Julgamento do Google: dona do ChatGPT diz que se interessa em comprar o Chrome
Venda do navegador é defendida por autoridades do governo americano que acusaram o Google de monopólio nas buscas. Juiz ainda não determinou que medidas devem ser tomadas. Logotipo do Google na CES 2024, em Las Vegas Steve Marcus/Reuters A OpenAI, dona do ChatGPT, se interessa em comprar o Chrome, navegador do Google. A afirmação foi feita nesta terça-feira (21), durante o julgamento da big tech nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça dos EUA, autor da ação, defende a venda do navegador como uma medida para acabar com o monopólio do Google nas buscas. E recrutou o diretor de produto do ChatGPT, Nick Turley, como uma das testemunhas da acusação. ENTENDA: o julgamento histórico do Google Em agosto do ano passado, o juiz Amit Mehta concluiu que a big tech violou leis contra a concorrência desleal no mercado, conforme a acusação do departamento do governo. Agora, o julgamento está na fase da definição sobre que medidas podem ser tomadas. Dependendo do que for determinado, o Google poderá ser desmembrado. O Google não tem a intenção de se desfazer do Chrome. A empresa pretende recorrer do que for decidido. Open AI diz que Google rejeitou parceria Segundo reportou a agência Reuters, no começo desta fase do julgamento, advogados do Departamento de Justiça (DOJ) deram um panorama da disputa pela liderança na inteligência artificial, que envolve big techs e startups. Procuradores entendem que o domínio do Google nas buscas pode dar vantagens para a empresa também nessa corrida. E que os produtos de IA da big tech podem ser mais uma forma de levar os usuários para o buscador. Ainda de acordo com a Reuters, o diretor Nick Turley, da OpenAI, contou que o Google recusou uma proposta de parceria com a startup para que o buscador da empresa fizesse parte do ChatGPT. Isso aconteceu porque a OpenAI enfrentava problemas com o buscador que usava na época. Turley não nomeou qual era esse sistema. O ChatGPT usa o Bing, a tecnologia de buscas da Microsoft. Turley disse que as buscas são uma parte crítica para o ChatGPT dar respostas atualizadas e baseadas em fatos para os usuários. E que o robô-conversador está a anos de distância da meta de responder a 80% das perguntas feitas pelos usuários a partir do seu próprio buscador. "Acreditamos que, ter parceiros múltiplos, especialmente a API do Google, nos permitiria oferecer um produto melhor para os usuários", disse a OpenAI em um e-mail para a big tech mostrado durante o julgamento. API é a sigla para Interface de Programação de Aplicações. É um conjunto de regras e protocolos que permite que dois programas ou aplicativos "conversem" entre si e troquem informações e recursos. O que diz o Google O Google tem destacado que existe concorrência no setor de produtos com inteligência artificial generativa, como a IA da Meta e os produtos da Microsoft, que é parceira do ChatGPT. Nesta terça, um advogado mostrou um documento de 2024 em que Turley dizia que o ChatGPT liderava o mercado de chatbots e não via o Google como seu maior rival. O executivo respondeu que sua intenção, com aquela mensagem, era inspirar os funcionários da OpenAi e que a startup ainda poderia se beneficiar com parcerias na distribuição. O Google argumenta ainda que seus produtos de IA estão fora do escopo do caso, aberto ainda em 2020, que se concentrou nos mecanismos de busca. Acordos de exclusividade Mais cedo, nesta terça, o julgamento focou em acordos de exclusividade que o Google manteve com fabricantes de celulares com sistema Android, para garantir exclusividade a seus produtos. Desenvolvido pelo Google, o Android é o sistema que está na maior parte dos smartphones vendidos no mundo. Contratos firmados em 2024 previam exclusividade não apenas para o sistema de busca do Google nesses aparelhos, mas também para o Gemini AI, ferramenta de inteligência artificial, e o navegador Chrome. Depois de o juiz concluir, em agosto daquele ano, que o Google prejudicava a concorrência, a big tech teria flexibilizado esses acordos, segundo a Reuters. Os parceiros agora podem fazer ofertas de buscadores rivais, de acordo com documentos apresentados no julgamento. Como liberar espaço no celular usando o WhatsApp


