experience. The new features of the remaster are all positive, with highlights including the audiovisual improvements and the addition of the Horde Assault mode, even if the latter could have been better. It is a recommended title for those who never enjoyed the original game or who liked what they saw before and are ready to relive the adventure in a more modern format.