Artista vendeu escultura invisível por mais de $ 18 mil

Imagine comprar uma obra de arte e receber… absolutamente nada. Foi exatamente isso que aconteceu com um comprador anônimo durante um leilão na Itália, onde o artista Salvatore Garau arrecadou 15 mil euros (mais de 18 mil dólares) por uma escultura que não existe. O trabalho, intitulado Io Sono (“Eu Sou” em italiano), foi descrito como […] Esse Artista vendeu escultura invisível por mais de $ 18 mil foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Mai 9, 2025 - 17:29
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Artista vendeu escultura invisível por mais de $ 18 mil
Artista vendeu escultura invisível por mais de $ 18 mil

Imagine comprar uma obra de arte e receber… absolutamente nada. Foi exatamente isso que aconteceu com um comprador anônimo durante um leilão na Itália, onde o artista Salvatore Garau arrecadou 15 mil euros (mais de 18 mil dólares) por uma escultura que não existe. O trabalho, intitulado Io Sono (“Eu Sou” em italiano), foi descrito como uma “escultura imaterial” — ou seja, algo que você não pode tocar, ver ou sentir, mas que, segundo o criador, está cheio de significado.

A ideia por trás da obra desafia a noção tradicional de arte. Garau, de 67 anos, explica que o vazio não é simplesmente a ausência de matéria, mas um espaço repleto de energia. Em entrevista ao jornal espanhol Diario AS, ele citou o princípio da incerteza de Heisenberg, da física quântica, para embasar sua teoria: “O nada tem um peso. Ele contém energia condensada que se transforma em partículas, ou seja, em nós mesmos”. Para o artista, a escultura ganha forma justamente na imaginação de quem a observa — ou, neste caso, não a observa.

O leilão aconteceu em maio de 2021, pela casa Art-Rite, e superou todas as expectativas. A previsão inicial era que a obra fosse vendida por entre 6 mil e 9 mil euros, mas a disputa entre os licitantes elevou o valor final para 15 mil euros.

Quem levou a escultura para casa recebeu um certificado de autenticidade e instruções precisas: a obra deve ser exibida em um espaço privado, medindo aproximadamente 1,5 metro por 1,5 metro, totalmente livre de obstáculos. Garau reforça que, ao delimitar essa área, os pensamentos do espectador se concentrariam ali, dando forma à escultura invisível.

A reação do público foi imediata e polarizada. Enquanto alguns celebraram a ousadia conceitual, outros criticaram a ideia como uma “fraude intelectual”. Um comentário popular na internet resumiu a perplexidade: “Então ele só colou fita no chão e chamou isso de escultura?”. A provocação, no entanto, não é novidade na carreira de Garau.

Em fevereiro de 2021, ele instalou Buda em Contemplação na Piazza Della Scala, em Milão: um quadrado de fita adesiva no chão de paralelepípedos, demarcando onde a estátua invisível “estaria”. Mais recentemente, em frente à Bolsa de Valores de Nova York, ele apresentou Afrodite Chora, representada por um círculo branco vazio.

Para o artista, essas obras são um convite à reflexão sobre o invisível. Em um vídeo que documenta a instalação de Milão, ele afirma: “Você não vê, mas ela existe. É feita de ar e espírito. É uma obra que exige o poder da imaginação, algo que todos têm, mesmo quem acha que não tem”. A comparação com a ideia de divindade — “Afinal, não criamos um Deus que nunca vimos?” — revela o tom filosófico de seu trabalho.

Apesar das críticas, o mercado de arte imaterial não é exatamente novo. Em 1958, o artista francês Yves Klein vendeu Zonas de Sensibilidade Pictórica Imaterial, trocando espaços vazios por folhas de ouro. Garau, porém, leva o conceito a outro patamar, questionando o valor que atribuímos ao intangível. Seja genialidade ou misticismo, o fato é que suas esculturas invisíveis continuam a gerar debates — e, claro, a render bons lucros.

Enquanto isso, nas redes sociais, a pergunta que não quer calar é: você pagaria milhares por uma obra que não existe? A resposta, ao que parece, já tem dono.

Esse Artista vendeu escultura invisível por mais de $ 18 mil foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.