Análise: Him, the Smile & Bloom: romances que florescem em cores e formas diferentes

Parte de uma franquia multimídia da MintLip, Him, the Smile & Bloom é uma visual novel otome em que podemos vivenciar um romance com quatro rapazes que trabalham em uma floricultura. Explorando situações bem diferentes de relacionamentos na vida adulta, a obra traz um interessante conceito que busca mostrar como o romance pode desabrochar de forma diferente entre as pessoas.Quatro casais e suas históriasHim, the Smile & Bloom conta a história de quatro casais com histórias bastante diferentes entre si. Todos adultos, a obra se foca em mostrar relacionamentos que se desenvolvem até mesmo em ritmos diferentes, além de cada um deles ter um estilo.Wataru Tori é um jovem bastante entusiasmado que acaba de se juntar à floricultura Fill Flower em Sakuragamori após o término de um relacionamento. Bastante honesto com seus próprios sentimentos e dedicado, ele se declara para a veterana que está cuidando dele na loja. A diferença de idade entre os dois e um certo trauma em relação a um relacionamento anterior deixam a protagonista em conflito sobre dar uma chance para esse amor.Já Tenya Minami é um rapaz bastante calmo e na dele, mas que demonstra uma forte sensibilidade de tempos em tempos. Um dia, por um encontro do destino, ele e uma colega da sua antiga turma do ensino médio se reencontram e ele decide ser direto pedindo a garota em namoro. Sem muita experiência em romance, a protagonista desta rota pede um tempo para eles se conhecerem melhor, porém um trauma recente de sua viagem para o Canadá leva a garota à autodepreciação.Hokuto Ichige é o gerente da floricultura e um rapaz geralmente simpático, contudo seus namoros costumam acabar rapidamente. Desde muito pequeno, ele vive grudado com uma vizinha que trata como “irmã mais nova”. Porém, para ela, que é a protagonista da rota, essa proximidade acaba sendo frustrante, já que ela queria que o relacionamento entre eles se desenvolvesse em um romance. Em meio a complicações da vida adulta e desentendimentos, os dois acabam tendo a chance de dar um novo passo.Por fim, Ginnosuke Sugawa é um profissional dedicado e representa a loja como um verdadeiro “príncipe”, tratando todas as belas garotas que a frequentam com um sorriso no rosto. Porém, basta estar sozinho com o resto da equipe para mostrar seu lado mais ácido. A protagonista da rota do “Gin” é uma jovem designer de ambientes contratada para reformular o estilo da loja e que acabará vendo as múltiplas faces do rapaz.Uma evolução naturalUm detalhe interessante é que as quatro protagonistas conseguem passar uma sensação um pouco diferente entre si, mesmo tendo alguns elementos de personalidade similares. Todas elas são dedicadas aos seus respectivos empregos e possuem motivações para gostar de flores, porém a forma como interagem com os rapazes e seus próprios pensamentos mudam o suficiente para dar, de fato, a impressão de estarmos dentro da mente de pessoas diferentes durante o jogo. É uma pena que elas não tenham vozes próprias para ajudar nessa caracterização.Da mesma forma, há uma escrita bem natural de relacionamentos que ajuda a dar um tom agradável e que é fácil associar com a vida real. Embora o tempo de cada rota seja relativamente curto e os relacionamentos sejam mais diretos, o desenvolvimento todo faz sentido; até mesmo os términos dos finais ruins e os momentos mais felizes parecem algo que poderia acontecer de verdade.Vale destacar que cada história conta com três finais possíveis dependendo das escolhas que o jogador toma. O final “Glow” é o melhor deles, sendo obtido geralmente com escolhas mais adequadas ao sentimento das personagens na história e liberando uma história curta extra no menu. Fazer muitas escolhas que evitam demonstrar como elas estão se sentindo geralmente leva ao “Wither”, em que o amor entre ela e o rapaz murcha antes da hora. Há ainda o final “Bloom”, um final bom, porém em que o romance não chega ao seu ápice.Ao contrário de várias obras atuais do gênero, não temos aqui um “Love Catch”, ou seja, um indicativo de quando nossas escolhas estão certas. Apesar disso, pela natureza das escolhas, que são geralmente opções binárias entre “ser mais franca” ou “esconder o que sente”, é fácil alcançar os finais desejados sem um guia. Da mesma forma, não temos um Skip to Choice, que facilita na exploração de outras obras dessa natureza, mas não chega a ser um grande problema pela agilidade da trama com capítulos curtinhos.Um histórico de traduçãoOriginalmente, Him, the Smile & Bloom saiu no Japão em agosto de 2024 e já contava com uma tradução para o inglês. Porém, esse trabalho foi bastante criticado por ter um texto não natural baseado em tradução por máquina, utilizando assim expressões pouco naturais e contando com alguns erros grosseiros.Quando a PQube anunciou que ia lançar o jogo no Ocidente, um dos primeiros pontos que ela teve que comentar foi justamente esse. A empresa prometeu que lançaria uma versão com uma nova tradução. Contudo, quando o jogo saiu em fevereiro, o processo

