Microplásticos ameaçam áreas marinhas protegidas no Brasil, revela estudo

Nesta quinta-feira (20), foi revelada uma nova descoberta de um estudo publicado na revista Environmental Research: mesmo as áreas marinhas protegidas do Brasil, incluindo as de proteção integral, estão contaminadas por microplásticos. O que são microplásticos, de onde vêm e para onde vão? O que são microplásticos e por que fazem mal ao corpo humano A pesquisa, conduzida por cientistas brasileiros e australianos, utilizou moluscos bivalves como organismos-sentinelas para avaliar a contaminação.  A pesquisa foi coordenada pelo professor Ítalo Braga, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), com financiamento da FAPESP. Os cientistas selecionaram dez áreas de proteção integral (APIs), onde a interferência humana é mínima ou inexistente, incluindo Fernando de Noronha, Abrolhos e Alcatrazes. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Os microplásticos encontrados foram predominantemente pretos, brancos ou transparentes, com menos de 1 milímetro de diâmetro. A análise química identificou que 59,4% dessas partículas eram compostas por materiais como polímeros alquídicos (provenientes de tintas e vernizes de embarcações), celulose (de origem natural ou antropogênica), polietileno tereftalato (PET) e politetrafluoretileno (teflon). Microplásticos ameaçam áreas marinhas protegidas no Brasil, revela estudo (Imagem: Freepik) A contaminação variou entre as áreas estudadas. O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes apresentou a maior concentração de microplásticos (0,90 partícula por grama de tecido de molusco), enquanto a Reserva Biológica do Atol das Rocas teve a menor (0,23 partícula por grama). Apesar disso, os níveis encontrados estão abaixo da média internacional para AMPs e significativamente inferiores às áreas não protegidas do Brasil, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, onde a contaminação pode ser 50 a 60 vezes maior. Impacto dos microplásticos no oceano Os microplásticos são partículas com tamanho entre 1 micrôn e 5 milímetros, originadas da fragmentação de plásticos maiores ou fabricadas diretamente nesse formato para uso industrial e cosmético. Essas partículas chegam aos ecossistemas marinhos pelo descarte inadequado de lixo, esgoto doméstico e desgaste de materiais plásticos. A presença de microplásticos nas áreas marinhas protegidas do Brasil demonstra que a poluição plástica é um problema global, uma vez que esses poluentes podem ser transportados por correntes marinhas e até mesmo pelo vento. Vale lembrar uma descoberta recente, de que os microplásticos ameaçam fotossíntese e colocam ecossistemas em risco. Leia também: Microplásticos são encontrados em artérias obstruídas por gordura Quais são os perigos dos microplásticos à saúde e ao meio ambiente? VÍDEO | COMO ESTARÁ SUA CIDADE DAQUI A 60 ANOS?   Leia a matéria no Canaltech.

Mar 20, 2025 - 14:10
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Microplásticos ameaçam áreas marinhas protegidas no Brasil, revela estudo

Nesta quinta-feira (20), foi revelada uma nova descoberta de um estudo publicado na revista Environmental Research: mesmo as áreas marinhas protegidas do Brasil, incluindo as de proteção integral, estão contaminadas por microplásticos.

A pesquisa, conduzida por cientistas brasileiros e australianos, utilizou moluscos bivalves como organismos-sentinelas para avaliar a contaminação. 

A pesquisa foi coordenada pelo professor Ítalo Braga, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), com financiamento da FAPESP. Os cientistas selecionaram dez áreas de proteção integral (APIs), onde a interferência humana é mínima ou inexistente, incluindo Fernando de Noronha, Abrolhos e Alcatrazes.

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Os microplásticos encontrados foram predominantemente pretos, brancos ou transparentes, com menos de 1 milímetro de diâmetro.

A análise química identificou que 59,4% dessas partículas eram compostas por materiais como polímeros alquídicos (provenientes de tintas e vernizes de embarcações), celulose (de origem natural ou antropogênica), polietileno tereftalato (PET) e politetrafluoretileno (teflon).

Microplásticos ameaçam áreas marinhas protegidas no Brasil, revela estudo (Imagem: Freepik)

A contaminação variou entre as áreas estudadas. O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes apresentou a maior concentração de microplásticos (0,90 partícula por grama de tecido de molusco), enquanto a Reserva Biológica do Atol das Rocas teve a menor (0,23 partícula por grama).

Apesar disso, os níveis encontrados estão abaixo da média internacional para AMPs e significativamente inferiores às áreas não protegidas do Brasil, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, onde a contaminação pode ser 50 a 60 vezes maior.

Impacto dos microplásticos no oceano

Os microplásticos são partículas com tamanho entre 1 micrôn e 5 milímetros, originadas da fragmentação de plásticos maiores ou fabricadas diretamente nesse formato para uso industrial e cosmético. Essas partículas chegam aos ecossistemas marinhos pelo descarte inadequado de lixo, esgoto doméstico e desgaste de materiais plásticos.

A presença de microplásticos nas áreas marinhas protegidas do Brasil demonstra que a poluição plástica é um problema global, uma vez que esses poluentes podem ser transportados por correntes marinhas e até mesmo pelo vento. Vale lembrar uma descoberta recente, de que os microplásticos ameaçam fotossíntese e colocam ecossistemas em risco.

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