Isolamento social pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão, diz estudo

No último mês de abril, um estudo publicado na Frontiers revelou que o isolamento social pode oferecer um alívio temporário para sintomas de ansiedade e depressão, especialmente em fases mais agudas das condições. No entanto, os autores alertam que esse alívio vem acompanhado de riscos significativos a longo prazo. Pensar sobre solidão está mais ligado à depressão do que o isolamento em si Solidão acelera envelhecimento biológico e traz problemas de saúde Conduzido por pesquisadores do instituto  Max Planck, o estudo analisou como o isolamento voluntário pode funcionar como uma estratégia de regulação emocional para pessoas com transtornos mentais. De acordo com os cientistas, evitar interações sociais pode reduzir o estresse imediato, proporcionando uma sensação momentânea de controle e segurança. “Em certos contextos, o isolamento social funciona como uma forma de proteção emocional, aliviando a sobrecarga causada pela exposição social”, explicam os autores no artigo. Isso pode servir especialmente para as pessoas que enfrentam altos níveis de ansiedade social, exaustão emocional ou episódios depressivos intensos. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Contudo, o estudo enfatiza que esse tipo de evasão tende a se tornar contraproducente com o tempo. O afastamento contínuo das relações sociais enfraquece os laços afetivos e limita as experiências positivas, o que pode agravar o sofrimento psicológico. O cérebro passa a reforçar padrões de evitação, o que dificulta ainda mais o retorno à convivência social. Reação do cérebro ao isolamento social As análises neurobiológicas mostraram alterações em regiões cerebrais envolvidas no processamento de emoções, como a amígdala e o córtex pré-frontal. As mudanças contribuem para interpretações distorcidas das interações sociais e aumentam o risco de isolamento crônico. Isolamento social pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão, mas traz riscos a longo prazo (Imagem: Jeswin Thomas/Pexels) O estudo também chama atenção para os efeitos sobre neurotransmissores fundamentais, como dopamina e serotonina. A redução na produção dessas substâncias compromete o humor, a motivação e a capacidade de se conectar com outras pessoas — elementos essenciais para a recuperação emocional. A recomendação dos pesquisadores é clara: embora o isolamento social possa ser compreendido como uma reação natural e, em alguns casos, necessária (fornecendo uma espécie de alívio e proteção), não deve ser mantido como solução de longo prazo. Leia também: 64% dos adolescentes sofrem de depressão ou ansiedade Toque físico reduz dor, depressão e ansiedade VÍDEO | O QUE ACONTECE COM O CÉREBRO QUANDO SE TENTA LER EM UM LUGAR BARULHENTO?   Leia a matéria no Canaltech.

Mai 8, 2025 - 12:47
 0
Isolamento social pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão, diz estudo

No último mês de abril, um estudo publicado na Frontiers revelou que o isolamento social pode oferecer um alívio temporário para sintomas de ansiedade e depressão, especialmente em fases mais agudas das condições. No entanto, os autores alertam que esse alívio vem acompanhado de riscos significativos a longo prazo.

Conduzido por pesquisadores do instituto  Max Planck, o estudo analisou como o isolamento voluntário pode funcionar como uma estratégia de regulação emocional para pessoas com transtornos mentais. De acordo com os cientistas, evitar interações sociais pode reduzir o estresse imediato, proporcionando uma sensação momentânea de controle e segurança.

“Em certos contextos, o isolamento social funciona como uma forma de proteção emocional, aliviando a sobrecarga causada pela exposição social”, explicam os autores no artigo. Isso pode servir especialmente para as pessoas que enfrentam altos níveis de ansiedade social, exaustão emocional ou episódios depressivos intensos.

-
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
-

Contudo, o estudo enfatiza que esse tipo de evasão tende a se tornar contraproducente com o tempo. O afastamento contínuo das relações sociais enfraquece os laços afetivos e limita as experiências positivas, o que pode agravar o sofrimento psicológico. O cérebro passa a reforçar padrões de evitação, o que dificulta ainda mais o retorno à convivência social.

Reação do cérebro ao isolamento social

As análises neurobiológicas mostraram alterações em regiões cerebrais envolvidas no processamento de emoções, como a amígdala e o córtex pré-frontal. As mudanças contribuem para interpretações distorcidas das interações sociais e aumentam o risco de isolamento crônico.

Isolamento social pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão, mas traz riscos a longo prazo (Imagem: Jeswin Thomas/Pexels)

O estudo também chama atenção para os efeitos sobre neurotransmissores fundamentais, como dopamina e serotonina. A redução na produção dessas substâncias compromete o humor, a motivação e a capacidade de se conectar com outras pessoas — elementos essenciais para a recuperação emocional.

A recomendação dos pesquisadores é clara: embora o isolamento social possa ser compreendido como uma reação natural e, em alguns casos, necessária (fornecendo uma espécie de alívio e proteção), não deve ser mantido como solução de longo prazo.

Leia também:

VÍDEO | O QUE ACONTECE COM O CÉREBRO QUANDO SE TENTA LER EM UM LUGAR BARULHENTO?

 

Leia a matéria no Canaltech.