Venda do navegador é defendida por autoridades do governo americano que acusaram o Google de monopólio nas buscas. Juiz ainda não determinou que medidas devem ser tomadas. Logotipo do Google na CES 2024, em Las Vegas Steve Marcus/Reuters A OpenAI, dona do ChatGPT, se interessa em comprar o Chrome, navegador do Google. A afirmação foi feita nesta terça-feira (21), durante o julgamento da big tech nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça dos EUA, autor da ação, defende a venda do navegador como uma medida para acabar com o monopólio do Google nas buscas. E recrutou o diretor de produto do ChatGPT, Nick Turley, como uma das testemunhas da acusação. ENTENDA: o julgamento histórico do Google Em agosto do ano passado, o juiz Amit Mehta concluiu que a big tech violou leis contra a concorrência desleal no mercado, conforme a acusação do departamento do governo. Agora, o julgamento está na fase da definição sobre que medidas podem ser tomadas. Dependendo do que for determinado, o Google poderá ser desmembrado. O Google não tem a intenção de se desfazer do Chrome. A empresa pretende recorrer do que for decidido. Open AI diz que Google rejeitou parceria Segundo reportou a agência Reuters, no começo desta fase do julgamento, advogados do Departamento de Justiça (DOJ) deram um panorama da disputa pela liderança na inteligência artificial, que envolve big techs e startups. Procuradores entendem que o domínio do Google nas buscas pode dar vantagens para a empresa também nessa corrida. E que os produtos de IA da big tech podem ser mais uma forma de levar os usuários para o buscador. Ainda de acordo com a Reuters, o diretor Nick Turley, da OpenAI, contou que o Google recusou uma proposta de parceria com a startup para que o buscador da empresa fizesse parte do ChatGPT. Isso aconteceu porque a OpenAI enfrentava problemas com o buscador que usava na época. Turley não nomeou qual era esse sistema. O ChatGPT usa o Bing, a tecnologia de buscas da Microsoft. Turley disse que as buscas são uma parte crítica para o ChatGPT dar respostas atualizadas e baseadas em fatos para os usuários. E que o robô-conversador está a anos de distância da meta de responder a 80% das perguntas feitas pelos usuários a partir do seu próprio buscador. "Acreditamos que, ter parceiros múltiplos, especialmente a API do Google, nos permitiria oferecer um produto melhor para os usuários", disse a OpenAI em um e-mail para a big tech mostrado durante o julgamento. API é a sigla para Interface de Programação de Aplicações. É um conjunto de regras e protocolos que permite que dois programas ou aplicativos "conversem" entre si e troquem informações e recursos. O que diz o Google O Google tem destacado que existe concorrência no setor de produtos com inteligência artificial generativa, como a IA da Meta e os produtos da Microsoft, que é parceira do ChatGPT. Nesta terça, um advogado mostrou um documento de 2024 em que Turley dizia que o ChatGPT liderava o mercado de chatbots e não via o Google como seu maior rival. O executivo respondeu que sua intenção, com aquela mensagem, era inspirar os funcionários da OpenAi e que a startup ainda poderia se beneficiar com parcerias na distribuição. O Google argumenta ainda que seus produtos de IA estão fora do escopo do caso, aberto ainda em 2020, que se concentrou nos mecanismos de busca. Acordos de exclusividade Mais cedo, nesta terça, o julgamento focou em acordos de exclusividade que o Google manteve com fabricantes de celulares com sistema Android, para garantir exclusividade a seus produtos. Desenvolvido pelo Google, o Android é o sistema que está na maior parte dos smartphones vendidos no mundo. Contratos firmados em 2024 previam exclusividade não apenas para o sistema de busca do Google nesses aparelhos, mas também para o Gemini AI, ferramenta de inteligência artificial, e o navegador Chrome. Depois de o juiz concluir, em agosto daquele ano, que o Google prejudicava a concorrência, a big tech teria flexibilizado esses acordos, segundo a Reuters. Os parceiros agora podem fazer ofertas de buscadores rivais, de acordo com documentos apresentados no julgamento. Como liberar espaço no celular usando o WhatsApp