Mai 10, 2025 - 02:20
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Análise: Him, the Smile & Bloom: romances que florescem em cores e formas diferentes
Parte de uma franquia multimídia da MintLip, Him, the Smile & Bloom é uma visual novel otome em que podemos vivenciar um romance com quatro rapazes que trabalham em uma floricultura. Explorando situações bem diferentes de relacionamentos na vida adulta, a obra traz um interessante conceito que busca mostrar como o romance pode desabrochar de forma diferente entre as pessoas.

Quatro casais e suas histórias

Him, the Smile & Bloom conta a história de quatro casais com histórias bastante diferentes entre si. Todos adultos, a obra se foca em mostrar relacionamentos que se desenvolvem até mesmo em ritmos diferentes, além de cada um deles ter um estilo.

Wataru Tori é um jovem bastante entusiasmado que acaba de se juntar à floricultura Fill Flower em Sakuragamori após o término de um relacionamento. Bastante honesto com seus próprios sentimentos e dedicado, ele se declara para a veterana que está cuidando dele na loja. A diferença de idade entre os dois e um certo trauma em relação a um relacionamento anterior deixam a protagonista em conflito sobre dar uma chance para esse amor.

Já Tenya Minami é um rapaz bastante calmo e na dele, mas que demonstra uma forte sensibilidade de tempos em tempos. Um dia, por um encontro do destino, ele e uma colega da sua antiga turma do ensino médio se reencontram e ele decide ser direto pedindo a garota em namoro. Sem muita experiência em romance, a protagonista desta rota pede um tempo para eles se conhecerem melhor, porém um trauma recente de sua viagem para o Canadá leva a garota à autodepreciação.

Hokuto Ichige é o gerente da floricultura e um rapaz geralmente simpático, contudo seus namoros costumam acabar rapidamente. Desde muito pequeno, ele vive grudado com uma vizinha que trata como “irmã mais nova”. Porém, para ela, que é a protagonista da rota, essa proximidade acaba sendo frustrante, já que ela queria que o relacionamento entre eles se desenvolvesse em um romance. Em meio a complicações da vida adulta e desentendimentos, os dois acabam tendo a chance de dar um novo passo.

Por fim, Ginnosuke Sugawa é um profissional dedicado e representa a loja como um verdadeiro “príncipe”, tratando todas as belas garotas que a frequentam com um sorriso no rosto. Porém, basta estar sozinho com o resto da equipe para mostrar seu lado mais ácido. A protagonista da rota do “Gin” é uma jovem designer de ambientes contratada para reformular o estilo da loja e que acabará vendo as múltiplas faces do rapaz.

Uma evolução natural

Um detalhe interessante é que as quatro protagonistas conseguem passar uma sensação um pouco diferente entre si, mesmo tendo alguns elementos de personalidade similares. Todas elas são dedicadas aos seus respectivos empregos e possuem motivações para gostar de flores, porém a forma como interagem com os rapazes e seus próprios pensamentos mudam o suficiente para dar, de fato, a impressão de estarmos dentro da mente de pessoas diferentes durante o jogo. É uma pena que elas não tenham vozes próprias para ajudar nessa caracterização.

Da mesma forma, há uma escrita bem natural de relacionamentos que ajuda a dar um tom agradável e que é fácil associar com a vida real. Embora o tempo de cada rota seja relativamente curto e os relacionamentos sejam mais diretos, o desenvolvimento todo faz sentido; até mesmo os términos dos finais ruins e os momentos mais felizes parecem algo que poderia acontecer de verdade.

Vale destacar que cada história conta com três finais possíveis dependendo das escolhas que o jogador toma. O final “Glow” é o melhor deles, sendo obtido geralmente com escolhas mais adequadas ao sentimento das personagens na história e liberando uma história curta extra no menu. Fazer muitas escolhas que evitam demonstrar como elas estão se sentindo geralmente leva ao “Wither”, em que o amor entre ela e o rapaz murcha antes da hora. Há ainda o final “Bloom”, um final bom, porém em que o romance não chega ao seu ápice.

