Bill Gates acusa Musk de 'matar as crianças mais pobres do mundo' após cortes a ajuda humanitária
O fundador da Microsoft fez afirmação ao jornal britânico Financial Times. Elon Musk e Bill Gates. Montagem/AP/Reuters "A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita", disse o bilionário Gates ao jornal britânico Financial Times, nesta quinta-feira (8), ao comentar sobre a atuação do bilionário Elon Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA. Ao assumir o departamento, o dono da SpaceX encerrou as operações da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), responsável por fornecer bilhões em financiamento para ajuda humanitária, desde vacinas para crianças até assistência alimentar emergencial. Bill Gates prometeu ainda doar quase toda a sua fortuna pessoal nas próximas duas décadas e disse que os mais pobres do mundo receberão cerca de US$ 200 bilhões por meio de sua fundação, em um momento em que os governos estão cortando a ajuda internacional. O bilionário e filantropo, de 69 anos, afirmou que está acelerando os planos de alienar sua fortuna e fechar a Fundação Gates em 31 de dezembro de 2045. "As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado que 'ele morreu rico' não será uma delas", escreveu Gates em um post em seu site. "Há muitos problemas urgentes a serem resolvidos para que eu mantenha recursos que poderiam ser usados para ajudar as pessoas." Em uma repreensão implícita à redução da ajuda feita por Trump, a nota de Gates afirma que ele quer ajudar a impedir que bebês recém-nascidos, crianças e mães morram de causas evitáveis, acabar com doenças como poliomielite, malária e sarampo e reduzir a pobreza. "Não está claro se os países mais ricos do mundo continuarão a defender as pessoas mais pobres", acrescentou, mencionando cortes de grandes doadores, incluindo também Reino Unido e França. Gates disse que, apesar dos grandes recursos da fundação, o progresso não será possível sem apoio governamental. Ele elogiou a resposta aos cortes de ajuda na África, onde alguns governos realocaram orçamentos, mas disse que, como exemplo, a pólio não será erradicada sem o financiamento dos EUA. Gates fez o anúncio no 25º aniversário da fundação. Ele criou a organização com sua então esposa Melinda French Gates, em 2000, e mais tarde o investidor Warren Buffett se juntou a eles. "Percorri um longo caminho desde que eu era apenas um garoto abrindo uma empresa de software com meu amigo do ensino médio", afirmou ele. Doação de R$ 100 bilhões Desde sua criação, a fundação doou US$ 100 bilhões, ajudando a salvar milhões de vidas e apoiando iniciativas como o grupo de vacinas Gavi e o Fundo Global de Combate a Aids, Tuberculose e Malária. Ela será fechada depois de gastar cerca de 99% da fortuna pessoal dele, segundo Gates. Originalmente, os fundadores esperavam que a fundação fosse encerrada nas décadas seguintes à morte deles. Gates espera que a fundação gaste cerca de US$200 bilhões até 2045, sendo que o valor final dependerá dos mercados e da inflação. A fundação já é uma grande participante no setor de saúde global, com um orçamento anual que chegará a US$9 bilhões até 2026. Ela tem enfrentado críticas por seu poder e influência sem a devida prestação de contas, inclusive na Organização Mundial da Saúde. O próprio Gates foi alvo de teorias da conspiração, principalmente durante a pandemia da Covid-19. Gates também conversou com Donald Trump várias vezes nos últimos meses sobre a importância do investimento contínuo em saúde global. "Espero que outras pessoas ricas considerem o quanto podem acelerar o progresso para os mais pobres do mundo se aumentarem o ritmo e a escala de suas doações, porque essa é uma maneira profundamente impactante de retribuir à sociedade", escreveu Gates. Quem são os bilionários mais velhos do mundo em 2025, segundo a Forbes


O fundador da Microsoft fez afirmação ao jornal britânico Financial Times. Elon Musk e Bill Gates. Montagem/AP/Reuters "A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita", disse o bilionário Gates ao jornal britânico Financial Times, nesta quinta-feira (8), ao comentar sobre a atuação do bilionário Elon Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA. Ao assumir o departamento, o dono da SpaceX encerrou as operações da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), responsável por fornecer bilhões em financiamento para ajuda humanitária, desde vacinas para crianças até assistência alimentar emergencial. Bill Gates prometeu ainda doar quase toda a sua fortuna pessoal nas próximas duas décadas e disse que os mais pobres do mundo receberão cerca de US$ 200 bilhões por meio de sua fundação, em um momento em que os governos estão cortando a ajuda internacional. O bilionário e filantropo, de 69 anos, afirmou que está acelerando os planos de alienar sua fortuna e fechar a Fundação Gates em 31 de dezembro de 2045. "As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado que 'ele morreu rico' não será uma delas", escreveu Gates em um post em seu site. "Há muitos problemas urgentes a serem resolvidos para que eu mantenha recursos que poderiam ser usados para ajudar as pessoas." Em uma repreensão implícita à redução da ajuda feita por Trump, a nota de Gates afirma que ele quer ajudar a impedir que bebês recém-nascidos, crianças e mães morram de causas evitáveis, acabar com doenças como poliomielite, malária e sarampo e reduzir a pobreza. "Não está claro se os países mais ricos do mundo continuarão a defender as pessoas mais pobres", acrescentou, mencionando cortes de grandes doadores, incluindo também Reino Unido e França. Gates disse que, apesar dos grandes recursos da fundação, o progresso não será possível sem apoio governamental. Ele elogiou a resposta aos cortes de ajuda na África, onde alguns governos realocaram orçamentos, mas disse que, como exemplo, a pólio não será erradicada sem o financiamento dos EUA. Gates fez o anúncio no 25º aniversário da fundação. Ele criou a organização com sua então esposa Melinda French Gates, em 2000, e mais tarde o investidor Warren Buffett se juntou a eles. "Percorri um longo caminho desde que eu era apenas um garoto abrindo uma empresa de software com meu amigo do ensino médio", afirmou ele. Doação de R$ 100 bilhões Desde sua criação, a fundação doou US$ 100 bilhões, ajudando a salvar milhões de vidas e apoiando iniciativas como o grupo de vacinas Gavi e o Fundo Global de Combate a Aids, Tuberculose e Malária. Ela será fechada depois de gastar cerca de 99% da fortuna pessoal dele, segundo Gates. Originalmente, os fundadores esperavam que a fundação fosse encerrada nas décadas seguintes à morte deles. Gates espera que a fundação gaste cerca de US$200 bilhões até 2045, sendo que o valor final dependerá dos mercados e da inflação. A fundação já é uma grande participante no setor de saúde global, com um orçamento anual que chegará a US$9 bilhões até 2026. Ela tem enfrentado críticas por seu poder e influência sem a devida prestação de contas, inclusive na Organização Mundial da Saúde. O próprio Gates foi alvo de teorias da conspiração, principalmente durante a pandemia da Covid-19. Gates também conversou com Donald Trump várias vezes nos últimos meses sobre a importância do investimento contínuo em saúde global. "Espero que outras pessoas ricas considerem o quanto podem acelerar o progresso para os mais pobres do mundo se aumentarem o ritmo e a escala de suas doações, porque essa é uma maneira profundamente impactante de retribuir à sociedade", escreveu Gates. Quem são os bilionários mais velhos do mundo em 2025, segundo a Forbes