Anatel conclui primeiros testes de conexão satélite-celular no Brasil
Claro e Lynk testaram satélites de órbita baixa para comunicação direta com celulares. Testes foram acompanhados e aprovados pela Anatel. Anatel conclui primeiros testes de conexão satélite-celular no Brasil


Resumo
- A Anatel aprovou testes de conexão satélite-celular com satélites em órbita baixa e celulares comuns.
- Conduzidos pela Claro e Lynk Global, os testes usaram uma frequência de 850 MHz.
- Foram realizadas chamadas de voz de 30 segundos e envios de SMS, ambos com sucesso.
Em março de 2024, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) liberou os testes de uma tecnologia Direct-to-Device (D2D) que permite conectar satélites diretamente a celulares 4G ou 5G. Um ano depois, o órgão acompanhou os primeiros testes, estes feitos pela Claro. Os resultados são animadores.
Os testes foram realizados pela Claro em parceria com a Lynk Global, em São Luís, Maranhão. As conexões foram executadas por meio de seis satélites não-geoestacionários Lynk Tower, que operam em órbita baixa.
No outro lado, foram usados celulares tipicamente encontrados no mercado brasileiro, como Moto G4 Plus, Galaxy S22 e iPhone 13. Todos foram usados nos testes sem passa por alterações de software ou hardware.
A comunicação entre os satélites e os celulares foi baseada em uma faixa de frequência de 850 MHz. Houve conexões em dois pontos específicos da capital do Maranhão: Espigão Costeiro da Ponta D’Areia e Mirante da Lagoa da Jansen.
Um dos testes satélite-celular consistiu em uma chamada de voz que durou 30 segundos. Mas também houve testes com SMS. Todos apresentaram resultados satisfatórios.
Objetivo é atender a áreas sem cobertura móvel
Ainda que sem dar detalhes de sua avaliação, a Anatel comemorou o sucesso dos testes:
Os resultados se mostraram bastante positivos, pois foi possível estabelecer conexões estáveis e de qualidade entre satélites e dispositivos móveis, proporcionando serviços de voz e dados em áreas que anteriormente não tinham cobertura.
Como o próprio órgão deixa claro, sistemas D2D poderão ser usados para atender a regiões que têm pouca ou nenhuma infraestrutura de telefonia móvel, pelo menos para permitir modos de comunicação básicos, como chamadas de voz e troca de mensagens de texto.
A parte mais interessante é que isso poderá ser feito sem necessidade de grandes alterações sistêmicas, o que garante compatibilidade com os celulares disponíveis no mercado. Tomemos, como exemplo, que os testes foram realizados dentro de uma faixa de frequência que a Claro já usa para redes móveis (850 MHz).
Para possibilitar a realização dos testes, a Anatel acionou o chamado Sandbox Regulatório, mecanismo normativo que suspende temporariamente regras que impedem o avanço de determinados projetos, desde que haja relevância no desenvolvimento tecnológico e na promoção do acesso às telecomunicações.
“Esse mecanismo é essencial para fomentar a inovação, pois oferece um espaço controlado onde empresas podem experimentar soluções que ainda não se enquadram nas regulamentações vigentes”, explica a Anatel.
Apesar do sucesso dos testes, ainda não há previsão para essa solução D2D de comunicação satélite-celular ser implementada no Brasil.
Com informações do Teletime
Anatel conclui primeiros testes de conexão satélite-celular no Brasil