Humanos descendem de duas populações ancestrais que se dividiram e reconectaram
Já noticiamos, aqui pelo Canaltech, que a famosa imagem sobre a evolução humana está errada — o ser humano foi surgindo a partir de uma série pouco linear de acasalamentos entre espécies ancestrais e parentes evolutivos, como neandertais e denisovanos, até chegar no Homo sapiens como o conhecemos. Agora, detalhes dessa jornada foram revelados por pesquisas genéticas. Experimento de 30 anos mostra como a evolução de uma espécie acontece Como será a evolução da espécie humana nos próximos 10 mil anos? Um estudo por geneticistas da Universidade de Cambridge descobriu que nós, humanos modernos, descendemos de pelo menos duas populações ancestrais diferentes — elas se separaram do nosso ancestral comum, ficando ao menos um milhão de anos separadas para então se reconectarem misteriosamente há 300.000 anos. Populações humanas e a evolução Para a pesquisa, foi desenvolvido um algoritmo especialmente para lidar com a enorme quantidade de dados presentes no Projeto 1000 Genomas, iniciativa que sequenciou e armazenou o DNA de populações humanas pela África, Europa e Américas, modelando como os genes de humanos antigos se separaram e reuniram ao longo da história da evolução. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Já sabíamos que a "marcha do progresso" da evolução humana não estava correta, mas os segredos dos ancestrais dos Homo sapiens ainda estão sendo revelados (Imagem: Eugene Zhyvchik/Unsplash) Isso remontou a um período anterior à evolução dos próprios H. sapiens. A ciência atual acredita que nossa espécie surgiu na África entre 200.000 e 300.000 anos atrás, de uma linhagem única. O que o estudo revelou, no entanto, foi que duas populações antigas são responsáveis pelos nossos genes: elas teriam se separado há 1,5 milhão de anos, se reencontrando apenas no desabrochar dos H. sapiens. Uma das populações teria contribuído com cerca de 80% do DNA humano atual, enquanto a outra ficou com os 20% restantes. Esta última população teve um gargalo significativo, ficando muito pequena após a divergência dos ancestrais, crescendo lentamente ao longo da história até se reconectar com a população “irmã”. Ela também parece ser a mesma que deu origem aos neandertais e denisovanos antes da reconexão. Apesar de apenas a menor parte do genoma ter vindo desse povo, os genes trazidos por ele são muito importantes, sendo relacionados a funções cerebrais e processamento neural, cruciais para nossa evolução. A questão de quem seriam as populações é misteriosa: ancestrais como Homo erectus e Homo heidelbergensis ainda estavam por aí na época, sendo candidatos possíveis. O achado é mais uma prova de que a evolução humana não seguiu uma linha reta, com símios encurvados virando macacos nus de pé que se tornariam humanos: muita hibridização, ruas genéticas sem saída e seleções naturais severas permearam nossa história, muito mais complexa e interconectada do que uma simples árvore genealógica. Leia também: Ciência descobre que humanos modernos não vieram de um ancestral comum Espécie humana extinta se adaptou para viver em clima extremo no deserto Estudo brasileiro pode mudar tudo o que sabemos sobre a evolução humana VÍDEO: 10 mitos sobre o corpo humano [Top Tech] Leia a matéria no Canaltech.

Já noticiamos, aqui pelo Canaltech, que a famosa imagem sobre a evolução humana está errada — o ser humano foi surgindo a partir de uma série pouco linear de acasalamentos entre espécies ancestrais e parentes evolutivos, como neandertais e denisovanos, até chegar no Homo sapiens como o conhecemos. Agora, detalhes dessa jornada foram revelados por pesquisas genéticas.
- Experimento de 30 anos mostra como a evolução de uma espécie acontece
- Como será a evolução da espécie humana nos próximos 10 mil anos?
Um estudo por geneticistas da Universidade de Cambridge descobriu que nós, humanos modernos, descendemos de pelo menos duas populações ancestrais diferentes — elas se separaram do nosso ancestral comum, ficando ao menos um milhão de anos separadas para então se reconectarem misteriosamente há 300.000 anos.
Populações humanas e a evolução
Para a pesquisa, foi desenvolvido um algoritmo especialmente para lidar com a enorme quantidade de dados presentes no Projeto 1000 Genomas, iniciativa que sequenciou e armazenou o DNA de populações humanas pela África, Europa e Américas, modelando como os genes de humanos antigos se separaram e reuniram ao longo da história da evolução.
-
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
-
Isso remontou a um período anterior à evolução dos próprios H. sapiens. A ciência atual acredita que nossa espécie surgiu na África entre 200.000 e 300.000 anos atrás, de uma linhagem única.
O que o estudo revelou, no entanto, foi que duas populações antigas são responsáveis pelos nossos genes: elas teriam se separado há 1,5 milhão de anos, se reencontrando apenas no desabrochar dos H. sapiens. Uma das populações teria contribuído com cerca de 80% do DNA humano atual, enquanto a outra ficou com os 20% restantes.
Esta última população teve um gargalo significativo, ficando muito pequena após a divergência dos ancestrais, crescendo lentamente ao longo da história até se reconectar com a população “irmã”. Ela também parece ser a mesma que deu origem aos neandertais e denisovanos antes da reconexão.
Apesar de apenas a menor parte do genoma ter vindo desse povo, os genes trazidos por ele são muito importantes, sendo relacionados a funções cerebrais e processamento neural, cruciais para nossa evolução. A questão de quem seriam as populações é misteriosa: ancestrais como Homo erectus e Homo heidelbergensis ainda estavam por aí na época, sendo candidatos possíveis.
O achado é mais uma prova de que a evolução humana não seguiu uma linha reta, com símios encurvados virando macacos nus de pé que se tornariam humanos: muita hibridização, ruas genéticas sem saída e seleções naturais severas permearam nossa história, muito mais complexa e interconectada do que uma simples árvore genealógica.
Leia também:
- Ciência descobre que humanos modernos não vieram de um ancestral comum
- Espécie humana extinta se adaptou para viver em clima extremo no deserto
- Estudo brasileiro pode mudar tudo o que sabemos sobre a evolução humana
VÍDEO: 10 mitos sobre o corpo humano [Top Tech]
Leia a matéria no Canaltech.