Uma olhada no iPhone 16e fabricado no Brasil
Estava na casa dos meus pais no feriado da Páscoa quando topei com um iPhone 16e. Pedi licença à dona para dar uma olhada mais de perto no sucessor espiritual do melhor iPhone. Que responsabilidade! Apesar do novo nome e de fazer parte da família do “iPhone do ano”, o iPhone 16e é, para todos os efeitos […]

Estava na casa dos meus pais no feriado da Páscoa quando topei com um iPhone 16e. Pedi licença à dona para dar uma olhada mais de perto no sucessor espiritual do melhor iPhone. Que responsabilidade!
Apesar do novo nome e de fazer parte da família do “iPhone do ano”, o iPhone 16e é, para todos os efeitos práticos, um novo iPhone SE: um celular-Frankenstein, composto de partes de versões antigas (a base é o iPhone 14), algumas coisas do modelo mais recente (chip A18 e 8 GB de RAM) e recursos ausentes graças à Apple e suas táticas mesquinhas de upselling (antes era o modo noturno na câmera; agora, nada de MagSafe).
Achei que as fotos e vídeos, tanto os de divulgação da Apple quanto das análises de sites e youtubers, não fazem jus à graça do iPhone 16e. Ele é maior que o bom e velho iPhone SE, mas não muito, e tão leve quanto (167 g contra 164 g); o volume maior com quase o mesmo peso cria a sensação de ser mais leve do que é de fato.
O acabamento em vidro fosco atrás e a câmera solitária, que quase não se destaca do corpo, ajudam a preservar a aura de celular utilitário de que tanto gostava da linha SE. É o celular de quem não se importa com celulares, de quem só quer um negócio que funcione e seja confiável.
De resto, para o bem e para o mal, é… um iPhone. A menos que você se importe com detalhes com os quais quase ninguém se importa, ele parece cumprir sua função. (Se for o seu caso, talvez esta não seja uma boa compra.)
A ausência do MagSafe, que exclui o iPhone 16e de todo o rico ecossistema de acessórios criado em torno do celular da Apple desde o iPhone 12, de 2020, é menos sentida para quem vem de um iPhone SE ou outro modelo antigo. E isso vale para outras “baixas” deste lançamento, como a tela pouca coisa pior que a dos celulares da linha regular (menos variação da taxa de atualização da tela, brilho máximo menor) e Pro (taxa de atualização de 120 Hz, o chamado “ProMotion”).
No breve período (cerca de duas semanas) em que usei um Galaxy A55 como celular principal, só lembrei da taxa de atualização da tela, que nele chega a 120 Hz, quando trombei com a opção nos ajustes do Android. Alterei-a com grande expectativa, achando que meus olhos seriam agraciados como uma suavidade indescritível, tão alardeada por entusiastas e… sei lá, não vi diferença (literalmente)? Eu não jogo nem faço nada muito complexo no celular. Talvez os meus olhos cansados já não sejam os mesmos de antes, mas suspeito que esse recurso é um pouco superestimado…Falando nisso…
Fenômeno curioso que acometeu o iPhone 16e gira em torno do seu preço. O oficial, R$ 5,8 mil, assustou a todo mundo. Afinal, um dos atrativos do iPhone SE era seu preço baixo — para um iPhone.
O iPhone das fotos custou ~R$ 3,8 mil no Mercado Livre, um desconto de ~35% em cima do preço de tabela da Apple. Algum iPhone já tinha caído de preço tão rápido? Não me recordo.
A compra foi feita na loja oficial da Apple no Mercado Livre, o que deixa a coisa toda ainda mais estranha. Para comprá-lo, siga por aqui, use o cupom #MDU400OFF
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e pague à vista no Pix (o desconto é maior). Esse link é de afiliado; comprando por ele, o Manual ganha uns trocados que ajudam a manter as luzes acesas.
No nosso grupo no WhatsApp, o Gabriel lançou a teoria de que a fabricação nacional do iPhone 16e seria a “culpada” pelos descontos agressivos e precoces. De fato, esse celular das fotos foi fabricado no Brasil e “beneficiado pela legislação de informática”. (Fazia tempo que não lia a palavra “informática”.)
A pessoa que comprou o celular usava um iPhone SE de 2ª geração. Nos primeiros dias de celular novo, ela lamentou a perda do botão frontal dos iPhones clássicos. Eu também lamentaria. Ou lamentarei. Quando o meu for para o céu dos celulares, acho que não terei alternativa.
Apesar do susto com o preço sugerido e da decepção com a ausência do MagSafe, parece que o pessoal gostou do iPhone 16e: o modelo vendeu bem em países secundários da Apple (leia-se fora dos EUA, China e Europa) e ajudou a empresa a conquistar a liderança global nas vendas de celulares no primeiro trimestre, segundo a consultoria Counterpoint, com uma fatia de 19% do mercado.