Ao contrário de várias obras atuais do gênero, não temos aqui um “Love Catch”, ou seja, um indicativo de quando nossas escolhas estão certas. Apesar disso, pela natureza das escolhas, que são geralmente opções binárias entre “ser mais franca” ou “esconder o que sente”, é fácil alcançar os finais desejados sem um guia. Da mesma forma, não temos um Skip to Choice, que facilita na exploração de outras obras dessa natureza, mas não chega a ser um grande problema pela agilidade da trama com capítulos curtinhos.

Um histórico de tradução

Originalmente, Him, the Smile & Bloom saiu no Japão em agosto de 2024 e já contava com uma tradução para o inglês. Porém, esse trabalho foi bastante criticado por ter um texto não natural baseado em tradução por máquina, utilizando assim expressões pouco naturais e contando com alguns erros grosseiros.

Quando a PQube anunciou que ia lançar o jogo no Ocidente, um dos primeiros pontos que ela teve que comentar foi justamente esse. A empresa prometeu que lançaria uma versão com uma nova tradução. Contudo, quando o jogo saiu em fevereiro, o processo ainda não havia sido concluído e, pouco antes do lançamento, a empresa avisou que precisaria ainda de um tempo para concluir uma atualização com as mudanças.

Como resultado, o jogo saiu com o processo ainda em andamento e foi só no dia 29 de abril que foram feitos os ajustes. O resultado é consideravelmente melhor do que o lançamento original, tendo, de fato, uma tradução bem escrita de forma geral, o que importa muito em um jogo dessa natureza.

Porém, mesmo com as correções, a história ainda conta com alguns erros de escrita. Em particular, a rota do Wataru é recheada de erros de digitação e repetições, enquanto as outras têm uma quantidade menor. A rota com problemas mais graves é a do Gin, onde se concentram os poucos, mas notáveis erros de tradução mesmo da obra. As rotas de ambos também são onde há formatações mais estranhas do texto, intercalando linhas muito longas e outras muito curtas.

Fora das questões textuais, o jogo tem ilustrações deslumbrantes tanto de personagens quanto de ambientes. Como é costumeiro em visual novels, há vários indivíduos secundários sem ilustrações, porém todos que possuem arte contam com designs de Yat (Cupid Parasite, 9 R.I.P.), que são bastante coloridos e expressivos. Junto com a temática de flores e os ambientes bastante detalhados, eles conseguem chamar a atenção.

O aspecto sonoro também passa por uma situação similar. Não há uma grande variedade de músicas e elas não se destacam separadamente (exceto pela abertura, encerramento e o tema do menu principal), mas, aproveitando a natureza curta da trama, elas são muito bem colocadas para expressar os sentimentos das cenas. Já a dublagem, como é típico nesses jogos, inclui atores de voz japoneses de altíssima competência, como Makoto Furukawa e Ryouhei Kimura, que fazem um bom trabalho em dar um tom de veracidade nas atuações individuais.

Por fim, ainda gostaria de destacar que o jogo conta com uma espécie de glossário de flores. Cada item possui uma imagem, descrição de detalhes específicos e uma “interpretação” baseada em linguagem das flores, explicando o que cada uma delas pode significar.

O romance no ar

Him, the Smile & Bloom é um otome game competente em sua proposta de explorar relacionamentos românticos na vida adulta de quatro casais bastante diferentes entre si. O resultado é uma ótima pedida tanto para fãs do gênero quanto para quem ainda não o conhece, mas se interessa em explorar um pouco do que ele tem a oferecer.

Prós

  • Os quatro casais possuem relações românticas bem diferentes entre si;
  • A evolução dos romances em suas várias rotas possui um tom natural;
  • O texto em inglês está bem fluido para a leitura;
  • As ilustrações dos personagens e ambientes são bastante detalhadas e expressivas.

Contras

  • Mesmo com as correções do patch prometido, o jogo conta com vários erros de escrita e alguns poucos de tradução;
  • Ausência de indicativos de escolha certa.

Him, the Smile & Bloom — PC/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PC

Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise produzida com cópia digital cedida pela PQube

Him, the Smile & Bloom 8.0 PC Him, the Smile & Bloom is a competent otome game in its concept of exploring adult romantic relationships through four very different couples. The result is a great pick for fans of the genre and those who still don't know it but are interested in exploring a little of what it has to offer.